sábado, 30 de outubro de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
FORMAÇÃO CÍVICA
Formação Cívica
A Formação Cívica é um espaço privilegiado para o desenvolvimento da educação para a cidadania, constituindo um espaço de diálogo e reflexão sobre experiências vividas e preocupações sentidas pelos alunos e sobre questões relativas à sua participação, individual e colectiva na vida da turma, da escola e da comunidade. A actividade a desenvolver neste domínio contará com o apoio de um tempo semanal para sessões de informação e de debate que, entre outros, pode assumir o formato de assembleia de turma.
Finalidades
Desenvolver competências necessárias ao exercício da cidadania.
Desenvolver nos alunos atitudes de auto-estima, respeito mútuo e regras de convivência que conduzam à formação de cidadãos tolerantes, autónomos, participativos e civicamente responsáveis.
Promover valores de tolerância, solidariedade e respeito pelos outros.
Estimular a participação activa dos alunos na escola e na sociedade.
Proporcionar aos alunos momentos de reflexão sobre a vida da escola e os princípios democráticos que regem o seu funcionamento.
Pressupostos
Todos os momentos são propícios à reflexão sobre a educação para a cidadania, nas aulas e fora delas, na participação da organização da vida escolar, nos estudos, nas actividades desportivas, nos tempos livres, no convívio e nas regras que o orientam.
A cidadania exerce-se na participação, cooperação, tomada de decisão e expressão de opinião com liberdade e responsabilidade.
Nesta área devem ser promovidas situações de aprendizagem que integrem dimensões da vida individual e colectiva, bem como conhecimentos fundamentais para compreender a sociedade e as suas instituições.
Aquisição de competências, individualmente e em grupo, para a construção de um projecto de vida saudável nas vertentes física, psíquica e social.
Princípios orientadores
Esta componente curricular não é de exclusiva responsabilidade de um professor ou de uma disciplina, mas sim de todas as disciplinas e áreas do currículo, visto abarcar todos os saberes e abranger todas as situações vividas na escola;
De modo a favorecer o desenvolvimento desta área, existe um tempo semanal no horário dos alunos e do director de turma, destinado à informação, sistematização e aprofundamento dos assuntos;
Na sua vertente de apoio de um tempo semanal, deve:
ser planificada pelo director de turma após ouvido e o conselho de directores de turma e o conselho de turma, tendo em conta o projecto educativo, o projecto curricular de escola e de turma;
ser um espaço privilegiado para a discussão e construção de regras/normas de conduta adequadas;
constituir também um espaço de diálogo e reflexão sobre assuntos específicos apresentados pelos alunos.
Intervenientes
Esta área curricular é discutida, planificada e gerida em conselho de turma, sendo a sua operacionalização da responsabilidade do director de turma.
Avaliação
A avaliação desta área curricular não disciplinar caracteriza-se por ser descritiva, baseada na auto-reflexão, no conhecimento que o aluno tem de si próprio e da sua evolução. Este tipo de reflexão deve ser orientado pelo director de turma, podendo o mesmo recolher contributos dos professores das áreas disciplinares/disciplinas, no sentido de validar a evolução dos alunos. Compete ao conselho de turma proceder à avaliação sumativa mediante proposta do professor que lecciona a área de Formação Cívica.
A Formação Cívica é um espaço privilegiado para o desenvolvimento da educação para a cidadania, constituindo um espaço de diálogo e reflexão sobre experiências vividas e preocupações sentidas pelos alunos e sobre questões relativas à sua participação, individual e colectiva na vida da turma, da escola e da comunidade. A actividade a desenvolver neste domínio contará com o apoio de um tempo semanal para sessões de informação e de debate que, entre outros, pode assumir o formato de assembleia de turma.
Finalidades
Desenvolver competências necessárias ao exercício da cidadania.
Desenvolver nos alunos atitudes de auto-estima, respeito mútuo e regras de convivência que conduzam à formação de cidadãos tolerantes, autónomos, participativos e civicamente responsáveis.
Promover valores de tolerância, solidariedade e respeito pelos outros.
Estimular a participação activa dos alunos na escola e na sociedade.
Proporcionar aos alunos momentos de reflexão sobre a vida da escola e os princípios democráticos que regem o seu funcionamento.
Pressupostos
Todos os momentos são propícios à reflexão sobre a educação para a cidadania, nas aulas e fora delas, na participação da organização da vida escolar, nos estudos, nas actividades desportivas, nos tempos livres, no convívio e nas regras que o orientam.
A cidadania exerce-se na participação, cooperação, tomada de decisão e expressão de opinião com liberdade e responsabilidade.
Nesta área devem ser promovidas situações de aprendizagem que integrem dimensões da vida individual e colectiva, bem como conhecimentos fundamentais para compreender a sociedade e as suas instituições.
Aquisição de competências, individualmente e em grupo, para a construção de um projecto de vida saudável nas vertentes física, psíquica e social.
Princípios orientadores
Esta componente curricular não é de exclusiva responsabilidade de um professor ou de uma disciplina, mas sim de todas as disciplinas e áreas do currículo, visto abarcar todos os saberes e abranger todas as situações vividas na escola;
De modo a favorecer o desenvolvimento desta área, existe um tempo semanal no horário dos alunos e do director de turma, destinado à informação, sistematização e aprofundamento dos assuntos;
Na sua vertente de apoio de um tempo semanal, deve:
ser planificada pelo director de turma após ouvido e o conselho de directores de turma e o conselho de turma, tendo em conta o projecto educativo, o projecto curricular de escola e de turma;
ser um espaço privilegiado para a discussão e construção de regras/normas de conduta adequadas;
constituir também um espaço de diálogo e reflexão sobre assuntos específicos apresentados pelos alunos.
Intervenientes
Esta área curricular é discutida, planificada e gerida em conselho de turma, sendo a sua operacionalização da responsabilidade do director de turma.
Avaliação
A avaliação desta área curricular não disciplinar caracteriza-se por ser descritiva, baseada na auto-reflexão, no conhecimento que o aluno tem de si próprio e da sua evolução. Este tipo de reflexão deve ser orientado pelo director de turma, podendo o mesmo recolher contributos dos professores das áreas disciplinares/disciplinas, no sentido de validar a evolução dos alunos. Compete ao conselho de turma proceder à avaliação sumativa mediante proposta do professor que lecciona a área de Formação Cívica.
MÓDULO CIDADANIA E SEGURANÇA
Módulo Cidadania e Segurança
Despacho n.º 19308/2008
Circular n.º 18/DSIE/2007, de 11 de Dezembro de 2007
Circular para as escolas.
Módulo "Cidadania e Segurança"
06-12-2007
Educação para a Cidadania
O módulo de Cidadania e Segurança, de acordo com o nº 14 do Despacho nº 19308/2008, de 21 de Julho, deve ser trabalhado na área da formação cívica, em cinco blocos de noventa minutos, ao longo do 5.º ano de escolaridade, de acordo com uma sequência e um calendário a definir pela escola e tendo em conta as orientações da Direcção – Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.
A aplicação do módulo, a sequência das áreas de trabalho e a sua inserção curricular são definidas pelo agrupamento e pela escola de acordo com o respectivo projecto educativo e com a gestão do tempo afecto às actividades curriculares não disciplinares; a planificação do módulo realiza-se nos respectivos conselhos de turma.
Constituem objectivos do módulo:
promover a compreensão da importância do valor da relação com os outros e da construção de regras de convivência na escola e na sociedade;
aumentar a capacidade para a resolução de situações de conflito de forma não violenta;
promover competências para agir adequadamente face à agressão;
desenvolver a capacidade de identificação de comportamentos de risco e incentivar atitudes de prevenção;
desenvolver uma cultura de segurança e capacitar para a auto-protecção.
Tendo como referência os direitos fundamentais e os recíprocos deveres que lhes são inerentes, o módulo encontra-se organizado em torno de três temas: ”Viver com os outros”, “As situações de conflito e a violência e “Comportamentos específicos de segurança”.
Despacho n.º 19308/2008
Circular n.º 18/DSIE/2007, de 11 de Dezembro de 2007
Circular para as escolas.
Módulo "Cidadania e Segurança"
06-12-2007
Educação para a Cidadania
O módulo de Cidadania e Segurança, de acordo com o nº 14 do Despacho nº 19308/2008, de 21 de Julho, deve ser trabalhado na área da formação cívica, em cinco blocos de noventa minutos, ao longo do 5.º ano de escolaridade, de acordo com uma sequência e um calendário a definir pela escola e tendo em conta as orientações da Direcção – Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.
A aplicação do módulo, a sequência das áreas de trabalho e a sua inserção curricular são definidas pelo agrupamento e pela escola de acordo com o respectivo projecto educativo e com a gestão do tempo afecto às actividades curriculares não disciplinares; a planificação do módulo realiza-se nos respectivos conselhos de turma.
Constituem objectivos do módulo:
promover a compreensão da importância do valor da relação com os outros e da construção de regras de convivência na escola e na sociedade;
aumentar a capacidade para a resolução de situações de conflito de forma não violenta;
promover competências para agir adequadamente face à agressão;
desenvolver a capacidade de identificação de comportamentos de risco e incentivar atitudes de prevenção;
desenvolver uma cultura de segurança e capacitar para a auto-protecção.
Tendo como referência os direitos fundamentais e os recíprocos deveres que lhes são inerentes, o módulo encontra-se organizado em torno de três temas: ”Viver com os outros”, “As situações de conflito e a violência e “Comportamentos específicos de segurança”.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
BULIMIA
Bulimia Nervosa
Adriana Campos 2010-06-23
Partindo ainda deste testemunho, gostaria de sublinhar o facto de, muito frequentemente, este problema passar despercebido, dado que as vítimas de bulimia, contrariamente às anoréxicas, mantêm um peso tipicamente normal.
"O que está mais presente na minha memória relativamente àquele período da minha vida é o medo horrível de engordar e o vazio e culpabilidade que sentia após a indução do vómito. Apesar de prometer aos meus pais e à minha psicóloga que não voltaria a deliberadamente vomitar, o medo horrível de ficar gorda e disforme perseguia-me. As pessoas que me rodeavam diziam-me que eu era elegante e bonita, mas eu tinha espelho e conhecia bem as dimensões exageradas do meu traseiro.Um outro sentimento que me deixava muito frustrada era a minha incapacidade de controlo: não conseguia deixar de ter momentos em que ingeria quantidades astronómicas de comida e também não conseguia deixar de recorrer ao vómito como forma de me libertar dos excessos cometidos. Todas estas manobras eram feitas com grande secretismo, pois sabia que algo de errado se passava comigo. Quando todo este meu drama foi descoberto, passei a seu alvo de acompanhamento em pedopsiquiatria e psicologia. Apesar desta intervenção, os meus comportamentos irracionais em relação à comida continuaram e, por isso, tive de ser internada. Recordo esses dias como os piores da minha vida... as sessões de grupo ficarão para sempre gravados na minha memória. Como era possível que jovens tão magras pudessem afirmar que eram gordas? Definitivamente eu senti que teria de mudar, pois cair num beco semelhante ao delas eu não queria. Acho que este internamento me obrigou a pensar... acho que foi o clic para a mudança. Depois de três semanas internada fui progressivamente deixando de vomitar, apesar do desagrado com a minha imagem corporal continuar..."
Jovem anónimaEste foi o relato feito por uma jovem adulta relativamente ao período em que a bulimia invadiu a sua vida, e que acompanhei muito de perto. Era uma adolescente bonita e meiga, com uma auto-estima muito baixa e com um medo horrível de decepcionar as pessoas mais próximas, sobretudo as figuras parentais. Tinha uma aparência física perfeitamente normal e um peso adequado para a sua idade e estatura. A bulimia nervosa é uma disfunção alimentar que se enquadra nas perturbações psiquiátricas graves e que, por isso, é descrita na DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais). Sempre que, num período curto de tempo, são ingeridas grandes quantidades de alimentos, seguindo-se comportamentos inapropriados para impedir o aumento de peso, tais como vomitar, usar laxantes, diuréticos ou outros medicamentos, jejum ou exercício físico exagerado, estamos face a uma situação de bulimia nervosa. Para que o diagnóstico deste tipo de perturbação possa ser feito, é necessário que os episódios de ingestão compulsiva de alimentos e os comportamentos compensatórios ocorram ambos, em média, pelo menos duas vezes por semana, em três meses consecutivos. Habitualmente, esta perturbação começa no fim da adolescência ou início da idade adulta.Outros pormenores relativamente à bulimia estão magnificamente ilustrados nas palavras desta jovem, que, agora, sendo já quase adulta, consegue ter algum sentido crítico relativamente à forma como viveu o seu problema de saúde. Partindo ainda deste testemunho, gostaria de sublinhar o facto de, muito frequentemente, este problema passar despercebido, dado que as vítimas de bulimia, contrariamente às anoréxicas, mantêm um peso tipicamente normal. Como sinais de alerta da doença é importante referir a perda permanente e significativa de esmalte dos dentes, como resultado do vómito recorrente, engorgitamento das glândulas salivares e, por vezes, irregularidades menstruais ou amenorreia entre as raparigas. A preocupação excessiva por parte da jovem relativamente à ingestão de alimentos com muitas calorias e o consumo preferencial de alimentos com baixo teor calórico são também indicadores para os quais se deverá ter uma atenção particular.Para terminar, resta acrescentar que este tipo de perturbação, dada a sua complexidade e gravidade, exige a intervenção de equipas multidisciplinares.
Adriana Campos 2010-06-23
Partindo ainda deste testemunho, gostaria de sublinhar o facto de, muito frequentemente, este problema passar despercebido, dado que as vítimas de bulimia, contrariamente às anoréxicas, mantêm um peso tipicamente normal.
"O que está mais presente na minha memória relativamente àquele período da minha vida é o medo horrível de engordar e o vazio e culpabilidade que sentia após a indução do vómito. Apesar de prometer aos meus pais e à minha psicóloga que não voltaria a deliberadamente vomitar, o medo horrível de ficar gorda e disforme perseguia-me. As pessoas que me rodeavam diziam-me que eu era elegante e bonita, mas eu tinha espelho e conhecia bem as dimensões exageradas do meu traseiro.Um outro sentimento que me deixava muito frustrada era a minha incapacidade de controlo: não conseguia deixar de ter momentos em que ingeria quantidades astronómicas de comida e também não conseguia deixar de recorrer ao vómito como forma de me libertar dos excessos cometidos. Todas estas manobras eram feitas com grande secretismo, pois sabia que algo de errado se passava comigo. Quando todo este meu drama foi descoberto, passei a seu alvo de acompanhamento em pedopsiquiatria e psicologia. Apesar desta intervenção, os meus comportamentos irracionais em relação à comida continuaram e, por isso, tive de ser internada. Recordo esses dias como os piores da minha vida... as sessões de grupo ficarão para sempre gravados na minha memória. Como era possível que jovens tão magras pudessem afirmar que eram gordas? Definitivamente eu senti que teria de mudar, pois cair num beco semelhante ao delas eu não queria. Acho que este internamento me obrigou a pensar... acho que foi o clic para a mudança. Depois de três semanas internada fui progressivamente deixando de vomitar, apesar do desagrado com a minha imagem corporal continuar..."
