quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

VOLUNTARIADO

O que é o trabalho voluntário? Quem pode ser voluntário? Por que foi instituído um Ano Internacional dos Voluntários? Esta e outras perguntas serão respondidas neste dossier.
Ano Internacional dos Voluntários
2001 - Ano Internacional dos Voluntários

O Ano Internacional dos Voluntários, promulgado pelas Nações Unidas, foi comemorado em 2001 em mais de 123 países, incluindo Portugal.
A ideia de dedicar um ano à celebração do voluntariado surge devido ao conjunto de acções que os voluntários, um pouco por todo o mundo, têm vindo a desenvolver, em termos de ajuda social e humanitária. Este ano comemorativo visa, por um lado, trazer a público o reconhecimento que a sociedade global tem por estas pessoas e, por outro lado, promover e consolidar a prática do voluntariado em todo o mundo.
A intenção de realizar este Ano Internacional dos Voluntários começou a germinar há já algum tempo. Em 1995, a Declaração de Copenhaga, resultante da Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social, enunciou a importância da participação dos cidadãos e das organizações da sociedade civil no desenvolvimento social e económico. Por outro lado, várias organizações de voluntários mostraram interesse na proclamação a nível mundial de um Ano dos Voluntários.
A ideia entrou pela primeira vez no Sistema das Nações Unidas num fórum sobre políticas promovido pelo Programa dos Voluntários das Nações Unidas e pela Universidade das Nações Unidas, que aconteceu no Japão em Março de 1996.
O Programa dos Voluntários das Nações Unidas submeteu a proposta ao Comité Executivo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), para que se proclamasse o Ano Internacional dos Voluntários. O objectivo seria o da promoção do voluntariado.
Em 1997, depois de esta proposta ter sido apresentada por escrito ao Conselho Económico e Social e de o governo japonês a ter transmitido ao Secretário Geral das Nações Unidas, a ideia de dedicar um Ano aos Voluntários foi debatida na reunião na reunião do Conselho Económico e Social.
Na Resolução 1977/44, de 22 de Julho de 1997, o Conselho Económico e Social recomenda à Assembleia Geral a adopção do Ano Internacional dos Voluntários. A Resolução A/52, de 20 de Novembro de 1997, proclama 2001 como o Ano Internacional dos Voluntários. Esta Resolução foi subscrita por 123 países, entre os quais Portugal.
Para que a iniciativa fosse um êxito, em Março de 1999 constituiu-se uma equipa com membros dos vários países envolvidos. A principal função desta equipa foi a de divulgar e coordenar as actividades para o Ano Internacional dos Voluntários (AIV) e promover os Comités Nacionais AIV.
Em Portugal, constituiu-se a Comissão Nacional para o Ano Internacional dos Voluntários, presidida por Maria José Ritta. Na sua mensagem de boas-vindas, proferida pela presidente, em Janeiro de 2001, pode ler-se:
“... o Governo Português entendeu instituir a Comissão Nacional para o Ano Internacional dos Voluntários (CNAIV), composta por representantes de entidades públicas e de instituições de voluntariado, e por individualidades de reconhecido mérito...”
“... Ao longo deste Ano Internacional ocorrerão múltiplas iniciativas sobre o voluntariado, promovidas quer pela CNAIV, quer por entidades e instituições várias. Bom seria que os voluntários e as suas organizações fossem os grandes protagonistas de todas estas realizações.”
Fonte: Voluntariamente, seja. Boletim n.º 1. Ano Internacional dos Voluntários.
Objectivos da Comemoração
Objectivos do Ano Internacional dos Voluntários em Portugal

Cada um dos 123 países que aderiram a esta iniciativa, delinearam os seus próprios objectivos. Os objectivos do AIV em Portugal foram:

•Contribuir para a elaboração de um plano nacional de promoção e divulgação do trabalho voluntário.
•Propor medidas que permitam o aprofundamento do conhecimento sobre os voluntários portugueses.
•Identificar os meios e as formas adequadas a que um número cada vez maior de pessoas se interesse pela realização do trabalho voluntário.
•Contribuir para a implementação de um sistema de informação com vista a ser criada uma rede de comunicação e intercâmbio de exemplos e “boas práticas” dos voluntários.
•Promover a colaboração com as escolas e com as universidades, tendo em vista o estudo e desenvolvimento de projectos e programas incentivadores do voluntariado jovem.
•Criar um site que disponibilize ampla informação sobre as várias áreas e iniciativas enquadradas em acções de voluntariado, possibilitando um processo de consulta entre todos os intervenientes e interessados.
Fonte: Voluntariamente, seja. Boletim n.º 1. Ano Internacional dos Voluntários.
O que é ser voluntário?