Jovem anónimaEste foi o relato feito por uma jovem adulta relativamente ao período em que a bulimia invadiu a sua vida, e que acompanhei muito de perto. Era uma adolescente bonita e meiga, com uma auto-estima muito baixa e com um medo horrível de decepcionar as pessoas mais próximas, sobretudo as figuras parentais. Tinha uma aparência física perfeitamente normal e um peso adequado para a sua idade e estatura. A bulimia nervosa é uma disfunção alimentar que se enquadra nas perturbações psiquiátricas graves e que, por isso, é descrita na DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais). Sempre que, num período curto de tempo, são ingeridas grandes quantidades de alimentos, seguindo-se comportamentos inapropriados para impedir o aumento de peso, tais como vomitar, usar laxantes, diuréticos ou outros medicamentos, jejum ou exercício físico exagerado, estamos face a uma situação de bulimia nervosa. Para que o diagnóstico deste tipo de perturbação possa ser feito, é necessário que os episódios de ingestão compulsiva de alimentos e os comportamentos compensatórios ocorram ambos, em média, pelo menos duas vezes por semana, em três meses consecutivos. Habitualmente, esta perturbação começa no fim da adolescência ou início da idade adulta.Outros pormenores relativamente à bulimia estão magnificamente ilustrados nas palavras desta jovem, que, agora, sendo já quase adulta, consegue ter algum sentido crítico relativamente à forma como viveu o seu problema de saúde. Partindo ainda deste testemunho, gostaria de sublinhar o facto de, muito frequentemente, este problema passar despercebido, dado que as vítimas de bulimia, contrariamente às anoréxicas, mantêm um peso tipicamente normal. Como sinais de alerta da doença é importante referir a perda permanente e significativa de esmalte dos dentes, como resultado do vómito recorrente, engorgitamento das glândulas salivares e, por vezes, irregularidades menstruais ou amenorreia entre as raparigas. A preocupação excessiva por parte da jovem relativamente à ingestão de alimentos com muitas calorias e o consumo preferencial de alimentos com baixo teor calórico são também indicadores para os quais se deverá ter uma atenção particular.Para terminar, resta acrescentar que este tipo de perturbação, dada a sua complexidade e gravidade, exige a intervenção de equipas multidisciplinares.
VIGOREXIA
Obsessão por músculos: vigorexia
Adriana Campos 2009-09-16
Muitos jovens (e também adultos), vivem como que obcecados por treinos de musculação a que, aos poucos, vão associando produtos para o desenvolvimento dos músculos.
Harrison G. Pope, Jr, da Faculdade de Medicina de Harvard - Massachusetts realizou estudos em três países sobre a imagem que os homens teriam deles próprios, sobre a imagem que achariam ideal para si e sobre a imagem que acreditam que as mulheres preferem. Os resultados mostram que a escolha do corpo ideal foi em média de, aproximadamente, 13 quilos a mais de massa muscular do que eles tinham. Também estimaram que as mulheres preferiam um corpo masculino com aproximadamente 14 quilos de massa muscular a mais do que eles efectivamente possuíam. Num estudo-piloto paralelo, entretanto, o autor constatou que as mulheres preferiam, de facto, um corpo masculino comum e sem os músculos adicionais que os homens pensavam ser necessários. Como conclusão, Pope atestou a grande discrepância entre o estado real e o ideal muscular dos homens. Muitos jovens (e também adultos), vivem como que obcecados por treinos de musculação a que, aos poucos, vão associando produtos para o desenvolvimento dos músculos. Tal prática acarreta muitos perigos para a saúde, em vez de, como poderão afirmar os praticantes dessa modalidade, contribuir para um corpo mais são. O psiquiatra americano Harrisom G. Pope foi o primeiro a usar o termo Vigorexia ou Síndrome de Adónis. A vigorexia é uma perturbação emocional caracterizada pela obsessão em ser musculado, sendo mais comum no sexo masculino. O seu início é, geralmente, coincidente com o final da adolescência, período em que a insatisfação com o corpo é típica e os ditames da cultura têm um grande peso.Apesar de os portadores deste transtorno serem bastante musculados, percepcionam o seu corpo de uma forma distorcida, considerando-se magros. A preocupação com o aumento da massa muscular torna-se o centro da sua existência, sendo por isso quase compelidos a frequentar o ginásio durante um elevado número de horas e a ingerir substâncias que potenciam o aumento da massa muscular. Não é por acaso que anorexia rima com vigorexia; efectivamente as duas doenças tem aspectos comuns. Em ambas está presente a preocupação exagerada com o próprio corpo e a distorção da imagem que os pacientes têm de si mesmos: os anoréxicos nunca se acham suficientemente magros, ao passo que os vigoréxicos nunca se consideram suficientemente musculosos. Para além destas, existem outras características comuns, tais como: baixa auto-estima, personalidade introvertida, alterações ao nível do comportamento alimentar e tendência para a automedicação.Associadas a esta perturbação, também designada como overtraining, manifestam-se várias consequências, nomeadamente reacções típicas das situações de stress, tais como: insónia, falta de apetite, irritabilidade, cansaço permanente, desinteresse sexual e dificuldade de concentração. A vigorexia causa também problemas físicos e estéticos, tais como desproporção displástica, problemas ósseos e articulares, falta de agilidade, entre outros. Os problemas de ordem física são ainda maiores sempre que a obsessão por "melhores resultados" leva ao consumo de esteróides e anabolizantes. O consumo deste tipo de substâncias conduz ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, lesões hepáticas, disfunções sexuais, diminuição do tamanho dos testículos e maior propensão para o cancro da próstata. Segundo estudos realizados, embora a vigorexia seja potenciada pelos padrões culturais vigentes, constatam-se desequilíbrios ao nível dos neurotransmissores, mais concretamente da serotonina. Por este motivo, no tratamento desta patologia pode recorrer-se a fármacos. A este tipo de tratamento é fundamental associar a psicoterapia para a que estes indivíduos recuperem a sua auto-estima e superem o medo do fracasso social.
Adriana Campos 2009-09-16
Muitos jovens (e também adultos), vivem como que obcecados por treinos de musculação a que, aos poucos, vão associando produtos para o desenvolvimento dos músculos.
Harrison G. Pope, Jr, da Faculdade de Medicina de Harvard - Massachusetts realizou estudos em três países sobre a imagem que os homens teriam deles próprios, sobre a imagem que achariam ideal para si e sobre a imagem que acreditam que as mulheres preferem. Os resultados mostram que a escolha do corpo ideal foi em média de, aproximadamente, 13 quilos a mais de massa muscular do que eles tinham. Também estimaram que as mulheres preferiam um corpo masculino com aproximadamente 14 quilos de massa muscular a mais do que eles efectivamente possuíam. Num estudo-piloto paralelo, entretanto, o autor constatou que as mulheres preferiam, de facto, um corpo masculino comum e sem os músculos adicionais que os homens pensavam ser necessários. Como conclusão, Pope atestou a grande discrepância entre o estado real e o ideal muscular dos homens. Muitos jovens (e também adultos), vivem como que obcecados por treinos de musculação a que, aos poucos, vão associando produtos para o desenvolvimento dos músculos. Tal prática acarreta muitos perigos para a saúde, em vez de, como poderão afirmar os praticantes dessa modalidade, contribuir para um corpo mais são. O psiquiatra americano Harrisom G. Pope foi o primeiro a usar o termo Vigorexia ou Síndrome de Adónis. A vigorexia é uma perturbação emocional caracterizada pela obsessão em ser musculado, sendo mais comum no sexo masculino. O seu início é, geralmente, coincidente com o final da adolescência, período em que a insatisfação com o corpo é típica e os ditames da cultura têm um grande peso.Apesar de os portadores deste transtorno serem bastante musculados, percepcionam o seu corpo de uma forma distorcida, considerando-se magros. A preocupação com o aumento da massa muscular torna-se o centro da sua existência, sendo por isso quase compelidos a frequentar o ginásio durante um elevado número de horas e a ingerir substâncias que potenciam o aumento da massa muscular. Não é por acaso que anorexia rima com vigorexia; efectivamente as duas doenças tem aspectos comuns. Em ambas está presente a preocupação exagerada com o próprio corpo e a distorção da imagem que os pacientes têm de si mesmos: os anoréxicos nunca se acham suficientemente magros, ao passo que os vigoréxicos nunca se consideram suficientemente musculosos. Para além destas, existem outras características comuns, tais como: baixa auto-estima, personalidade introvertida, alterações ao nível do comportamento alimentar e tendência para a automedicação.Associadas a esta perturbação, também designada como overtraining, manifestam-se várias consequências, nomeadamente reacções típicas das situações de stress, tais como: insónia, falta de apetite, irritabilidade, cansaço permanente, desinteresse sexual e dificuldade de concentração. A vigorexia causa também problemas físicos e estéticos, tais como desproporção displástica, problemas ósseos e articulares, falta de agilidade, entre outros. Os problemas de ordem física são ainda maiores sempre que a obsessão por "melhores resultados" leva ao consumo de esteróides e anabolizantes. O consumo deste tipo de substâncias conduz ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, lesões hepáticas, disfunções sexuais, diminuição do tamanho dos testículos e maior propensão para o cancro da próstata. Segundo estudos realizados, embora a vigorexia seja potenciada pelos padrões culturais vigentes, constatam-se desequilíbrios ao nível dos neurotransmissores, mais concretamente da serotonina. Por este motivo, no tratamento desta patologia pode recorrer-se a fármacos. A este tipo de tratamento é fundamental associar a psicoterapia para a que estes indivíduos recuperem a sua auto-estima e superem o medo do fracasso social.
DISTÚRBIOS PSICOLÓGICOS NA ADOLESCÊNCIA
Distúrbios psicológicos na adolescência
Adriana Campos 2004-07-21
Estudos realizados em vários países mostram claramente que menos de um quinto dos adolescentes apresentam comportamentos indicadores de distúrbios psicológicos significativos
"Lisboa, 18 de Fevereiro de 1993
Querida Marta,
As últimas semanas foram uma espécie de deserto. Não li nada, não escrevi, não tive fome e não consegui ter uma conversa decente com ninguém. Para cúmulo, tive dois pesadelos contigo (qual deles o pior)! (?) O quadro é negro e, por isso mesmo, nem me atrevo a pegar nos pincéis para começar outra tela. Acho que sairia apenas um gigante borrão preto."
A Lua de Joana, Maria Teresa Maia Gonzalez, Editorial Verbo.
Muitos são os pais que procuram ajuda, na tentativa de saber se o comportamento dos filhos se poderá ou não enquadrar na normalidade. Esta preocupação surge de forma acentuada no período da adolescência, período frequentemente marcado por agitação e tensão. Saber estabelecer as linhas divisórias ou os parâmetros entre o que é um comportamento normal ou patológico não é de facto uma tarefa fácil. Daí a compreensível apreensão e dúvida de pais e educadores.
Estudos realizados em vários países mostram claramente que menos de um quinto dos adolescentes apresentam comportamentos indicadores de distúrbios psicológicos significativos. Apesar do número de casos patológicos felizmente ser muito inferior ao número de casos cujos comportamentos se podem considerar normais para aquela faixa etária, é fundamental estar atento a manifestações patológicas ao nível do funcionamento psicológico. Uma questão que de imediato se poderá colocar é se de facto existirão distúrbios psicológicos específicos da adolescência que, de alguma forma, sejam diferentes daqueles que são também experienciados por crianças e adultos. Rutter, investigador nesta área, ajuda a responder a esta questão, indicando quatro problemas principais que aumentam significativamente na adolescência: a depressão, o alcoolismo/a dependência de drogas, a anorexia nervosa ou dietas rigorosas que impliquem perdas acentuadas de peso e a tentativa de suicídio. O suicídio real e a psicose, embora apresentem um crescimento significativo na adolescência, continuam a ser cada vez mais frequentes ao longo da vida adulta. É de referir que as perturbações do adolescente são mais comuns nos anos intermédios e no final da adolescência do que no princípio deste período de desenvolvimento.
A incidência dos distúrbios psicológicos referidos varia também em função do sexo, sendo as raparigas mais propensas à depressão, às tentativas de suicídio e à anorexia, e os rapazes ao abuso de álcool e drogas.
Sempre que o adolescente apresente os distúrbios referidos é fundamental que seja devidamente encaminhado e apoiado por profissionais. A aceitação do encaminhamento por parte deste será mais fácil se lhe for transmitida a mensagem de que todos temos problemas para os quais nem sempre conseguimos encontrar as soluções sozinhos e que pedir ajuda não é indicador de fraqueza, mas um sinal de que para se ser feliz é fundamental compreender o próprio processo de crescimento.
Adriana Campos 2004-07-21
Estudos realizados em vários países mostram claramente que menos de um quinto dos adolescentes apresentam comportamentos indicadores de distúrbios psicológicos significativos
"Lisboa, 18 de Fevereiro de 1993
Querida Marta,
As últimas semanas foram uma espécie de deserto. Não li nada, não escrevi, não tive fome e não consegui ter uma conversa decente com ninguém. Para cúmulo, tive dois pesadelos contigo (qual deles o pior)! (?) O quadro é negro e, por isso mesmo, nem me atrevo a pegar nos pincéis para começar outra tela. Acho que sairia apenas um gigante borrão preto."
A Lua de Joana, Maria Teresa Maia Gonzalez, Editorial Verbo.
Muitos são os pais que procuram ajuda, na tentativa de saber se o comportamento dos filhos se poderá ou não enquadrar na normalidade. Esta preocupação surge de forma acentuada no período da adolescência, período frequentemente marcado por agitação e tensão. Saber estabelecer as linhas divisórias ou os parâmetros entre o que é um comportamento normal ou patológico não é de facto uma tarefa fácil. Daí a compreensível apreensão e dúvida de pais e educadores.
Estudos realizados em vários países mostram claramente que menos de um quinto dos adolescentes apresentam comportamentos indicadores de distúrbios psicológicos significativos. Apesar do número de casos patológicos felizmente ser muito inferior ao número de casos cujos comportamentos se podem considerar normais para aquela faixa etária, é fundamental estar atento a manifestações patológicas ao nível do funcionamento psicológico. Uma questão que de imediato se poderá colocar é se de facto existirão distúrbios psicológicos específicos da adolescência que, de alguma forma, sejam diferentes daqueles que são também experienciados por crianças e adultos. Rutter, investigador nesta área, ajuda a responder a esta questão, indicando quatro problemas principais que aumentam significativamente na adolescência: a depressão, o alcoolismo/a dependência de drogas, a anorexia nervosa ou dietas rigorosas que impliquem perdas acentuadas de peso e a tentativa de suicídio. O suicídio real e a psicose, embora apresentem um crescimento significativo na adolescência, continuam a ser cada vez mais frequentes ao longo da vida adulta. É de referir que as perturbações do adolescente são mais comuns nos anos intermédios e no final da adolescência do que no princípio deste período de desenvolvimento.
A incidência dos distúrbios psicológicos referidos varia também em função do sexo, sendo as raparigas mais propensas à depressão, às tentativas de suicídio e à anorexia, e os rapazes ao abuso de álcool e drogas.
Sempre que o adolescente apresente os distúrbios referidos é fundamental que seja devidamente encaminhado e apoiado por profissionais. A aceitação do encaminhamento por parte deste será mais fácil se lhe for transmitida a mensagem de que todos temos problemas para os quais nem sempre conseguimos encontrar as soluções sozinhos e que pedir ajuda não é indicador de fraqueza, mas um sinal de que para se ser feliz é fundamental compreender o próprio processo de crescimento.
ANOREXIA
Anorexia nervosa
Adriana Campos 2000-07-31
A anorexia é uma doença que afecta cada vez mais adolescentes. Muitos são os pais que vivem na angústia de não saber como dar resposta a este problema. Antes que o mal lhe bata à porta, aceite algumas sugestões para evitar o aparecimento desta doença no seu filho.
"Não compreendo como é que isto pôde acontecer à minha filha! Ela sempre viveu só para os estudos. Não tem namoros, não sai à noite, enfim... nunca nos deu preocupações. Na verdade, até considero que não é uma rapariga de hoje. Quantas vezes eu e o meu marido insistíamos para que saísse de casa e ela nunca o fazia. Ao fim-de-semana é que ela aceitava sair, porque o fazia na nossa companhia. Frequentemente, estes passeios de domingo eram encurtados devido ao seu desejo insistente de ir estudar. Quando tinha teste à segunda-feira, era certo e sabido que ninguém a arrancava de casa.. .Não, não posso compreender como isto pôde acontecer e logo à minha Joana!..."Este é o relato feito pela mãe de uma jovem de 16 anos, atingida por uma anorexia nervosa.A anorexia é uma doença, cujo principal sintoma consiste numa perda acentuada de peso, auto-imposta, em resultado de uma restrição alimentar activa. Mesmo quando já houve um emagrecimento acentuado ou mesmo quando a pessoa em causa já apresenta um aspecto esquelético, continua a existir um medo intenso de aumentar de peso ou de ficar obeso.
A(o) jovem anoréxica(o) apresenta uma vivência distorcida da sua imagem corporal, continuando a ver no seu corpo partes "gordas", mesmo quando só tem "pele e osso".Esta doença é mais frequente no sexo feminino. Nas raparigas, a anorexia acaba por levar à falta da menstruação, em consequência da perda de peso.
Porquê?Existem muitas e variadas explicações para o aparecimento desta doença, tais como: as mensagens contraditórias de uma sociedade que publicita constantemente produtos altamente calóricos e que paralelamente valoriza um ideal de beleza, marcado pela magreza por vezes exagerada; a confusão das mães relativamente ao significado do choro dos bebés, que o interpretam sistematicamente como indicador de fome; a possibilidade de haver alterações genéticas, confirmada pela elevada prevalência da doença em familiares em primeiro grau. Estas são algumas explicações... independentemente da maior ou menor veracidade de cada uma delas!Parece-me indispensável reflectir sobre um outro aspecto: as características de personalidade comum a muitos dos jovens que sofrem desta doença! Segundo alguns estudos, os jovens adolescentes afectados por anorexia possuem características de personalidade comuns: têm dificuldades de relacionamento interpessoal, são inseguros, têm uma baixa auto-estima, são pouco autónomos, são dotados de um carácter marcadamente obsessivo, possuem padrões de pensamento pouco flexível. Pelos pais, tal como o texto inicialmente apresentado ilustra, são vistos como jovens muito sossegados, pouco amigos de sair e que nunca deram problemas. Numa só frase: 'não são como os jovens de hoje'.Abordar a questão por este prisma poderá ser útil, na medida em que estas características parecem ter uma relação directa com o desencadeamento deste processo. A actuação dos pais no sentido de as contrariar será, com certeza, uma boa forma de prevenção, não só deste desequilíbrio, mas também de outros, tais como o consumo exagerado de álcool, drogas, etc.O que podem fazer os paisEis algumas sugestões que os pais devem ter em conta para prevenir o aparecimento da doença:- Ajude o seu filho a desenvolver uma auto estima positiva. A auto-estima é a percepção que cada um tem de si próprio. Esta percepção constrói-se ao longo da vida, em resultado das várias interacções que o indivíduo vai estabelecendo em diferentes contextos. A família tem um papel fundamental na construção da auto-imagem do jovem. Aproveite todas as oportunidades para elogiar o seu filho, não apenas na área académica, mas também em outros domínios. Os jovens precisam de sentir que os pais os amam, independentemente dos resultados escolares, e que estes não são a única área importante da vida de um adolescente.- Ao longo do processo de desenvolvimento, estimule o seu filho a ser cada vez mais autónomo. Nunca faça por ele aquilo que ele pode fazer sozinho. Ao chegar à adolescência, é fundamental flexibilizar regras anteriormente estipuladas. Não queira que o seu filho permaneça eternamente 'debaixo da sua asa'. Não o ensinou a voar? Então porque o 'quer prender ao ninho'? As quedas são indispensáveis à aprendizagem.- Respeite a sua necessidade crescente de espaço. Ele tem direito/necessidade de ter o seu cantinho, a sua correspondência e o seu diário. Violar esta necessidade é altamente nefasto, ainda que o faça com muito boas intenções.- Cultive relações positivas com o seu cônjuge. Uma relação conflituosa do casal faz com que, muitas vezes, os filhos se tornem a única razão para a existência deste. A missão dos filhos não é servir de elo de ligação de casamentos desfeitos...- Incentive o seu filho a expressar os sentimentos dele e exprima também os seus. A não expressão de sentimentos pode levar o adolescente a pensar que o que se passa com ele (tristeza, cólera, fúria) é algo anormal.- Apesar de Portugal ser um dos países com mais baixas taxas de anorexia, certos dados levam-nos a pensar que é cada vez mais urgente prevenir. A reforçar esta ideia, e para terminar, gostaria de apresentar os resultados de uma investigação feita pelo grupo de estudo de Doenças de Comportamento Alimentar do Hospital de Santa Maria. Das 2 400 raparigas (entre os 10 e os 21 anos) que responderam a um inquérito, só 15% tinham excesso de peso. As restantes raparigas da amostra tinham um peso normal ou abaixo do que seria esperado. Apesar disto, 52% "tinham horror em aumentar de peso", 49% diziam que tinham 'uma parte gorda' e 38% queriam ser mais magras, 20% sentiam-se mal com o corpo, porque se sentiam gordas, e cerca de 13% estavam a fazer dieta na altura e a perder peso.
FORMAÇÃO CÍVICA?
Formação nas escolas: Porquê? Para quê? Para quem?
Armanda Zenhas 2001-08-29
O desafio das novas áreas (...) pode ser mais facilmente vencido pelos professores com um trabalho conjunto, realizado em oficinas de formação. Estas correspondem a uma das modalidades de formação contínua para obtenção de créditos para progressão na carreira.
Um novo ano se avizinha, com muitas promessas de mudança. Aulas de 90 minutos. Novas áreas curriculares não disciplinares: Estudo Acompanhado, Formação Cívica, Área de Projecto. Educação Sexual a atravessar todas as áreas disciplinares. Boas são as intenções. Muitos são os desafios. Muitos são também os receios e as dúvidas.A acompanhar a mudança, e para garantir que ela seja bem sucedida, faz-se sentir a necessidade de formação de todos os intervenientes no processo educativo. Cada escola tem as suas características próprias. Por isso se torna importante a elaboração de planos de formação próprios.O desafio das novas áreas referidas pode ser mais facilmente vencido pelos professores com um trabalho conjunto, realizado em oficinas de formação. Estas correspondem a uma das modalidades de formação contínua para obtenção de créditos para progressão na carreira. Quais as suas vantagens relativamente às tradicionais acções de formação? Este formato pressupõe uma participação mais activa dos professores, sendo metade do tempo destinado a sessões presenciais e a outra metade a trabalho autónomo. Permite que os professores se organizem conjuntamente, produzam os materiais necessários ao desempenho da sua actividade na área em que estão a realizar formação, debatam as estratégias a utilizar, reflictam sobre os problemas surgidos durante a sua aplicação e reformulem estratégias. Uma oficina poderá funcionar como um espaço conjunto de preparação e de reflexão sobre o trabalho a desenvolver, por exemplo, numa das novas áreas curriculares não disciplinares.Um papel importante nas escolas, nem sempre visível ou reconhecido, é o dos auxiliares de acção educativa. Também eles precisam de assumir efectivamente esse seu estatuto de parceiros na acção educativa e que esse estatuto lhes seja reconhecido. Também a sua formação deve ser uma prioridade para as escolas, havendo já muitos centros de formação que nela investem.Pretende-se que os encarregados de educação sejam parceiros das escolas e colaborem activamente com ela. Essa colaboração pode ser reforçada com a realização de acções de formação e debates para os encarregados de educação, sobre temas/problemas detectados pelos órgãos pedagógicos e de gestão das escolas e pelas associações de pais. Esta é uma prática que muitas escolas têm procurado fomentar. Pena é que nem sempre os encarregados de educação respondam à chamada e que a participação em tais acções se fique, frequentemente, bastante aquém dos níveis de participação desejados e desejáveis.Em tempo de mudança, esta passa muito pela interacção entre os diversos parceiros na educação e pelo trabalho de colaboração de todos os professores em cada conselho de turma. Mais do que um imperativo legal, a formação é uma necessidade premente. É preciso investir nela.
Armanda Zenhas 2001-08-29
O desafio das novas áreas (...) pode ser mais facilmente vencido pelos professores com um trabalho conjunto, realizado em oficinas de formação. Estas correspondem a uma das modalidades de formação contínua para obtenção de créditos para progressão na carreira.
Um novo ano se avizinha, com muitas promessas de mudança. Aulas de 90 minutos. Novas áreas curriculares não disciplinares: Estudo Acompanhado, Formação Cívica, Área de Projecto. Educação Sexual a atravessar todas as áreas disciplinares. Boas são as intenções. Muitos são os desafios. Muitos são também os receios e as dúvidas.A acompanhar a mudança, e para garantir que ela seja bem sucedida, faz-se sentir a necessidade de formação de todos os intervenientes no processo educativo. Cada escola tem as suas características próprias. Por isso se torna importante a elaboração de planos de formação próprios.O desafio das novas áreas referidas pode ser mais facilmente vencido pelos professores com um trabalho conjunto, realizado em oficinas de formação. Estas correspondem a uma das modalidades de formação contínua para obtenção de créditos para progressão na carreira. Quais as suas vantagens relativamente às tradicionais acções de formação? Este formato pressupõe uma participação mais activa dos professores, sendo metade do tempo destinado a sessões presenciais e a outra metade a trabalho autónomo. Permite que os professores se organizem conjuntamente, produzam os materiais necessários ao desempenho da sua actividade na área em que estão a realizar formação, debatam as estratégias a utilizar, reflictam sobre os problemas surgidos durante a sua aplicação e reformulem estratégias. Uma oficina poderá funcionar como um espaço conjunto de preparação e de reflexão sobre o trabalho a desenvolver, por exemplo, numa das novas áreas curriculares não disciplinares.Um papel importante nas escolas, nem sempre visível ou reconhecido, é o dos auxiliares de acção educativa. Também eles precisam de assumir efectivamente esse seu estatuto de parceiros na acção educativa e que esse estatuto lhes seja reconhecido. Também a sua formação deve ser uma prioridade para as escolas, havendo já muitos centros de formação que nela investem.Pretende-se que os encarregados de educação sejam parceiros das escolas e colaborem activamente com ela. Essa colaboração pode ser reforçada com a realização de acções de formação e debates para os encarregados de educação, sobre temas/problemas detectados pelos órgãos pedagógicos e de gestão das escolas e pelas associações de pais. Esta é uma prática que muitas escolas têm procurado fomentar. Pena é que nem sempre os encarregados de educação respondam à chamada e que a participação em tais acções se fique, frequentemente, bastante aquém dos níveis de participação desejados e desejáveis.Em tempo de mudança, esta passa muito pela interacção entre os diversos parceiros na educação e pelo trabalho de colaboração de todos os professores em cada conselho de turma. Mais do que um imperativo legal, a formação é uma necessidade premente. É preciso investir nela.
REGRAS DO BOM ESTUDANTE
Rotinas de um estudante
Armanda Zenhas 2009-12-02
A definição de regras nem sempre é muito bem aceite pelos jovens. No entanto elas são necessárias, embora devam ser alvo de negociação e ter por base o bom senso. A sua aplicação deverá conduzir ao estabelecimento de rotinas.
Com um novo ano escolar a iniciar-se, o tempo de férias ficou para trás e o dia-a-dia sofreu alterações que nem sempre são do agrado dos mais pequenos. A negociação das regras e das rotinas entre pais e filhos impõe-se.A boa gestão do quotidiano pode rentabilizar o esforço do estudante e contribuir para que ele, mais facilmente, tenha sucesso académico. Aqui ficam algumas sugestões:1. Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer... e ajuda a aprender.Embora os pais tenham conhecimento da necessidade de se dormir para se poder estar atento nas aulas e estudar, os jovens parecem ter uma energia inesgotável à hora de ir para a cama. Além disso, a televisão ou o computador no quarto ajudam-nos a contornar o aborrecimento de ir para a cama cedo. Afinal, fechada a porta do quarto, há ainda um último aliado no combate para prolongar as horas de vigília. Impõe-se a negociação e o cumprimento do horário de deitar e de levantar.2. Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.Podemos aplicar este provérbio a diversos aspectos da vida de um estudante. Comecemos pelo estudo. Diariamente, é necessário fazer revisões da matéria dada nesse mesmo dia. Desta forma, será necessário menos esforço e menos tempo de trabalho do que se se estudar apenas alguns dias depois. Pior será se se tencionar estudar apenas na véspera dos testes. Os pais podem ajudar a criar a rotina das revisões diárias e da realização dos TPC, procurando ver, com os filhos, qual o horário mais adequado a essas tarefas, em função do horário escolar e da organização do quotidiano de cada criança e de cada família.Fazer a pasta é outra tarefa que não deve ser deixada para o dia seguinte. O estabelecimento da rotina de preparar os materiais de véspera é útil. Poupa a correria e as discussões no início do dia e evita o esquecimento de livros ou de outros objectos necessários.3. Grão a grão enche a galinha o papo. Refeição a refeição ganha o estudante a energia necessária.Todas as refeições são imprescindíveis para o bom funcionamento do organismo e para se conseguir estar atento nas aulas e ter rendimento no estudo. Há regras fundamentais, que muitas vezes os jovens não gostam de cumprir, mas das quais os pais não devem abdicar:- tomar sempre o pequeno-almoço;- merendar a meio da manhã e a meio da tarde;- almoçar "de garfo e faca" e não apenas sandes ou outro tipo de "fast-food".A definição de regras nem sempre é muito bem aceite pelos jovens. No entanto elas são necessárias, embora devam ser alvo de negociação e ter por base o bom senso. A sua aplicação deverá conduzir ao estabelecimento de rotinas. Estas pouparão esforço a pais e a filhos, e deixarão o caminho livre a interacções mais positivas entre uns e outros. A hora de levantar, por exemplo, poderá ser menos conturbada, se as rotinas de fazer a pasta de véspera e de deitar cedo estiverem instaladas.