Em termos gerais, voluntário é todo aquele que, livre e gratuitamente, cede o seu tempo e o seu trabalho a uma qualquer instituição ou organização, sem esperar receber nenhum tipo de gratificação por isso. São pessoas que, por motivação pessoal, espírito cívico e/ou impulso solidário querem dedicar parte do seu tempo a projectos e actividades em benefício da comunidade.
Mas os voluntários são muito mais do que isso. Na maior parte dos casos, são as pedras lapidares de algumas instituições, que nada seriam ou nada poderiam fazer sem eles.
As instituições de solidariedade social, de beneficência ou de prestação de cuidados médicos (para referir apenas alguns exemplos) comportam custos que não seriam suportáveis se não tivessem uma rede de voluntários a trabalhar para e com elas.
Para citar apenas alguns casos, podemos lembrar associações como a Abraço, ou instituições como o Banco Alimentar Contra a Fome, a Santa Casa da Misericórdia ou a Cruz Vermelha Portuguesa. Provavelmente, os peditórios e as acções de sensibilização da Abraço não seriam nem tão eficientes nem em tão grande número se não contassem com a ajuda preciosa dos seus voluntários. As campanhas de recolha de alimentos ficariam, quem sabe, à porta dos supermercados se não existissem milhares de pessoas dispostas a ajudar voluntariamente os milhares de carenciados do nosso país. A Santa Casa da Misericórdia não teria a dimensão que já conseguiu adquirir sem o auxílio de todos os que trabalham voluntária e gratuitamente para ela. E o que seria da Cruz Vermelha sem as pessoas que decidiram dedicar parte das suas vidas a ajudar os outros?
O trabalho voluntário é indispensável para estas instituições. Sem ele, muitas delas já teriam deixado de existir. Por outro lado, para os voluntários, é muito gratificante ver reconhecida a sua utilidade e o seu carácter imprescindível.
É claro que não podemos esquecer outras organizações, como os Bombeiros Voluntários, que prestam um trabalho essencial e indispensável à comunidade. As cerca de 500 corporações de Bombeiros Voluntários que já existem em Portugal são uma das provas vivas de que o trabalho de voluntariado é imprescindível. Com certeza não haveria maneira de fazer face a incêndios, acidentes, pedidos urgentes de ambulâncias e deslocações de doentes se aos Bombeiros Profissionais não se juntassem os voluntários.
Ser voluntário é prestar um serviço de utilidade pública mas, ao mesmo tempo, é uma oportunidade única de ser realmente útil e de fazer um trabalho louvável. Ser voluntário é fazer o bem sem esperar nenhuma gratificação, a não ser a recompensa moral de saber que o seu trabalho e a sua dedicação podem ter sido determinantes na recuperação de um doente, no sorriso de uma criança carenciada ou numa réstea de esperança de uma família pobre.
Os voluntários, regra geral, são pessoas generosas, com disponibilidade, alegres, dedicadas e com vontade de ajudar os outros. Só assim conseguem cumprir os objectivos a que se propõem ao serviço da comunidade.
Entre outras coisas, o voluntário sente satisfação e realização pessoal, sente-se membro de um grupo, integra um projecto colectivo e contacta com pessoas com interesses comuns.
Por tudo isto, é muito importante que se pense no Ano Internacional dos Voluntários como uma tomada de consciência em relação às condições sociais e humanitárias de muitas pessoas e não como mais um ano comemorativo que será esquecido mal termine.
O trabalho voluntário deve ser lembrado e merece ser apoiado. Por todos!
Como ser voluntário?
Ser voluntário

Para quem deseja dedicar parte do seu tempo a trabalhar como voluntário em qualquer instituição ou organização, o melhor é procurar informações junto da mesma. Regra geral, estas instituições que aceitam trabalho voluntário têm páginas na Internet que dão todas as informações necessárias e, nalguns casos, disponibilizam o formulário de inscrição.