Armanda Zenhas 2009-12-02
A definição de regras nem sempre é muito bem aceite pelos jovens. No entanto elas são necessárias, embora devam ser alvo de negociação e ter por base o bom senso. A sua aplicação deverá conduzir ao estabelecimento de rotinas.
Com um novo ano escolar a iniciar-se, o tempo de férias ficou para trás e o dia-a-dia sofreu alterações que nem sempre são do agrado dos mais pequenos. A negociação das regras e das rotinas entre pais e filhos impõe-se.A boa gestão do quotidiano pode rentabilizar o esforço do estudante e contribuir para que ele, mais facilmente, tenha sucesso académico. Aqui ficam algumas sugestões:1. Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer... e ajuda a aprender.Embora os pais tenham conhecimento da necessidade de se dormir para se poder estar atento nas aulas e estudar, os jovens parecem ter uma energia inesgotável à hora de ir para a cama. Além disso, a televisão ou o computador no quarto ajudam-nos a contornar o aborrecimento de ir para a cama cedo. Afinal, fechada a porta do quarto, há ainda um último aliado no combate para prolongar as horas de vigília. Impõe-se a negociação e o cumprimento do horário de deitar e de levantar.2. Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.Podemos aplicar este provérbio a diversos aspectos da vida de um estudante. Comecemos pelo estudo. Diariamente, é necessário fazer revisões da matéria dada nesse mesmo dia. Desta forma, será necessário menos esforço e menos tempo de trabalho do que se se estudar apenas alguns dias depois. Pior será se se tencionar estudar apenas na véspera dos testes. Os pais podem ajudar a criar a rotina das revisões diárias e da realização dos TPC, procurando ver, com os filhos, qual o horário mais adequado a essas tarefas, em função do horário escolar e da organização do quotidiano de cada criança e de cada família.Fazer a pasta é outra tarefa que não deve ser deixada para o dia seguinte. O estabelecimento da rotina de preparar os materiais de véspera é útil. Poupa a correria e as discussões no início do dia e evita o esquecimento de livros ou de outros objectos necessários.3. Grão a grão enche a galinha o papo. Refeição a refeição ganha o estudante a energia necessária.Todas as refeições são imprescindíveis para o bom funcionamento do organismo e para se conseguir estar atento nas aulas e ter rendimento no estudo. Há regras fundamentais, que muitas vezes os jovens não gostam de cumprir, mas das quais os pais não devem abdicar:- tomar sempre o pequeno-almoço;- merendar a meio da manhã e a meio da tarde;- almoçar "de garfo e faca" e não apenas sandes ou outro tipo de "fast-food".A definição de regras nem sempre é muito bem aceite pelos jovens. No entanto elas são necessárias, embora devam ser alvo de negociação e ter por base o bom senso. A sua aplicação deverá conduzir ao estabelecimento de rotinas. Estas pouparão esforço a pais e a filhos, e deixarão o caminho livre a interacções mais positivas entre uns e outros. A hora de levantar, por exemplo, poderá ser menos conturbada, se as rotinas de fazer a pasta de véspera e de deitar cedo estiverem instaladas.
FORMAÇÃO CÍVICA NAS ESCOLAS
Formação cívica nas escolas
Armanda Zenhas 2010-05-19
A intervenção de carácter punitivo ou com a forma de "sermão" não será a mais adequada a produzir mudanças e a modificar comportamentos. É importante que seja feito um trabalho de desenvolvimento de competências sociais...
O 6.º I entra na sala a correr. Os alunos dão encontrões uns aos outros, deitam livros ao chão, agridem-se, gritam. Até a turma acalmar, passam uns bons dez minutos de aula. No 8.º B, um grupo de alunos prega constantemente partidas de mau gosto a colegas escolhidos a dedo, que se sentem humilhados ou marginalizados, o tão falado bullying. Turmas como estas são a realidade quotidiana das escolas. Na resolução de todos estes problemas, ao director de turma (DT) cabe uma grande responsabilidade, acarretando um enorme consumo de tempo e de energia. Muito do seu tempo é também gasto em burocracias, como marcação de faltas aos alunos, recepção e análise das justificações, entrega de mensagens diversas para estes levarem para casa. Para estes fins, é indispensável haver um tempo previsto de encontro entre o DT e a turma/os alunos.Num momento em que se questiona a carga horária do 2.º e do 3.º ciclos do Ensino Básico e a existência das áreas curriculares não disciplinares, entre as quais a de Formação Cívica, faz todo o sentido reflectir sobre a pertinência da sua continuidade. Aquando da sua criação, a Formação Cívica era definida como o "espaço privilegiado para o desenvolvimento da educação para a cidadania, visando o desenvolvimento da consciência cívica dos alunos como elemento fundamental no processo de formação de cidadãos responsáveis, críticos, activos e intervenientes, com recurso, nomeadamente, ao intercâmbio de experiências vividas pelos alunos e à sua participação, individual e colectiva, na vida da turma, da escola e da comunidade." (Dec-Lei n.º 6/2001, de 18 de Janeiro, art.º 5.º, ponto 3, alínea c). Por conseguinte, situações como as descritas acima encontram, nesta área, um espaço de eleição para serem trabalhadas e prevenidas novas ocorrências. É também o espaço de encontro entre o DT, que a lecciona, e os alunos, proporcionando o tempo (mesmo assim, frequentemente, escasso) para a resolução de tarefas burocráticas, como a justificação de faltas e o envio de mensagens para casa ou recepção de comprovativo de entrega das mesmas. Antes da existência da área não curricular de Formação Cívica, tal como ainda sucede no Ensino Secundário em que ela não existe, o DT precisava de "roubar" à sua disciplina o já insuficiente tempo para leccionar o programa, a fim de resolver com os alunos todos os problemas e tarefas relativos à direcção de turma, visto não haver qualquer espaço temporal comum para se encontrarem.Em cada turma, o conselho de turma pode ter um papel interventivo na definição de temas a tratar nas aulas de Formação Cívica, a partir da identificação dos principais problemas, da definição de prioridades e do estabelecimento de estratégias de intervenção. É essencial ainda que os professores, nas suas aulas, dêem continuidade ao trabalho feito na Formação Cívica.A intervenção de carácter punitivo ou com a forma de "sermão" não será a mais adequada a produzir mudanças e a modificar comportamentos. É importante que seja feito um trabalho de desenvolvimento de competências sociais, como, por exemplo: competências de comunicação (verbal e não verbal), de resolução de conflitos, de trabalho de grupo. É também fundamental que se procure desenvolver, nos alunos, a auto-estima, a autoconfiança, a assertividade e o sentido de responsabilidade.As actividades a utilizar devem envolver muito os alunos. Poderão ser jogos, debates, dramatizações, trabalhos de grupo. Eles devem sentir esta área, não como uma disciplina, mas como um espaço onde discutem e trabalham acerca de problemas e situações do seu quotidiano, onde aprendem a conhecer-se melhor e a relacionar-se melhor com os outros.
Armanda Zenhas 2010-05-19
A intervenção de carácter punitivo ou com a forma de "sermão" não será a mais adequada a produzir mudanças e a modificar comportamentos. É importante que seja feito um trabalho de desenvolvimento de competências sociais...
O 6.º I entra na sala a correr. Os alunos dão encontrões uns aos outros, deitam livros ao chão, agridem-se, gritam. Até a turma acalmar, passam uns bons dez minutos de aula. No 8.º B, um grupo de alunos prega constantemente partidas de mau gosto a colegas escolhidos a dedo, que se sentem humilhados ou marginalizados, o tão falado bullying. Turmas como estas são a realidade quotidiana das escolas. Na resolução de todos estes problemas, ao director de turma (DT) cabe uma grande responsabilidade, acarretando um enorme consumo de tempo e de energia. Muito do seu tempo é também gasto em burocracias, como marcação de faltas aos alunos, recepção e análise das justificações, entrega de mensagens diversas para estes levarem para casa. Para estes fins, é indispensável haver um tempo previsto de encontro entre o DT e a turma/os alunos.Num momento em que se questiona a carga horária do 2.º e do 3.º ciclos do Ensino Básico e a existência das áreas curriculares não disciplinares, entre as quais a de Formação Cívica, faz todo o sentido reflectir sobre a pertinência da sua continuidade. Aquando da sua criação, a Formação Cívica era definida como o "espaço privilegiado para o desenvolvimento da educação para a cidadania, visando o desenvolvimento da consciência cívica dos alunos como elemento fundamental no processo de formação de cidadãos responsáveis, críticos, activos e intervenientes, com recurso, nomeadamente, ao intercâmbio de experiências vividas pelos alunos e à sua participação, individual e colectiva, na vida da turma, da escola e da comunidade." (Dec-Lei n.º 6/2001, de 18 de Janeiro, art.º 5.º, ponto 3, alínea c). Por conseguinte, situações como as descritas acima encontram, nesta área, um espaço de eleição para serem trabalhadas e prevenidas novas ocorrências. É também o espaço de encontro entre o DT, que a lecciona, e os alunos, proporcionando o tempo (mesmo assim, frequentemente, escasso) para a resolução de tarefas burocráticas, como a justificação de faltas e o envio de mensagens para casa ou recepção de comprovativo de entrega das mesmas. Antes da existência da área não curricular de Formação Cívica, tal como ainda sucede no Ensino Secundário em que ela não existe, o DT precisava de "roubar" à sua disciplina o já insuficiente tempo para leccionar o programa, a fim de resolver com os alunos todos os problemas e tarefas relativos à direcção de turma, visto não haver qualquer espaço temporal comum para se encontrarem.Em cada turma, o conselho de turma pode ter um papel interventivo na definição de temas a tratar nas aulas de Formação Cívica, a partir da identificação dos principais problemas, da definição de prioridades e do estabelecimento de estratégias de intervenção. É essencial ainda que os professores, nas suas aulas, dêem continuidade ao trabalho feito na Formação Cívica.A intervenção de carácter punitivo ou com a forma de "sermão" não será a mais adequada a produzir mudanças e a modificar comportamentos. É importante que seja feito um trabalho de desenvolvimento de competências sociais, como, por exemplo: competências de comunicação (verbal e não verbal), de resolução de conflitos, de trabalho de grupo. É também fundamental que se procure desenvolver, nos alunos, a auto-estima, a autoconfiança, a assertividade e o sentido de responsabilidade.As actividades a utilizar devem envolver muito os alunos. Poderão ser jogos, debates, dramatizações, trabalhos de grupo. Eles devem sentir esta área, não como uma disciplina, mas como um espaço onde discutem e trabalham acerca de problemas e situações do seu quotidiano, onde aprendem a conhecer-se melhor e a relacionar-se melhor com os outros.
INDISCIPLINA: ESTRATÉGIA DE RESOLUÇÃO
Uma história real de indisciplina (Parte 2: Uma estratégia de resolução)
Armanda Zenhas 2010-06-16
Os resultados são surpreendentes. Todos querem participar. De início, apenas escrevem para os amigos, pelo que os alunos mais populares recebem muitas mensagens e os menos populares ficam sem nenhumas. Por isso, o trabalho do professor não acaba aqui.
No último artigo falei de uma turma com problemas de disciplina. Referi sumariamente diversas regras que devem ser observadas nessas situações e sugeri várias estratégias.Prometi para depois a descrição de uma estratégia que foi utilizada com bastante sucesso na modificação dos comportamentos disruptivos e na entreajuda e coesão da turma para atingir esse objectivo. Alerto, desde já, para o facto de o sucesso desta estratégia ter de ser integrado no trabalho global feito com a turma e com cada um dos alunos mais problemáticos. Mas antes de descrever a estratégia a que me tenho referido, deixem-me recuar à última quinzena do mês de Julho de 1997, em que, terminadas as aulas e as tarefas burocráticas, voei para Canterbury, em Inglaterra, onde frequentei um curso intensivo para professores de Inglês, com o apoio do programa LINGUA. Aquele curso de "Whole Brain Learning"... O que aprendi sobre a forma de mobilizar todo o cérebro para rentabilizar a aprendizagem e de como ensinar para conseguir esses objectivos! As vantagens que retirei da imersão no mundo da língua inglesa, a tempo inteiro, para "refrescar" as minhas competências nesse domínio! Se quiser repetir a experiência, terei que o fazer em férias, momento em que terminam as incontáveis tarefas burocráticas que se sucedem ao fim das aulas. Como sobreviver sem metade das férias? Mudam-se os tempos...Regresso agora à estratégia específica a que me tenho referido, complementar a várias das que podem ser utilizadas para fomentar a disciplina numa turma, e que visa melhorar as relações entre os alunos (entre todos os alunos), para que nenhum seja excluído; visa levar cada aluno a olhar para os aspectos positivos de cada um dos outros e a ter os seus reconhecidos por eles; e visa, ainda, incentivar a melhoria de atitudes, comportamentos e valores de todos eles. Aprendi-a em Canterbury, no referido curso. Consiste na troca, entre os alunos, de mensagens de apreço, elogio ou agradecimento, por características positivas deles ou por actos por eles realizados. Explica-se aos alunos que, apesar de o respeito pela privacidade ser importante, o professor tem que ler essas mensagens antes de as entregar aos destinatários, para evitar "batota", ou seja, mensagens com conteúdos depreciativos.Não sendo a escrita das mensagens de carácter obrigatório, o professor entrega, aos alunos que pretendam, papéis que podem ter cores ou formas mais apelativas (por exemplo, recortados com uma tesoura especial). Cada aluno escreve as mensagens que quiser, referindo o destinatário, a data e assinando, após o que as devolve ao professor. Este verifica o conteúdo. Se não for aceitável, explica os motivos a quem o redigiu. Nas restantes situações, faz chegar as mensagens aos seus destinatários. Os resultados são surpreendentes. Todos querem participar. De início, apenas escrevem para os amigos, pelo que os alunos mais populares recebem muitas mensagens e os menos populares ficam sem nenhumas. Por isso, o trabalho do professor não acaba aqui. Continua a incentivar a participação dos alunos na actividade, mas desta vez apelando a que escrevam a quem ainda não escreveram, para que todos recebam mensagens, já que todos têm aspectos positivos ou fazem acções que merecem elogio. Por isso, deverão evitar escrever aos melhores amigos, procurando, antes, elogiar, incentivar e valorizar outros colegas. A certo ponto, a turma apercebe-se da necessidade de melhorar o comportamento e surgem mensagens de incentivo à mudança para os alunos mais problemáticos.Aqui ficam exemplos de algumas mensagens reais:- "Obrigado por me teres ajudado na aula de Português. És um amigo fixe."- "Obrigada por me teres ouvido sobre aquilo e não teres contado a ninguém. És uma boa amiga. Posso contar contigo."- "Parabéns por não teres mandado bocas na aula de História de hoje. Continua assim. Vais conseguir."- "Obrigado por me teres deixado entrar no jogo hoje no recreio."E assim cada aluno aprende a ver os aspectos positivos de cada um dos outros e a respeitar todos; cada aluno verifica que tem qualidades que são apreciadas pelos colegas, todos vão ganhando vontade de melhorar ou de ajudar os outros a melhorarem. Reforço a ideia de que esta estratégia não "vive" sozinha, mas enquadrada num trabalho global. Termino dizendo que também pode ser utilizada em turmas com bom comportamento, com os mesmos objectivos de fomentar em cada aluno a valorização de si próprio e de cada um dos outros, a aceitação da diferença e a melhoria das relações interpessoais.Que saudades de Canterbury e do tempo em que a burocracia ainda não esmagava os professores e eles podiam aproveitar o tempo mais produtivamente!
Armanda Zenhas 2010-06-16
Os resultados são surpreendentes. Todos querem participar. De início, apenas escrevem para os amigos, pelo que os alunos mais populares recebem muitas mensagens e os menos populares ficam sem nenhumas. Por isso, o trabalho do professor não acaba aqui.
No último artigo falei de uma turma com problemas de disciplina. Referi sumariamente diversas regras que devem ser observadas nessas situações e sugeri várias estratégias.Prometi para depois a descrição de uma estratégia que foi utilizada com bastante sucesso na modificação dos comportamentos disruptivos e na entreajuda e coesão da turma para atingir esse objectivo. Alerto, desde já, para o facto de o sucesso desta estratégia ter de ser integrado no trabalho global feito com a turma e com cada um dos alunos mais problemáticos. Mas antes de descrever a estratégia a que me tenho referido, deixem-me recuar à última quinzena do mês de Julho de 1997, em que, terminadas as aulas e as tarefas burocráticas, voei para Canterbury, em Inglaterra, onde frequentei um curso intensivo para professores de Inglês, com o apoio do programa LINGUA. Aquele curso de "Whole Brain Learning"... O que aprendi sobre a forma de mobilizar todo o cérebro para rentabilizar a aprendizagem e de como ensinar para conseguir esses objectivos! As vantagens que retirei da imersão no mundo da língua inglesa, a tempo inteiro, para "refrescar" as minhas competências nesse domínio! Se quiser repetir a experiência, terei que o fazer em férias, momento em que terminam as incontáveis tarefas burocráticas que se sucedem ao fim das aulas. Como sobreviver sem metade das férias? Mudam-se os tempos...Regresso agora à estratégia específica a que me tenho referido, complementar a várias das que podem ser utilizadas para fomentar a disciplina numa turma, e que visa melhorar as relações entre os alunos (entre todos os alunos), para que nenhum seja excluído; visa levar cada aluno a olhar para os aspectos positivos de cada um dos outros e a ter os seus reconhecidos por eles; e visa, ainda, incentivar a melhoria de atitudes, comportamentos e valores de todos eles. Aprendi-a em Canterbury, no referido curso. Consiste na troca, entre os alunos, de mensagens de apreço, elogio ou agradecimento, por características positivas deles ou por actos por eles realizados. Explica-se aos alunos que, apesar de o respeito pela privacidade ser importante, o professor tem que ler essas mensagens antes de as entregar aos destinatários, para evitar "batota", ou seja, mensagens com conteúdos depreciativos.Não sendo a escrita das mensagens de carácter obrigatório, o professor entrega, aos alunos que pretendam, papéis que podem ter cores ou formas mais apelativas (por exemplo, recortados com uma tesoura especial). Cada aluno escreve as mensagens que quiser, referindo o destinatário, a data e assinando, após o que as devolve ao professor. Este verifica o conteúdo. Se não for aceitável, explica os motivos a quem o redigiu. Nas restantes situações, faz chegar as mensagens aos seus destinatários. Os resultados são surpreendentes. Todos querem participar. De início, apenas escrevem para os amigos, pelo que os alunos mais populares recebem muitas mensagens e os menos populares ficam sem nenhumas. Por isso, o trabalho do professor não acaba aqui. Continua a incentivar a participação dos alunos na actividade, mas desta vez apelando a que escrevam a quem ainda não escreveram, para que todos recebam mensagens, já que todos têm aspectos positivos ou fazem acções que merecem elogio. Por isso, deverão evitar escrever aos melhores amigos, procurando, antes, elogiar, incentivar e valorizar outros colegas. A certo ponto, a turma apercebe-se da necessidade de melhorar o comportamento e surgem mensagens de incentivo à mudança para os alunos mais problemáticos.Aqui ficam exemplos de algumas mensagens reais:- "Obrigado por me teres ajudado na aula de Português. És um amigo fixe."- "Obrigada por me teres ouvido sobre aquilo e não teres contado a ninguém. És uma boa amiga. Posso contar contigo."- "Parabéns por não teres mandado bocas na aula de História de hoje. Continua assim. Vais conseguir."- "Obrigado por me teres deixado entrar no jogo hoje no recreio."E assim cada aluno aprende a ver os aspectos positivos de cada um dos outros e a respeitar todos; cada aluno verifica que tem qualidades que são apreciadas pelos colegas, todos vão ganhando vontade de melhorar ou de ajudar os outros a melhorarem. Reforço a ideia de que esta estratégia não "vive" sozinha, mas enquadrada num trabalho global. Termino dizendo que também pode ser utilizada em turmas com bom comportamento, com os mesmos objectivos de fomentar em cada aluno a valorização de si próprio e de cada um dos outros, a aceitação da diferença e a melhoria das relações interpessoais.Que saudades de Canterbury e do tempo em que a burocracia ainda não esmagava os professores e eles podiam aproveitar o tempo mais produtivamente!
INDISCIPLINA?
Uma história real de indisciplina (Parte 1: A descrição)
Armanda Zenhas 2010-06-02
Imaginem uma turma de 5.º ou 6.º ano, com 25 alunos turbulentos e conversadores. Entre eles, dois com hiperactividade e dois com défices cognitivos (excluídos de apoios específicos à luz do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro) e ainda vários alunos com problemas emocionais mais ou menos graves, devidos a contextos familiares problemáticos. Há também um aluno, vindo de outra escola, com um sério historial de agressividade.
Nesta turma (valha-nos isso!) todos os alunos são amigos e integram bem os que têm os problemas mencionados. Há, contudo, o reverso da medalha: as aulas são óptimas oportunidades de convívio e de conversa, que os "chatos" dos professores insistem em interromper com a matéria e as actividades a ela ligadas. Dois alunos disputam entre si o papel de "palhaço" principal e fazem comentários em voz alta para provocarem o riso da turma, levantam-se sem autorização, muitas vezes terminam fora da sala de aula. À sua volta, gravita um pequeno grupo que estimula o show e incentiva as palhaçadas, participando nelas, por vezes. Os restantes não incentivam, mas riem-se. E é difícil agir sobre uma turma que, colectivamente, além de conversar para o lado (comportamento que não acha grave, mas não lhe permite trabalhar com atenção e proveito), ainda se diverte.Qual o professor que não teve já uma/muitas turma/s destas ou pior? Como resolver tal situação? Não é fácil e não há receitas. No entanto, há condições a obedecer:- definir regras claras e consequências a aplicar quando elas são desrespeitadas;- identificar bem os problemas, os tipos de comportamento e os alunos que os executam, os que os estimulam e os que se controlam;- envolver todos os parceiros interessados: alunos, professores, família (e outros, eventualmente, como a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, médicos ou psicólogos acompanhantes dos alunos, Serviço de Psicologia e Orientação da escola).Turmas como esta têm sido recorrentes ao longo da minha vida profissional. Não caberia neste espaço o relato das estratégias utilizadas com elas e de outras tantas possíveis de utilizar. Passarei a correr pela tal definição de regras por alunos e professores e das consequências do desrespeito pelas mesmas; pelo contacto frequente com os encarregados de educação e seu envolvimento no acompanhamento dos seus educandos; pelos contratos de comportamento estabelecidos entre aluno, professores e EE; pelos registos de comportamento aula a aula, por vezes associados a esses contratos; pelo estabelecimento de pares de entreajuda, em que um aluno responsável e bem comportado ajuda outro a resolver os seus problemas (de comportamento, de dificuldade de concentração, de execução das tarefas). Para o próximo artigo deixarei a descrição mais pormenorizada de uma outra estratégia, que surtiu efeitos muito positivos na modificação dos comportamentos disruptivos e na entreajuda e coesão da turma para atingir esses objectivos.
Armanda Zenhas 2010-06-02
Imaginem uma turma de 5.º ou 6.º ano, com 25 alunos turbulentos e conversadores. Entre eles, dois com hiperactividade e dois com défices cognitivos (excluídos de apoios específicos à luz do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro) e ainda vários alunos com problemas emocionais mais ou menos graves, devidos a contextos familiares problemáticos. Há também um aluno, vindo de outra escola, com um sério historial de agressividade.
Nesta turma (valha-nos isso!) todos os alunos são amigos e integram bem os que têm os problemas mencionados. Há, contudo, o reverso da medalha: as aulas são óptimas oportunidades de convívio e de conversa, que os "chatos" dos professores insistem em interromper com a matéria e as actividades a ela ligadas. Dois alunos disputam entre si o papel de "palhaço" principal e fazem comentários em voz alta para provocarem o riso da turma, levantam-se sem autorização, muitas vezes terminam fora da sala de aula. À sua volta, gravita um pequeno grupo que estimula o show e incentiva as palhaçadas, participando nelas, por vezes. Os restantes não incentivam, mas riem-se. E é difícil agir sobre uma turma que, colectivamente, além de conversar para o lado (comportamento que não acha grave, mas não lhe permite trabalhar com atenção e proveito), ainda se diverte.Qual o professor que não teve já uma/muitas turma/s destas ou pior? Como resolver tal situação? Não é fácil e não há receitas. No entanto, há condições a obedecer:- definir regras claras e consequências a aplicar quando elas são desrespeitadas;- identificar bem os problemas, os tipos de comportamento e os alunos que os executam, os que os estimulam e os que se controlam;- envolver todos os parceiros interessados: alunos, professores, família (e outros, eventualmente, como a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, médicos ou psicólogos acompanhantes dos alunos, Serviço de Psicologia e Orientação da escola).Turmas como esta têm sido recorrentes ao longo da minha vida profissional. Não caberia neste espaço o relato das estratégias utilizadas com elas e de outras tantas possíveis de utilizar. Passarei a correr pela tal definição de regras por alunos e professores e das consequências do desrespeito pelas mesmas; pelo contacto frequente com os encarregados de educação e seu envolvimento no acompanhamento dos seus educandos; pelos contratos de comportamento estabelecidos entre aluno, professores e EE; pelos registos de comportamento aula a aula, por vezes associados a esses contratos; pelo estabelecimento de pares de entreajuda, em que um aluno responsável e bem comportado ajuda outro a resolver os seus problemas (de comportamento, de dificuldade de concentração, de execução das tarefas). Para o próximo artigo deixarei a descrição mais pormenorizada de uma outra estratégia, que surtiu efeitos muito positivos na modificação dos comportamentos disruptivos e na entreajuda e coesão da turma para atingir esses objectivos.
SUGESTÕES DE TRABALHO
Formação Cívica: sugestões de trabalho
Armanda Zenhas 2002-02-11
É interessante observar o prazer com que os alunos se envolvem neste tipo de jogos. Eles são levados a ver os outros de uma forma positiva e a verem os aspectos que os outros consideram positivos em si. Fomenta-se a tolerância e promove-se a auto-estima.
É frequente o surgimento de brigas e de insultos entre os alunos. Às vezes eles deixam marcas que demoram a passar. Há alunos que não se sentem apreciados pelos outros e, quantas vezes, não o são também por si próprios. Há alunos que são muito impulsivos, que têm dificuldade em tomar a perspectiva dos outros e atribuem acontecimentos insignificantes a más intenções dos colegas. Na aula de Formação Cívica podem ser desenvolvidas actividades, tais como jogos e dramatizações, que tenham como objectivo reforçar o conhecimento inter e intrapessoal, orientado para os aspectos positivos de cada indivíduo. É esse o objectivo das actividades aqui sugeridas.1ª actividade:Um aluno sai da sala. A turma refere aspectos que aprecia nesse colega, os quais são registados no quadro. O aluno é chamado e tenta adivinhar quem referiu cada um dos aspectos mencionados.Convém estabelecer um número fixo de referências a fazer sobre cada aluno, para que não haja diferença entre eles. Regras fundamentais a respeitar:- Só podem ser referidos aspectos positivos.- Ninguém pode troçar nem ser indelicado ou desagradável.2ª actividade:É necessária um bola pequena e leve, que será lançada de aluno para aluno, ou um objecto que sirva de testemunho, que irá passar de mão em mão. O professor lança a bola para um aluno, ou passa o testemunho para o primeiro aluno de uma das filas. Este irá referir um aspecto positivo de um colega da turma, felicitando-o por ele ou agradecendo-lho. Em seguida lançará a bola para um colega ou passará o testemunho àquele que estiver mais próximo. Repete-se o procedimento.Regras:- Se um aluno não quiser mesmo participar, poder passar a bola ou o testemunho, sem se pronunciar. Contudo, convém incentivar a participação de todos.- Ninguém pode referir aspectos negativos.- Não pode haver reacções negativas (verbais ou não verbais) ao que cada aluno diz.Exemplos de apreciações que podem ser feitas pelos alunos:- Obrigada, Susana, por me teres telefonado quando eu faltei.- Eu gosto de jogar futebol com o Albano. Ele respeita as regras e não anda à pancada.É interessante observar o prazer com que os alunos se envolvem neste tipo de jogos. Eles são levados a ver os outros de uma forma positiva e a verem os aspectos que os outros consideram positivos em si. Fomenta-se a tolerância e promove-se a auto-estima. Passo a passo, vão sendo criadas condições para que as relações interpessoais na turma sejam melhores, com a diminuição de conflitos e a sua resolução de uma forma mais adequada.Sugestões de leitura:Alcântara, J. A. (1997). Como Educar a Auto-estima. Lisboa: Plátano Edições Técnicas.Brandes, D. & Phillips, H. (1997). Manual de Jogos educativos. Lisboa: Moraes Editores.Marujo, H. A., Neto, L. M., & Perloiro, M. F. (1999). Educar para o Optimismo. Lisboa: Editorial Presença.