Quando se toma a decisão de trabalhar como voluntário, há que ter em consideração a disponibilidade que se tem e, principalmente, a motivação para o fazer. De nada serve a uma instituição uma pessoa que não esteja verdadeiramente motivada para os objectivos propostos. É fundamental que se sinta realmente a vontade de ajudar os outros sem pensar em receber nada em troca.
Geralmente, não são exigidos grandes requisitos a quem quer ser voluntário. A motivação e a disponibilidade são, na maior parte das vezes, critérios suficientes na escolha dos candidatos. No entanto, em casos como os da AMI ou de outras organizações ligadas a missões humanitárias, muitas vezes é necessário possuir-se conhecimentos mais académicos. No caso da AMI, por exemplo, o pessoal mais necessário é o pessoal médico e paramédico.
Os jovens são uma grande fatia do voluntariado em Portugal. A pensar neles, o Instituto Português da Juventude (IPJ) criou um site (www.voluntariadojovem.pt) onde qualquer pessoa se pode inscrever para desempenhar actividades de voluntariado. Mais uma vez, a disponibilidade é fundamental para a escolha dos candidatos.
Uma vez inscritos, os candidatos passam a fazer parte de uma base de dados de possíveis voluntários a que as instituições recorrem quando necessitam deste tipo de trabalho. As áreas de voluntariado contempladas nestes programas são as de Saúde, Educação e Alfabetização, Formação e Orientação Profissional, Recuperação e Preservação do Património, (Re)Integração Social, Ajuda Humanitária, etc.
São inúmeras as possibilidades de voluntariado no nosso país. Um dos objectivos do Ano Internacional dos Voluntários é, precisamente, sensibilizar a população para o trabalho que estas pessoas fazem e dar a conhecer o mundo dos voluntários. Só através de uma campanha de sensibilização e informação é que as pessoas poderão estar suficientemente esclarecidas para, quem sabe, engrossar as fileiras dos milhares de voluntários que já dedicam o seu trabalho a causas nobres.
Benefícios do trabalho voluntário
É bom ser voluntário
“O trabalho voluntário traz benefícios tanto para a sociedade em geral quanto para o voluntário como indivíduo. Contribui para cada uma das áreas prioritárias identificadas na Declaração e Programa de Acção de Copenhaga: a integração social, o alívio da miséria e o acesso universal ao emprego”
O trabalho voluntário é uma forma excelente de as pessoas demonstrarem a sua participação como cidadãos. Ao se empenharem em desenvolver trabalhos de ajuda à comunidade, os voluntários avivam ainda mais o espírito de comunidade.
Por outro lado, o trabalho voluntário contribui para a integração na sociedade de pessoas excluídas ou marginalizadas. O trabalho voluntário está aberto a todos os que queiram participar, por isso não existe nenhum tipo de marginalização em relação aos que oferecem os seus serviços. Esta é uma óptima maneira de acabar com estereótipos negativos relativos a essas pessoas.
Embora os voluntários não esperem nada em troca do seu trabalho, a verdade é que o trabalho de voluntariado pode vir a ser importante na carreira profissional de uma pessoa. Fazer trabalho voluntário pode ser uma vantagem no mercado de trabalho.
Fonte: Reunião do Grupo de Trabalho de Especialistas sobre o Vountariado e o Desenvolvimento Social, Nova Iorque, 29 a 30 de Novembro de
•Os voluntários da AMI
A AMI e o trabalho de voluntariado
A AMI – Fundação de Assistência Médica Internacional – é uma das várias organizações de ajuda humanitária que conta com o trabalho e a dedicação daqueles que trabalham em regime de voluntariado.
O principal objectivo desta organização é o de “agir do ponto de vista médico contra o subdesenvolvimento, a fome e as sequelas de guerra, em qualquer parte do mundo onde a presença de equipas médicas seja o único recurso para as vítimas”.
Neste sentido, a AMI organiza missões, compostas por equipas de médicos, enfermeiros e logísticos, todos voluntários, que se deslocam por períodos de semanas, meses ou anos, para os países mais carenciados, vítimas de situações de guerra ou de problemas económicos ou sociais.
O trabalho destas equipas de voluntários, por ser em países carenciados, é desenvolvido em condições de vida precárias e/ou em situações de instabilidade política, onde as pessoas apresentam hábitos sócio-culturais diferentes e problemas de saúde graves.
As actividades a desenvolver nestas situações são várias: medicina curativa e preventiva, cirurgia, nutrição, luta contra as grandes endemias, vacinação, formação, laboratório, água, higiene e saneamento, reabilitação de hospitais, logística, administração, etc.
As equipas da AMI são, geralmente, compostas por profissionais de saúde, que asseguram as intervenções médicas e paramédicas. No entanto, os logísticos que também seguem em missão podem não ter nenhum tipo de formação académica.
Todos estes profissionais trabalham em regime de voluntariado de missão. Os critérios de selecção dos voluntários que vão partir em missão baseiam-se nas suas habilitações literárias (os médicos e paramédicos têm, obviamente, de possuir o seu diploma), na sua experiência profissional, no conhecimento que têm de línguas estrangeiras e na sua disponibilidade.
Para além disso, é muito importante que saibam trabalhar em equipa e compreendam que o esforço colectivo de todos eles poderá ser determinante para o êxito da missão.
A Carta de Princípios da AMI sintetiza como deve proceder um voluntário desta organização:
“1 – Socorrer todas as vítimas de catástrofes naturais, acidentes colectivos e situações de guerra, sem discriminação de raça, política, religião, filosofia ou posição social.
2 – Trabalhar na mais estrita neutralidade e em completa independência, coibindo-se de se imiscuir nas questões internas dos Estados, Governos e Partidos em cujo território sejam chamados a servir.
A AMI – Fundação de Assitência Médica Internacional – reivindica, para a sua actividade, em nome da sua vocação universal, a liberdade plena e integral do exercício da função médica.
3 – Não aceitar, nem tolerar enfeudamento ou influência de qualquer poder ou força política, ideológica, religiosa ou outra.
4 – Respeitar o sigilo profissional e abster-se de emitir qualquer juízo ou de exprimir publicamente uma opinião favorável ou hostil, a respeito dos acontecimentos, forças ou dirigentes que aceitaram o seu concurso.
5 – Anónimos ou beneméritos, não esperar do exercício da sua actividade qualquer benefício pessoal ou colectivo.
Avaliando os riscos e perigos das missões que cumprem, não reclamar para si, nem para terceiros que os representem, qualquer compensação para além da que a instituição esteja em condições de oferecer.”
Apesar de todas estas pessoas trabalharem em regime de voluntário, recebem uma pequena compensação económica, que visa assegurar o pagamento das despesas decorrentes das suas deslocações para um país estrangeiro.
Fonte:www.portugalnet.pt/ami/
(site oficial da AMI)