Armanda Zenhas 2002-02-11
É interessante observar o prazer com que os alunos se envolvem neste tipo de jogos. Eles são levados a ver os outros de uma forma positiva e a verem os aspectos que os outros consideram positivos em si. Fomenta-se a tolerância e promove-se a auto-estima.
É frequente o surgimento de brigas e de insultos entre os alunos. Às vezes eles deixam marcas que demoram a passar. Há alunos que não se sentem apreciados pelos outros e, quantas vezes, não o são também por si próprios. Há alunos que são muito impulsivos, que têm dificuldade em tomar a perspectiva dos outros e atribuem acontecimentos insignificantes a más intenções dos colegas. Na aula de Formação Cívica podem ser desenvolvidas actividades, tais como jogos e dramatizações, que tenham como objectivo reforçar o conhecimento inter e intrapessoal, orientado para os aspectos positivos de cada indivíduo. É esse o objectivo das actividades aqui sugeridas.1ª actividade:Um aluno sai da sala. A turma refere aspectos que aprecia nesse colega, os quais são registados no quadro. O aluno é chamado e tenta adivinhar quem referiu cada um dos aspectos mencionados.Convém estabelecer um número fixo de referências a fazer sobre cada aluno, para que não haja diferença entre eles. Regras fundamentais a respeitar:- Só podem ser referidos aspectos positivos.- Ninguém pode troçar nem ser indelicado ou desagradável.2ª actividade:É necessária um bola pequena e leve, que será lançada de aluno para aluno, ou um objecto que sirva de testemunho, que irá passar de mão em mão. O professor lança a bola para um aluno, ou passa o testemunho para o primeiro aluno de uma das filas. Este irá referir um aspecto positivo de um colega da turma, felicitando-o por ele ou agradecendo-lho. Em seguida lançará a bola para um colega ou passará o testemunho àquele que estiver mais próximo. Repete-se o procedimento.Regras:- Se um aluno não quiser mesmo participar, poder passar a bola ou o testemunho, sem se pronunciar. Contudo, convém incentivar a participação de todos.- Ninguém pode referir aspectos negativos.- Não pode haver reacções negativas (verbais ou não verbais) ao que cada aluno diz.Exemplos de apreciações que podem ser feitas pelos alunos:- Obrigada, Susana, por me teres telefonado quando eu faltei.- Eu gosto de jogar futebol com o Albano. Ele respeita as regras e não anda à pancada.É interessante observar o prazer com que os alunos se envolvem neste tipo de jogos. Eles são levados a ver os outros de uma forma positiva e a verem os aspectos que os outros consideram positivos em si. Fomenta-se a tolerância e promove-se a auto-estima. Passo a passo, vão sendo criadas condições para que as relações interpessoais na turma sejam melhores, com a diminuição de conflitos e a sua resolução de uma forma mais adequada.Sugestões de leitura:Alcântara, J. A. (1997). Como Educar a Auto-estima. Lisboa: Plátano Edições Técnicas.Brandes, D. & Phillips, H. (1997). Manual de Jogos educativos. Lisboa: Moraes Editores.Marujo, H. A., Neto, L. M., & Perloiro, M. F. (1999). Educar para o Optimismo. Lisboa: Editorial Presença.
MANUAL DE FORMAÇÃO CÍVICA: APRENDER A CRESCER
Aprender a Crescer - Manual de Formação Cívica
(incluindo jogo pedagógico)
de Ana Isabel Garrido; -->ilustração de Inês Massano Cardoso -->
Edição/reimpressão: 2007
Páginas: 62
Editor: Mar da Palavra
ISBN: 9789728910273
Sinopse
"Aprender a crescer - Manual de Formação Cívica" é uma obra que se dirige, sobretudo, aos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico. Resulta de cinco anos de coordenação das actividades desenvolvidas no âmbito da Formação Cívica, numa escola do concelho de Pombal (Instituto D. João V), com cerca de 1600 alunos. Constitui um conjunto de actividades que abordam a educação e a clarificação de valores, atitudes e afectos, a democracia, a vida saudável, a educação ambiental e a solidariedade. O jogo "Aprender a crescer" foi criado especificamente para estas aulas, embora possa também ser jogado em família ou em grupos de amigos. Ajuda professores e alunos a comunicar e a reflectir sobre assuntos do seu agrado ou que os preocupam particularmente. Os temas do jogo foram sugeridos pelos alunos em anos anteriores. Alguns deles são bastante "leves" - "Moda", "Ambiente", "Desporto", "Profissões", "Comportamentos de risco" - outros, porém, seriam difíceis de tratar formalmente durante as aulas, uma vez que, embora sejam do conhecimento dos adolescentes, podem ser muito íntimos - "Educação sexual", "Sentimentos", "Violência doméstica", "Relação pais e filhos".
(incluindo jogo pedagógico)
de Ana Isabel Garrido; -->ilustração de Inês Massano Cardoso -->
Edição/reimpressão: 2007
Páginas: 62
Editor: Mar da Palavra
ISBN: 9789728910273
Sinopse
"Aprender a crescer - Manual de Formação Cívica" é uma obra que se dirige, sobretudo, aos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico. Resulta de cinco anos de coordenação das actividades desenvolvidas no âmbito da Formação Cívica, numa escola do concelho de Pombal (Instituto D. João V), com cerca de 1600 alunos. Constitui um conjunto de actividades que abordam a educação e a clarificação de valores, atitudes e afectos, a democracia, a vida saudável, a educação ambiental e a solidariedade. O jogo "Aprender a crescer" foi criado especificamente para estas aulas, embora possa também ser jogado em família ou em grupos de amigos. Ajuda professores e alunos a comunicar e a reflectir sobre assuntos do seu agrado ou que os preocupam particularmente. Os temas do jogo foram sugeridos pelos alunos em anos anteriores. Alguns deles são bastante "leves" - "Moda", "Ambiente", "Desporto", "Profissões", "Comportamentos de risco" - outros, porém, seriam difíceis de tratar formalmente durante as aulas, uma vez que, embora sejam do conhecimento dos adolescentes, podem ser muito íntimos - "Educação sexual", "Sentimentos", "Violência doméstica", "Relação pais e filhos".
domingo, 11 de abril de 2010
GUIÃO:CONSTRÓI O TEU COMPOSITOR ESCOLAR
Hoje vais proceder à montagem do teu “Compostor Escolar”
-> Desloca-te ao recinto escolar, com as tuas professoras e colegas;
-> Dirige-te para o local onde irás montar o Compostor, levando contigo todos os
materiais que necessitas para o efeito:
- 2 Cestos - Lápis e Bloco de notas
- 1 Bengala - Termómetro
- Algumas Pedras - Luvas
- Material Orgânico - Solo
1) Chegaste ao local onde irás montar o teu “Compostor Escolar”. Coloca os materiais no chão e inicia a montagem.
a. Coloca o cesto maior no solo, debaixo de uma árvore.
b. De seguida, no interior do cesto maior, coloca algumas pedras e o cesto mais pequeno.
2) Agora que acabaste de instalar o Compostor, prepara o Material
Orgânico para colocares no seu interior:
a. Começa por tapar o fundo do Compostor com solo.
b. Coloca os materiais no Compostor em várias camadas, intercalando os Materiais
Castanhos (ramos, folhas secas, etc.) com os Materiais Húmidos (restos de hortaliça e de pão, borras de café, etc.).
c. Repete esta acção até teres terminado de encher o Compostor com todo o material
orgânico que reuniste.
d. Coloca uma nova camada de solo a tapar toda a superfície do Compostor.
3) Terminada a introdução do Material Orgânico no Compostor, deves controlar os factores temperatura, humidade e arejamento, durante todo o processo de compostagem:
a. Insere um termómetro no interior do Compostor, e ao fim de 10 minutos,
regista a temperatura num bloco de notas.
b. Verifica se a humidade inicial é suficiente, caso contrário, rega o conteúdo do
compostor com água.
Importante:
-> Deves efectuar medições de temperatura 1 vez por semana, ao longo de todo o processo.
-> Constrói um gráfico em papel milimétrico com o registo das medições; o eixo das abcissas terá os valores da temperatura e o eixo das ordenadas as datas da medição.
-> Quanto à humidade, deverás fazer a sua monitorização 1 vez por semana.
-> Deves ainda revolver o conteúdo do compostor 1 vez por semana, para promover o seu
arejamento.
4) O Composto está pronto a ser utilizado como fertilizante passados 4 a 8 meses do início do processo.
-> Desloca-te ao recinto escolar, com as tuas professoras e colegas;
-> Dirige-te para o local onde irás montar o Compostor, levando contigo todos os
materiais que necessitas para o efeito:
- 2 Cestos - Lápis e Bloco de notas
- 1 Bengala - Termómetro
- Algumas Pedras - Luvas
- Material Orgânico - Solo
1) Chegaste ao local onde irás montar o teu “Compostor Escolar”. Coloca os materiais no chão e inicia a montagem.
a. Coloca o cesto maior no solo, debaixo de uma árvore.
b. De seguida, no interior do cesto maior, coloca algumas pedras e o cesto mais pequeno.
2) Agora que acabaste de instalar o Compostor, prepara o Material
Orgânico para colocares no seu interior:
a. Começa por tapar o fundo do Compostor com solo.
b. Coloca os materiais no Compostor em várias camadas, intercalando os Materiais
Castanhos (ramos, folhas secas, etc.) com os Materiais Húmidos (restos de hortaliça e de pão, borras de café, etc.).
c. Repete esta acção até teres terminado de encher o Compostor com todo o material
orgânico que reuniste.
d. Coloca uma nova camada de solo a tapar toda a superfície do Compostor.
3) Terminada a introdução do Material Orgânico no Compostor, deves controlar os factores temperatura, humidade e arejamento, durante todo o processo de compostagem:
a. Insere um termómetro no interior do Compostor, e ao fim de 10 minutos,
regista a temperatura num bloco de notas.
b. Verifica se a humidade inicial é suficiente, caso contrário, rega o conteúdo do
compostor com água.
Importante:
-> Deves efectuar medições de temperatura 1 vez por semana, ao longo de todo o processo.
-> Constrói um gráfico em papel milimétrico com o registo das medições; o eixo das abcissas terá os valores da temperatura e o eixo das ordenadas as datas da medição.
-> Quanto à humidade, deverás fazer a sua monitorização 1 vez por semana.
-> Deves ainda revolver o conteúdo do compostor 1 vez por semana, para promover o seu
arejamento.
4) O Composto está pronto a ser utilizado como fertilizante passados 4 a 8 meses do início do processo.
EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA
Recomendações do Fórum Educação para a Cidadania
3 de Jun de 2008
Assegurar a Educação para a Cidadania Global como uma componente do currículo de natureza transversal, a desenvolver em todas as áreas curriculares disciplinares e não disciplinares, ao longo de todos os ciclos de ensino, é uma das principais recomendações apresentadas no documento “Objectivos estratégicos e recomendações para um plano de acção de Educação para a Cidadania”, elaborado pela comissão de redacção do Fórum Educação para a Cidadania.
No âmbito do núcleo de reflexão Problemática da Cidadania na Escola, integrado no Fórum, as recomendações apontam para a identificação de um núcleo de competências essenciais a desenvolver transversalmente em todo o currículo, tendo em conta três eixos fundamentais: postura cívica individual, relacionamento interpessoal e relacionamento social e intercultural.
A adopção de um referencial pedagógico que inclua conteúdos concretos e constitua orientação geral para a área de Formação Cívica é outra das recomendações inseridas no documento, que salienta a importância da abordagem de temáticas relevantes na sociedade contemporânea, nomeadamente das que incidem sobre o consumo responsável, a segurança humana e os média.
Defende-se, igualmente, a abordagem de questões relacionadas com a Educação para a Cidadania Global na Área de Projecto, na medida em que esta área curricular não disciplinar favorece a articulação dos saberes de diversas áreas curriculares, quer ao nível da reflexão sobre os direitos humanos, quer no que respeita às questões emergentes na sociedade actual.
Para que a escola se assuma enquanto espaço privilegiado de exercício da cidadania, salienta-se a importância das vivências de cidadania, consubstanciadas na identificação das falhas no funcionamento do estabelecimento de ensino e no desenvolvimento de processos partilhados de resolução que permitam ultrapassá-las, com benefício para toda a comunidade educativa.
Neste sentido, as escolas devem conceber os seus projectos educativos como projectos de cidadania global, que impliquem vivências de exercício da cidadania nos diferentes espaços curriculares, disciplinares e não disciplinares, bem como nos contextos extracurriculares e não formais.
A formação inicial e contínua de professores e de outros grupos de profissionais e de agentes educativos, direccionada para a aquisição de competências para trabalhar a Educação para a Cidadania Global na escola, é considerada essencial para garantir a transversalidade da dimensão da cidadania nos conteúdos programáticos, nas metodologias e nas atitudes, em todas as situações vividas nos estabelecimentos de ensino.
Nomeadamente para a abordagem dos diversos conteúdos temáticos da Educação para a Cidadania Global, a desenvolver na área de Formação Cívica, deve ser assegurada formação específica de docentes que lhes confira habilitação adequada para o efeito.
A concepção, a adaptação, o desenvolvimento e a difusão de recursos e de materiais, destinados aos diversos ciclos de ensino, são valorizados no referido documento para servir de apoio ao trabalho de professores e de alunos.
A criação do Fórum de Educação para a Cidadania, uma iniciativa do Ministério da Educação e da Presidência do Conselho de Ministros, no ano de 2006, teve como principal objectivo a apresentação de orientações para um Plano de Acção de Educação para a Cidadania.
Presidido por Eduardo Marçal Grilo, o Fórum Educação para a Cidadania é uma iniciativa inédita em Portugal, que reúne diversas personalidades e instituições da sociedade civil que, a título independente, aceitaram dar o seu contributo intelectual e o seu empenho cívico para uma reflexão alargada sobre a cidadania.