O trabalho da APAV
A APAV e o trabalho de voluntariado

A APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima é uma associação sem fins lucrativos que visa prestar assistência a todos aqueles que foram vítimas de crime. Esta associação foi criada em 1990, por um grupo de 27 membros fundadores e conta actualmente com cerca de 180 voluntários técnicos, na sua maioria jovens.

A APAV surgiu num contexto penal em que os direitos da vítima de crime começavam a ser repensados. Até então, o papel da vítima não passava disso mesmo: um papel de vítima. Com o passar dos tempos, chegou-se à conclusão de que a vítima de crime necessitava de um apoio especial, individualizado e gratuito, que a ajudasse a ultrapassar a má experiência pela qual tinha passado.
Nesse sentido, a APAV “desenvolveu-se apostando em duas linhas de acção concretas: a criação e manutenção de uma rede mínima de Gabinetes de Apoio à Vítima (GAV), apoiada numa similar rede de Voluntariado social, e em cooperação com as instituições, públicas e privadas existentes”.
O êxito da APAV na concretização dos seus objectivos está directamente relacionado com a sua rede de voluntariado. São os voluntários da APAV que dedicam as suas horas de trabalho livre e desinteressado ao apoio às vítimas de crime.
O voluntariado na APAV pode ser exercido de duas formas, sendo a finalidade sempre o apoio à vítima:
“- o voluntariado social para o atendimento à vítima. Esta modalidade corresponde aos Voluntários que atendem directamente a população, sendo por isso Técnicos de Apoio à Vítima Voluntários, devendo reunir as competências pessoal e técnica, cujo acompanhamento e avaliação por parte do gestor deverá estar dentro da generalidade dos pressupostos e das acções típicas do apoio à Vítima;
- o voluntariado social para outros serviços (outros colaboradores). Esta modalidade corresponde aos Voluntários com ou sem formação académica superior que, em vários âmbitos, possam colaborar com o GAV. São exemplo desta modalidade investigadores, tradutores, relações públicas, secretários, designers, enfermeiros, médicos, etc.”
Aos voluntários da APAV apenas se pede que tenham competência pessoal e competência técnica. Na competência pessoal, engloba-se a capacidade de convívio e de relacionamento com os outros, a capacidade para lidar com o stress provocado pelas situações de angústia das vítimas, a estabilidade emocional, a capacidade de trabalho em equipa, a motivação e a vocação para este tipo de trabalho. Em relação à competência técnica, pede-se aos voluntários que vão desempenhar cargos técnicos, que tenham formação superior nas áreas de Psicologia, Direito, Trabalho Social e outras Ciências Humanas.
Todos os voluntários são sujeitos a um Programa de Formação Inicial que lhes veicula os conhecimentos essenciais referentes à actividade exercida e aos procedimentos e práticas internas da organização. Submetem-se também a uma Formação Contínua com vista ao desenvolvimento dos seus conhecimentos e competências profissionais.
Fonte:www.apav.pt
site oficial da APAV)
O trabalho do Banco Alimentar contra a Fome
O Banco Alimentar e o trabalho de voluntariado
Já se tornou um hábito encontrar voluntários do Banco Alimentar Contra a Fome nos supermercados a fazer recolha de alimentos. Esta acção acontece normalmente duas vezes por ano e é apenas uma pequena amostra do que esta instituição faz pelos mais carenciados.
O Banco Alimentar Contra a Fome é uma instituição particular de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, que tem como objectivo a recolha de alimentos junto de empresas ou particulares para ajudar aqueles que não têm possibilidade de garantir a sua subsistência. A ideia de criar uma instituição deste tipo surgiu em 1966 nos Estados Unidos, onde já existem cerca de 300 Bancos Alimentares. Na Europa, o primeiro Banco Alimentar apareceu em França, em 1984. Actualmente, existem já instituições deste tipo na Bélgica, Inglaterra, Espanha, Irlanda, Itália, alguns países de Leste e Portugal.
Em Portugal, existem instalações do Banco Alimentar Contra a Fome em Lisboa, em pleno funcionamento desde 1992, Porto e Ponta Delgada.
Esta instituição conta com o trabalho de muitos voluntários que asseguram a recolha, o armazenamento e o controlo da qualidade dos alimentos doados.
Além das doações de alimentos feitas por particulares, o Banco Alimentar Contra a Fome conta com a colaboração de diversas empresas que assim se associam de forma solidária a esta instituição. Produtos excedentários, produtos ainda consumíveis mas com o prazo de validade já ultrapassado, produtos devolvidos ou com embalagens danificadas ou excedentes de acções promocionais são alguns dos exemplos do tipo de doações que as empresas do ramo alimentar podem fazer ao Banco Alimentar Contra a Fome. O lema é aproveitar, em vez de desperdiçar!
O trabalho dos voluntários começa na recolha dos alimentos. Uma vez recolhidos os alimentos, os voluntários do Banco Alimentar procedem à sua recepção, classificação, acondicionamento, controlo de qualidade e gestão de stocks. É também ao Banco Alimentar, e a todos os que lá trabalham, que cabe a tarefa de proceder à distribuição dos produtos alimentares armazenados por instituições de Solidariedade Social credenciadas junto ao Banco Alimentar que depois os entregam aos mais carenciados. Recolher, armazenar e organizar a distribuição de toneladas de alimentos não é tarefa fácil mas os voluntários que aqui trabalham empenham-se a fundo nesta tarefa.
Qualquer pessoa pode contribuir neste objectivo de ajudar os mais carenciados. Não só a oferta de alimentos é importante e fundamental por parte de todas as pessoas, mas também a sua disponibilidade para trabalhar em regime de voluntariado na execução destas tarefas de recolha, armazenamento e distribuição de produtos alimentares. Também os contributos financeiros são bem-vindos, já que uma instituição deste tipo acarreta muitos custos.
Como acontece todos os anos, Dezembro é não só o mês do Natal como um dos meses escolhidos pelo Banco Alimentar Contra a Fome para mais uma das suas campanhas de recolha de alimentos. 2001 não foi excepção e os resultados traduzem bem o papel fundamental que esta instituição tem no combate à pobreza: 899 toneladas de bens, recolhidas em 360 superfícies comerciais das oito cidades que participaram na iniciativa. Esta campanha contou com a participação de 6300 voluntários!
Moradas:
Banco Alimentar Contra a Fome – Lisboa
Estação da CP – Alcântara Terra
Armazém 1 – Avenida de Ceuta
1300 Lisboa
Banco Alimentar Contra a Fome – Porto
Avenida Senhora da Hora s/n
4457 Matosinhos Codex
na internet: http://porto.banco-alimentar.pt/

O trabalho da Cruz Vermelha Portuguesa
A Cruz Vermelha e o trabalho de voluntariado

“A Cruz Vermelha Portuguesa, abreviadamente CVP, é uma instituição humanitária não governamental, de carácter voluntário, que desenvolve a sua actividade devidamente apoiada pelo Estado, reconhecida como pessoa colectiva de utilidade pública administrativa, sem fins lucrativos, com plena capacidade jurídica para a prossecução dos seus fins.
Objectivo fundamental (art. 5.º)
A difusão e aplicação dos princípios fundamentais da Cruz Vermelha e das Convenções de Genebra, designadamente na defesa da vida, saúde e dignidade humanas, através do fomento do trabalho voluntário de pessoas singulares e colectivas, públicas e privadas, na actuação e sustentação da instituição ao serviço do bem comum.”
In Estatuto da Cruz Vermelha Portuguesa, consagrado no Decreto-lei 10/93, de 27 de Abril.
As origens da Cruz Vermelha Portuguesa remontam a 1868, ano em que, por Decreto de 26 de Maio, Portugal se associou oficialmente ao movimento internacional de “Protecção aos feridos e doentes de guerra”. Até 1877, a Cruz Vermelha surge como a “Comissão Portuguesa de Socorros a Feridos e Doentes Militares em Tempo de Guerra”. Dez anos depois, reaparece sob a designação de Sociedade Portuguesa da Cruz Vermelha.
Desde então, a Cruz Vermelha Portuguesa tem desenvolvido o seu trabalho em prol de diversas acções humanitárias. A ideia original de “socorro em tempo de guerra” foi sendo substituída pela “solidariedade no sofrimento”.
Simultaneamente, a CVP colabora com organismos internacionais na prestação de socorros e assistência a populações de países estrangeiros assolados pela fome, guerra e outras situações de miséria.
O trabalho desenvolvido pela Cruz Vermelha é assegurado, maioritariamente, por pessoal voluntário. Estes voluntários estão vocacionados, principalmente, para intervir nas áreas de saúde e social.
As acções desenvolvidas pela Cruz Vermelha são:
“( Procura e fomento da Paz; cooperação nacional e internacional; promoção dos Direitos Humanos; difusão e ensino do Direito Internacional Humanitário.
( Actuação em caso de conflito armado e respectiva preparação em tempo de paz.
( Prevenção e reparação de danos resultantes de acidentes, catástrofes, calamidades públicas, flagelos sociais, epidemias e doenças de elevada incidência, e acontecimentos semelhantes; protecção e socorro das vítimas.
( Prestação de primeiros socorros; levantamento e transporte de doentes ou acidentados; montagem de postos de saúde e hospitais, bem como de outras estruturas e actividades de protecção da vida e da saúde.
( Promoção e divulgação de programas de apoio social relativos à prevenção e assistência.
( Promoção e participação em acções de solidariedade social de entidades públicas de assistência social e de qualidade de vida.
( Fomento e participação em programas de prevenção sanitária e outras acções de interesse para a saúde pública.
( Realização de programas e actividades de formação no âmbito do Direito Internacional Humanitário, do bem estar social e da saúde.
( Dinamização e participação voluntária e desinteressada de pessoas singulares e colectivas, públicas e privadas, nas actividades de sustentação da instituição.
( Cooperação na protecção às vítimas de calamidades, no país ou no estrangeiro.
( Colaboração com os serviços de saúde militar, através de acções de protecção a militares feridos, doentes, náufragos ou prisioneiros, assim como a vítimas de conflitos internacionais ou não internacionais, e de outras situações decorrentes de estados de excepção.
( Promoção do funcionamento de centros hospitalares ou centros de socorros e tratamento, principalmente nos grandes aglomerados populacionais e industriais.
É precisamente nestas acções que a Cruz Vermelha Portuguesa conta com a ajuda preciosa dos seus voluntários.
A Cruz Vermelha conta com a participação de milhões de membros e voluntários em todo o mundo. Considerando as 176 Sociedades Nacionais, a Cruz Vermelha tem, no total, 105,5 milhões de membros e voluntários.
Fonte: http://www.cruzvermelha.pt (site oficial da Cruz Vermelha Portuguesa)