Pretendia-se, designadamente, a identificação de práticas de referência e a apresentação de recomendações que ajudassem a concretizar um plano de acção capaz de permitir utilizar, de forma adequada, as áreas curriculares não disciplinares e, em particular, a Área de Projecto e a Formação Cívica, e de propiciar o desenvolvimento de projectos transversais nos espaços disciplinares.
Tendo em conta a pluralidade de participantes e a necessidade de situar os objectivos num contexto alargado e coerente, mas também aprofundado e pragmático, os debates organizaram-se em torno de dois núcleos de reflexão - Grandes Questões da Cidadania e Problemática da Cidadania na Escola.
O documento "Objectivos estratégicos e recomendações para um plano de acção de Educação para a Cidadania" sintetiza e integra os debates do Fórum, enquadrando e sistematizando as medidas consideradas objectivos estratégicos da Educação para a Cidadania, nomeadamente no âmbito da educação.
3 de Jun de 2008
Assegurar a Educação para a Cidadania Global como uma componente do currículo de natureza transversal, a desenvolver em todas as áreas curriculares disciplinares e não disciplinares, ao longo de todos os ciclos de ensino, é uma das principais recomendações apresentadas no documento “Objectivos estratégicos e recomendações para um plano de acção de Educação para a Cidadania”, elaborado pela comissão de redacção do Fórum Educação para a Cidadania.
No âmbito do núcleo de reflexão Problemática da Cidadania na Escola, integrado no Fórum, as recomendações apontam para a identificação de um núcleo de competências essenciais a desenvolver transversalmente em todo o currículo, tendo em conta três eixos fundamentais: postura cívica individual, relacionamento interpessoal e relacionamento social e intercultural.
A adopção de um referencial pedagógico que inclua conteúdos concretos e constitua orientação geral para a área de Formação Cívica é outra das recomendações inseridas no documento, que salienta a importância da abordagem de temáticas relevantes na sociedade contemporânea, nomeadamente das que incidem sobre o consumo responsável, a segurança humana e os média.
Defende-se, igualmente, a abordagem de questões relacionadas com a Educação para a Cidadania Global na Área de Projecto, na medida em que esta área curricular não disciplinar favorece a articulação dos saberes de diversas áreas curriculares, quer ao nível da reflexão sobre os direitos humanos, quer no que respeita às questões emergentes na sociedade actual.
Para que a escola se assuma enquanto espaço privilegiado de exercício da cidadania, salienta-se a importância das vivências de cidadania, consubstanciadas na identificação das falhas no funcionamento do estabelecimento de ensino e no desenvolvimento de processos partilhados de resolução que permitam ultrapassá-las, com benefício para toda a comunidade educativa.
Neste sentido, as escolas devem conceber os seus projectos educativos como projectos de cidadania global, que impliquem vivências de exercício da cidadania nos diferentes espaços curriculares, disciplinares e não disciplinares, bem como nos contextos extracurriculares e não formais.
A formação inicial e contínua de professores e de outros grupos de profissionais e de agentes educativos, direccionada para a aquisição de competências para trabalhar a Educação para a Cidadania Global na escola, é considerada essencial para garantir a transversalidade da dimensão da cidadania nos conteúdos programáticos, nas metodologias e nas atitudes, em todas as situações vividas nos estabelecimentos de ensino.
Nomeadamente para a abordagem dos diversos conteúdos temáticos da Educação para a Cidadania Global, a desenvolver na área de Formação Cívica, deve ser assegurada formação específica de docentes que lhes confira habilitação adequada para o efeito.
A concepção, a adaptação, o desenvolvimento e a difusão de recursos e de materiais, destinados aos diversos ciclos de ensino, são valorizados no referido documento para servir de apoio ao trabalho de professores e de alunos.
A criação do Fórum de Educação para a Cidadania, uma iniciativa do Ministério da Educação e da Presidência do Conselho de Ministros, no ano de 2006, teve como principal objectivo a apresentação de orientações para um Plano de Acção de Educação para a Cidadania.
Presidido por Eduardo Marçal Grilo, o Fórum Educação para a Cidadania é uma iniciativa inédita em Portugal, que reúne diversas personalidades e instituições da sociedade civil que, a título independente, aceitaram dar o seu contributo intelectual e o seu empenho cívico para uma reflexão alargada sobre a cidadania.
Pretendia-se, designadamente, a identificação de práticas de referência e a apresentação de recomendações que ajudassem a concretizar um plano de acção capaz de permitir utilizar, de forma adequada, as áreas curriculares não disciplinares e, em particular, a Área de Projecto e a Formação Cívica, e de propiciar o desenvolvimento de projectos transversais nos espaços disciplinares.
Tendo em conta a pluralidade de participantes e a necessidade de situar os objectivos num contexto alargado e coerente, mas também aprofundado e pragmático, os debates organizaram-se em torno de dois núcleos de reflexão - Grandes Questões da Cidadania e Problemática da Cidadania na Escola.
O documento "Objectivos estratégicos e recomendações para um plano de acção de Educação para a Cidadania" sintetiza e integra os debates do Fórum, enquadrando e sistematizando as medidas consideradas objectivos estratégicos da Educação para a Cidadania, nomeadamente no âmbito da educação.
FORMAÇÃO CÍVICA
Organização e gestão do currículo
21 de Jul de 2008
O Ministério da Educação definiu os princípios orientadores a que devem obedecer a organização e a gestão do currículo, com o objectivo de colmatar quer a excessiva disciplinarização da função docente no 2.º ciclo, quer alguns constrangimentos ao nível do cumprimento dos objectivos e das finalidades que presidem à criação das áreas curriculares não disciplinares.
Assim sendo, importa fazer cumprir os objectivos que presidem ao ensino básico e à sua organização, os quais pressupõem o regime de professor por área no 2.º ciclo para o desenvolvimento de áreas interdisciplinares de formação básica, conforme previsto na Lei de Bases do Sistema Educativo Português.
Este conceito determina a necessidade de uma distribuição de serviço lectivo, ao nível da turma e da escola, de forma a permitir a redução do número de professores por turma, uma vez que o recrutamento dos docentes do 2.º ciclo se destina a uma determinada área curricular disciplinar. Esta organização deverá facilitar o trabalho transversal, de forma a cumprir o Projecto Curricular de Turma como instrumento decisivo para a regulação das aprendizagens e para a organização da vida escolar.
Relativamente às três áreas curriculares não disciplinares (Área Projecto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica), pretende-se que o trabalho realizado contribua para uma intervenção conjugada dos docentes, materializada no Projecto Curricular de Turma.
Estas orientações aplicam-se aos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas com ensino básico, e têm como objecto a distribuição do serviço docente nas áreas curriculares disciplinares, ao nível do 2.º ciclo, e a identificação de algumas das actividades a desenvolver no âmbito das áreas curriculares não disciplinares.
A distribuição do serviço docente, no 2.º ciclo, passa a assegurar, sempre que possível, que cada docente leccione à mesma turma as disciplinas ou áreas disciplinares relativas ao seu grupo de recrutamento.
Cabe ao director de turma leccionar à mesma turma as disciplinas ou áreas disciplinares respeitantes ao seu grupo de recrutamento, a área curricular não disciplinar de Formação Cívica e, sempre que possível, uma das outras áreas curriculares não disciplinares.
Nos 2.º e 3.º ciclos, a área disciplinar da Formação Cívica deve ser atribuída aos directores de turma e o seu tempo curricular deve ser utilizado para, através da participação dos alunos, regular os problemas de aprendizagem e da vida da turma, bem como para desenvolver projectos no âmbito da cidadania e da participação cívica.
O módulo de Cidadania e Segurança deve ser trabalhado na área da Formação Cívica, em cinco blocos de 90 minutos, ao longo do 5.º ano de escolaridade, de acordo com uma sequência e um calendário a definir pela escola e tendo em conta as orientações da Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.
O trabalho desenvolvido em cada uma das áreas já referidas deve ser objecto de uma avaliação participada e formativa, no contexto da turma, e de uma avaliação global, no final do ano lectivo, a realizar pelo conselho pedagógico, da qual deve resultar um relatório. No final do ano lectivo, o director envia à direcção regional de educação respectiva esta avaliação global.
•Despacho n.º 19308/2008
21 de Jul de 2008
O Ministério da Educação definiu os princípios orientadores a que devem obedecer a organização e a gestão do currículo, com o objectivo de colmatar quer a excessiva disciplinarização da função docente no 2.º ciclo, quer alguns constrangimentos ao nível do cumprimento dos objectivos e das finalidades que presidem à criação das áreas curriculares não disciplinares.
Assim sendo, importa fazer cumprir os objectivos que presidem ao ensino básico e à sua organização, os quais pressupõem o regime de professor por área no 2.º ciclo para o desenvolvimento de áreas interdisciplinares de formação básica, conforme previsto na Lei de Bases do Sistema Educativo Português.
Este conceito determina a necessidade de uma distribuição de serviço lectivo, ao nível da turma e da escola, de forma a permitir a redução do número de professores por turma, uma vez que o recrutamento dos docentes do 2.º ciclo se destina a uma determinada área curricular disciplinar. Esta organização deverá facilitar o trabalho transversal, de forma a cumprir o Projecto Curricular de Turma como instrumento decisivo para a regulação das aprendizagens e para a organização da vida escolar.
Relativamente às três áreas curriculares não disciplinares (Área Projecto, Estudo Acompanhado e Formação Cívica), pretende-se que o trabalho realizado contribua para uma intervenção conjugada dos docentes, materializada no Projecto Curricular de Turma.
Estas orientações aplicam-se aos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas com ensino básico, e têm como objecto a distribuição do serviço docente nas áreas curriculares disciplinares, ao nível do 2.º ciclo, e a identificação de algumas das actividades a desenvolver no âmbito das áreas curriculares não disciplinares.
A distribuição do serviço docente, no 2.º ciclo, passa a assegurar, sempre que possível, que cada docente leccione à mesma turma as disciplinas ou áreas disciplinares relativas ao seu grupo de recrutamento.
Cabe ao director de turma leccionar à mesma turma as disciplinas ou áreas disciplinares respeitantes ao seu grupo de recrutamento, a área curricular não disciplinar de Formação Cívica e, sempre que possível, uma das outras áreas curriculares não disciplinares.
Nos 2.º e 3.º ciclos, a área disciplinar da Formação Cívica deve ser atribuída aos directores de turma e o seu tempo curricular deve ser utilizado para, através da participação dos alunos, regular os problemas de aprendizagem e da vida da turma, bem como para desenvolver projectos no âmbito da cidadania e da participação cívica.
O módulo de Cidadania e Segurança deve ser trabalhado na área da Formação Cívica, em cinco blocos de 90 minutos, ao longo do 5.º ano de escolaridade, de acordo com uma sequência e um calendário a definir pela escola e tendo em conta as orientações da Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.
O trabalho desenvolvido em cada uma das áreas já referidas deve ser objecto de uma avaliação participada e formativa, no contexto da turma, e de uma avaliação global, no final do ano lectivo, a realizar pelo conselho pedagógico, da qual deve resultar um relatório. No final do ano lectivo, o director envia à direcção regional de educação respectiva esta avaliação global.
•Despacho n.º 19308/2008
FORMAÇÃO CÍVICA
Formação Cívica
A Formação Cívica é um espaço privilegiado para o desenvolvimento da educação para a cidadania, constituindo um espaço de diálogo e reflexão sobre experiências vividas e preocupações sentidas pelos alunos e sobre questões relativas à sua participação, individual e colectiva na vida da turma, da escola e da comunidade. A actividade a desenvolver neste domínio contará com o apoio de um tempo semanal para sessões de informação e de debate que, entre outros, pode assumir o formato de assembleia de turma.
Finalidades
Desenvolver competências necessárias ao exercício da cidadania.
Desenvolver nos alunos atitudes de auto-estima, respeito mútuo e regras de convivência que conduzam à formação de cidadãos tolerantes, autónomos, participativos e civicamente responsáveis.
Promover valores de tolerância, solidariedade e respeito pelos outros.
Estimular a participação activa dos alunos na escola e na sociedade.
Proporcionar aos alunos momentos de reflexão sobre a vida da escola e os princípios democráticos que regem o seu funcionamento.
Pressupostos
Todos os momentos são propícios à reflexão sobre a educação para a cidadania, nas aulas e fora delas, na participação da organização da vida escolar, nos estudos, nas actividades desportivas, nos tempos livres, no convívio e nas regras que o orientam.
A cidadania exerce-se na participação, cooperação, tomada de decisão e expressão de opinião com liberdade e responsabilidade.
Nesta área devem ser promovidas situações de aprendizagem que integrem dimensões da vida individual e colectiva, bem como conhecimentos fundamentais para compreender a sociedade e as suas instituições.
Aquisição de competências, individualmente e em grupo, para a construção de um projecto de vida saudável nas vertentes física, psíquica e social.
Princípios orientadores
Esta componente curricular não é de exclusiva responsabilidade de um professor ou de uma disciplina, mas sim de todas as disciplinas e áreas do currículo, visto abarcar todos os saberes e abranger todas as situações vividas na escola;
De modo a favorecer o desenvolvimento desta área, existe um tempo semanal no horário dos alunos e do director de turma, destinado à informação, sistematização e aprofundamento dos assuntos;
Na sua vertente de apoio de um tempo semanal, deve:
ser planificada pelo director de turma após ouvido e o conselho de directores de turma e o conselho de turma, tendo em conta o projecto educativo, o projecto curricular de escola e de turma;
ser um espaço privilegiado para a discussão e construção de regras/normas de conduta adequadas;
constituir também um espaço de diálogo e reflexão sobre assuntos específicos apresentados pelos alunos.
Intervenientes
Esta área curricular é discutida, planificada e gerida em conselho de turma, sendo a sua operacionalização da responsabilidade do director de turma.
Avaliação
A avaliação desta área curricular não disciplinar caracteriza-se por ser descritiva, baseada na auto-reflexão, no conhecimento que o aluno tem de si próprio e da sua evolução. Este tipo de reflexão deve ser orientado pelo director de turma, podendo o mesmo recolher contributos dos professores das áreas disciplinares/disciplinas, no sentido de validar a evolução dos alunos. Compete ao conselho de turma proceder à avaliação sumativa mediante proposta do professor que lecciona a área de Formação Cívica.
A Formação Cívica é um espaço privilegiado para o desenvolvimento da educação para a cidadania, constituindo um espaço de diálogo e reflexão sobre experiências vividas e preocupações sentidas pelos alunos e sobre questões relativas à sua participação, individual e colectiva na vida da turma, da escola e da comunidade. A actividade a desenvolver neste domínio contará com o apoio de um tempo semanal para sessões de informação e de debate que, entre outros, pode assumir o formato de assembleia de turma.