1 comentário:

  1. Promover o voluntariado, beneficência e solidariedade parece-me uma das melhores prioridades da ONU. Discordo de certos de “pedintes profissionais” da ONU como os que vi em Berlim: profissionais de psicologia para publicidade-marketing roubam muito tempo para convencerem as pessoas a fazer doações. Em vez disso parece-me proponho “Neo-Voluntários para a NéO-ONU”. Está cientificamente provado que muitas vezes o voluntariado, beneficência e solidariedade fazem mais bem a quem o faz do que a quem recebe um benefício, sobretudo quando isso é feito como disse Cristo: “NÃO SAIBA A TUA DIREITA O QUE FEZ A TUA ESQUERDA”. Podemos enganar meio mundo com finta beneficência para tirarmos benefícios com danos de “PRESENTES DO DIABO”. Mas não podemos enganar o nosso subconsciente ou inconsciente: se fazemos um finto benefício só para tirarmos proveito, registamos no inconsciente uma razão lógica de culpabilidade que prejudica a nossa autoestima inconsciente: sentimo-nos vergonhosos mesmo que procuremos mostrar o contrário. Se fazemos bem sem olhar a quem e sem esperar recompensa o nosso inconsciente reforça a nossa autoestima. Freud atribuiu muitos distúrbios psicológicos ao recalcamento no inconsciente de sentimentos ou atitudes vergonhosas.
    Sugestões de contributos voluntários para a ONU:
    1. Direitos de autor de meus eBooks, “PeBooks”, “CeBooks”, cursos online e produtos digitais em vários módulos atuais ou futuros.
    2. Recolha e venda de objetos usados, off e online, em particular dos meus objetos de ilusionismo de 50 anos de atividade com 17 prémios internacionais, acompanhados de cursos e lições particulares para amadores, profissionais ou aspirantes a mágicos-ilusionistas-prestidigitadores, (1).
    3. Promoção do voluntariado online e local offline, procurando colaboradores para os melhores objetivos da ONU.
    4. Promoção da criatividade e inteligência coletiva ao serviço da invenção de uma futura ONU sempre melhor, em contínua evolução com a colaboração dos melhores do mundo.
    5. Traduções para Pt, (português), do principal da ONU que ainda não está traduzido.
    6. Recolha das melhores informações online sobre a ONU em 6 idiomas, (Pt, En, Es, Fr, It, De), com a tradução de resumos para Pt.
    7. Receitas de um curso-museu “MelMoo=Magic-e-learning e Museu-off-online”. Para o funcionamento off-line tenciono oferecer ou emprestar uma roulotte cheia com o meu melhor material dos últimos 50 anos, em condições a combinar.

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