Finalidades
Desenvolver competências necessárias ao exercício da cidadania.
Desenvolver nos alunos atitudes de auto-estima, respeito mútuo e regras de convivência que conduzam à formação de cidadãos tolerantes, autónomos, participativos e civicamente responsáveis.
Promover valores de tolerância, solidariedade e respeito pelos outros.
Estimular a participação activa dos alunos na escola e na sociedade.
Proporcionar aos alunos momentos de reflexão sobre a vida da escola e os princípios democráticos que regem o seu funcionamento.
Pressupostos
Todos os momentos são propícios à reflexão sobre a educação para a cidadania, nas aulas e fora delas, na participação da organização da vida escolar, nos estudos, nas actividades desportivas, nos tempos livres, no convívio e nas regras que o orientam.
A cidadania exerce-se na participação, cooperação, tomada de decisão e expressão de opinião com liberdade e responsabilidade.
Nesta área devem ser promovidas situações de aprendizagem que integrem dimensões da vida individual e colectiva, bem como conhecimentos fundamentais para compreender a sociedade e as suas instituições.
Aquisição de competências, individualmente e em grupo, para a construção de um projecto de vida saudável nas vertentes física, psíquica e social.
Princípios orientadores
Esta componente curricular não é de exclusiva responsabilidade de um professor ou de uma disciplina, mas sim de todas as disciplinas e áreas do currículo, visto abarcar todos os saberes e abranger todas as situações vividas na escola;
De modo a favorecer o desenvolvimento desta área, existe um tempo semanal no horário dos alunos e do director de turma, destinado à informação, sistematização e aprofundamento dos assuntos;
Na sua vertente de apoio de um tempo semanal, deve:
ser planificada pelo director de turma após ouvido e o conselho de directores de turma e o conselho de turma, tendo em conta o projecto educativo, o projecto curricular de escola e de turma;
ser um espaço privilegiado para a discussão e construção de regras/normas de conduta adequadas;
constituir também um espaço de diálogo e reflexão sobre assuntos específicos apresentados pelos alunos.
Intervenientes
Esta área curricular é discutida, planificada e gerida em conselho de turma, sendo a sua operacionalização da responsabilidade do director de turma.
Avaliação
A avaliação desta área curricular não disciplinar caracteriza-se por ser descritiva, baseada na auto-reflexão, no conhecimento que o aluno tem de si próprio e da sua evolução. Este tipo de reflexão deve ser orientado pelo director de turma, podendo o mesmo recolher contributos dos professores das áreas disciplinares/disciplinas, no sentido de validar a evolução dos alunos. Compete ao conselho de turma proceder à avaliação sumativa mediante proposta do professor que lecciona a área de Formação Cívica.
EDUCAR PARA A CIDADANIA: PROPOSTAS
Educar para a Cidadania - Propostas
Educar para a Cidadania
Maria Virgínia Arantes
À luz dos Princípios e Valores orientadores do Currículo, a Educação para a Cidadania afecta transversalmente todo o processo educativo.
As competências que seguidamente se enunciam, de forma sumária e a título exemplificativo, reflectem necessidades sentidas por todos os actores envolvidos na formação do aluno. É um contributo simples e despretensioso, apenas um ponto de partida para um trabalho de reflexão, enriquecimento e adequação à realidade dos alunos que temos.
A sua operacionalização ocorrerá de forma diversificada, atendendo às idades, níveis de desenvolvimento (cognitivo, nomeadamente), solicitações, interesses e preocupações dos alunos ou turmas.
O nosso quotidiano é fértil em oportunidades de concretização, sobretudo se a nossa postura for interventiva e se não nos deixarmos prender pela premência e imprescindibilidade dos nossos conteúdos programáticos.
O Conselho de Turma, por seu lado, poderá privilegiar aspectos que considere prioritários para o grupo de alunos em questão e propor o seu aprofundamento em Formação Cívica.
Proposta de competências a desenvolver
Atitudes e valores
A Educação para a Cidadania capacitará o aluno a:
o Compreender os limites da liberdade individual.
o Comportar-se de forma solidária com os que o rodeiam.
o Participar em acções ou campanhas de solidariedade.
o Orientar as suas atitudes pelo respeito por si e pelos outros.
o Valorizar a importância da amizade.
o Actuar com honestidade e lealdade.
o Valorizar a justiça.
o Fazer juízos valorativos.
o Antecipar, ao nível moral, as consequências dos seus actos.
o Resolver dilemas morais.
o Avaliar criticamente atitudes, mensagens, à luz dos valores.
o Aceitar diferentes credos e formas de viver.
o Avaliar e defender o respeito pelos Direitos Humanos.
o Relacionar criticamente progresso e dignificação do Homem.
o Revelar sensibilidade à Beleza.
o Compreender a função distintiva dos Valores na sexualidade humana.
Desenvolvimento pessoal
A Educação para a Cidadania capacitará o aluno a:
o Saber ouvir.
o Exprimir ideias e pontos de vista.
o Informar-se.
o Trabalhar de forma autónoma.
o Reflectir e autoquestionar-se.
o Pedir ajuda, apoio, conselho.
o Tomar decisões.
o Interpretar sentimentos.
o Exteriorizar emoções.
o Controlar emoções.
o Analisar os seus pontos fracos / pontos fortes.
o Formular objectivos para si próprio.
o Traçar metas para o seu desenvolvimento.
o Antecipar as consequências dos seus actos.
o Resistir a pressões ou influências.
o Adaptar-se a mudanças.
o Avaliar o seu desempenho.
o Propor soluções para uma situação ou problema.
o Saber prevenir situações de risco.
o Questionar-se em função de padrões de vida saudável.
o Ter hábitos de higiene.
o Compreender os efeitos positivos da prática regular de exercício físico.
o Compreender modificações físicas e emocionais ligadas à sexualidade.
Desenvolvimento interpessoal/social
A Educação para a Cidadania capacitará o aluno a:
o Saber ouvir.
o Participar num debate/argumentar.
o Autodisciplinar a sua participação.
o Aceitar pontos de vista diferentes dos seus.
o Interpretar reacções.
o Ser sensível a sentimentos.
o Evitar situações de conflito.
o Negociar.
o Resolver conflitos.
o Criar empatia com os outros.
o Analisar pontos fracos /pontos fortes nos outros.
o Apreciar qualidades e competências.
o Trabalhar com os outros.
o Partilhar saberes.
o Empenhar-se na resolução de dificuldades dos outros.
o Cooperar na busca de soluções para situações ou problemas.
o Participar em projectos colectivos.
o Avaliar criticamente o desempenho dos outros.
o Adaptar-se a situações comunicacionais diversas.
o Relacionar-se correctamente com os seus pares e com os adultos.
o Consciencializar-se da importância do indivíduo no bem-estar colectivo.
o Ser sensível ao sofrimento físico e emocional.
o Aceitar a diferença (individual, cultural, ...).
o Implicar-se na defesa do ambiente.
o Tomar posição perante agressões ao ambiente.
o Participar na definição de regras de funcionamento e convivência.
o Descobrir a importância ou a simbologia das heranças culturais da sua comunidade.
o Compreender o funcionamento e a finalidade de instituições ou organizações.
Educar para a Cidadania
Maria Virgínia Arantes
À luz dos Princípios e Valores orientadores do Currículo, a Educação para a Cidadania afecta transversalmente todo o processo educativo.
As competências que seguidamente se enunciam, de forma sumária e a título exemplificativo, reflectem necessidades sentidas por todos os actores envolvidos na formação do aluno. É um contributo simples e despretensioso, apenas um ponto de partida para um trabalho de reflexão, enriquecimento e adequação à realidade dos alunos que temos.
A sua operacionalização ocorrerá de forma diversificada, atendendo às idades, níveis de desenvolvimento (cognitivo, nomeadamente), solicitações, interesses e preocupações dos alunos ou turmas.
O nosso quotidiano é fértil em oportunidades de concretização, sobretudo se a nossa postura for interventiva e se não nos deixarmos prender pela premência e imprescindibilidade dos nossos conteúdos programáticos.
O Conselho de Turma, por seu lado, poderá privilegiar aspectos que considere prioritários para o grupo de alunos em questão e propor o seu aprofundamento em Formação Cívica.
Proposta de competências a desenvolver
Atitudes e valores
A Educação para a Cidadania capacitará o aluno a:
o Compreender os limites da liberdade individual.
o Comportar-se de forma solidária com os que o rodeiam.
o Participar em acções ou campanhas de solidariedade.
o Orientar as suas atitudes pelo respeito por si e pelos outros.
o Valorizar a importância da amizade.
o Actuar com honestidade e lealdade.
o Valorizar a justiça.
o Fazer juízos valorativos.
o Antecipar, ao nível moral, as consequências dos seus actos.
o Resolver dilemas morais.
o Avaliar criticamente atitudes, mensagens, à luz dos valores.
o Aceitar diferentes credos e formas de viver.
o Avaliar e defender o respeito pelos Direitos Humanos.
o Relacionar criticamente progresso e dignificação do Homem.
o Revelar sensibilidade à Beleza.
o Compreender a função distintiva dos Valores na sexualidade humana.
Desenvolvimento pessoal
A Educação para a Cidadania capacitará o aluno a:
o Saber ouvir.
o Exprimir ideias e pontos de vista.
o Informar-se.
o Trabalhar de forma autónoma.
o Reflectir e autoquestionar-se.
o Pedir ajuda, apoio, conselho.
o Tomar decisões.
o Interpretar sentimentos.
o Exteriorizar emoções.
o Controlar emoções.
o Analisar os seus pontos fracos / pontos fortes.
o Formular objectivos para si próprio.
o Traçar metas para o seu desenvolvimento.
o Antecipar as consequências dos seus actos.
o Resistir a pressões ou influências.
o Adaptar-se a mudanças.
o Avaliar o seu desempenho.
o Propor soluções para uma situação ou problema.
o Saber prevenir situações de risco.
o Questionar-se em função de padrões de vida saudável.
o Ter hábitos de higiene.
o Compreender os efeitos positivos da prática regular de exercício físico.
o Compreender modificações físicas e emocionais ligadas à sexualidade.
Desenvolvimento interpessoal/social
A Educação para a Cidadania capacitará o aluno a:
o Saber ouvir.
o Participar num debate/argumentar.
o Autodisciplinar a sua participação.
o Aceitar pontos de vista diferentes dos seus.
o Interpretar reacções.
o Ser sensível a sentimentos.
o Evitar situações de conflito.
o Negociar.
o Resolver conflitos.
o Criar empatia com os outros.
o Analisar pontos fracos /pontos fortes nos outros.
o Apreciar qualidades e competências.
o Trabalhar com os outros.
o Partilhar saberes.
o Empenhar-se na resolução de dificuldades dos outros.
o Cooperar na busca de soluções para situações ou problemas.
o Participar em projectos colectivos.
o Avaliar criticamente o desempenho dos outros.
o Adaptar-se a situações comunicacionais diversas.
o Relacionar-se correctamente com os seus pares e com os adultos.
o Consciencializar-se da importância do indivíduo no bem-estar colectivo.
o Ser sensível ao sofrimento físico e emocional.
o Aceitar a diferença (individual, cultural, ...).
o Implicar-se na defesa do ambiente.
o Tomar posição perante agressões ao ambiente.
o Participar na definição de regras de funcionamento e convivência.
o Descobrir a importância ou a simbologia das heranças culturais da sua comunidade.
o Compreender o funcionamento e a finalidade de instituições ou organizações.
CIDADANIA/CIDADÃO
Conceito de cidadania | cidadão
A. "A cidadania é responsabilidade perante nós e perante os outros, consciência de deveres e de direitos, impulso para a solidariedade e para a participação, é sentido de comunidade e de partilha, é insatisfação perante o que é injusto ou o que está mal, é vontade de aperfeiçoar, de servir, é espírito de inovação, de audácia, de risco, é pensamento que age e acção que se pensa."
Jorge Sampaio, in Educar para a Cidadania, Maria de Lourdes L. Paixão, Lisboa Ed.
B. "A educação para a cidadania constitui uma garantia da democracia e só pode realizar-se em contextos experienciais democráticos. Diz respeito a todas as instituições de socialização, de formação e de expressão da vida pública, mas, naturalmente, cabe aos sistemas educativos desenvolverem, nas crianças e nos jovens, os saberes e as práticas de uma cidadania activa.
Na última década, várias organizações internacionais têm vindo a apresentar aos governos e à opinião pública propostas que desenvolvem o conceito de educação para a cidadania, enumerando os valores que a devem sustentar e sugerindo estratégias educativas.
São de referir, em especial, o projecto do BIE/ UNESCO "Que educação para a cidadania?", o projecto do Conselho da Europa "Educação para a Cidadania Democrática", o relatório da EU "Construir a Europa pela Educação e a Formação" e o relatório Delors da Unesco "A Educação, um Tesouro a Descobrir". Os quatro são convergentes nos objectivos e nas orientações:
- o desenvolvimento humano; a participação democrática; a coesão social.
As componentes de uma educação para a cidadania estão abrangidas no emblemático conjunto de aprendizagens fundamentais, referido no relatório Delors pelos quatro pilares da Educação:
- aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a ser; aprender a viver juntos.
Neles podemos reconhecer a formação pessoal para a autonomia moral e a responsabilidade, o conhecimento e o juízo crítico, a empatia e a comunicação, bem como a formação social para a escolha e a decisão, a cooperação, a intervenção e o compromisso, que constitui o quarto pilar inovador: aprender a viver juntos."
Maria de Lourdes L. Paixão, Educar para a Cidadania, Lisboa Ed. (texto adaptad
A. "A cidadania é responsabilidade perante nós e perante os outros, consciência de deveres e de direitos, impulso para a solidariedade e para a participação, é sentido de comunidade e de partilha, é insatisfação perante o que é injusto ou o que está mal, é vontade de aperfeiçoar, de servir, é espírito de inovação, de audácia, de risco, é pensamento que age e acção que se pensa."
Jorge Sampaio, in Educar para a Cidadania, Maria de Lourdes L. Paixão, Lisboa Ed.
B. "A educação para a cidadania constitui uma garantia da democracia e só pode realizar-se em contextos experienciais democráticos. Diz respeito a todas as instituições de socialização, de formação e de expressão da vida pública, mas, naturalmente, cabe aos sistemas educativos desenvolverem, nas crianças e nos jovens, os saberes e as práticas de uma cidadania activa.
Na última década, várias organizações internacionais têm vindo a apresentar aos governos e à opinião pública propostas que desenvolvem o conceito de educação para a cidadania, enumerando os valores que a devem sustentar e sugerindo estratégias educativas.
São de referir, em especial, o projecto do BIE/ UNESCO "Que educação para a cidadania?", o projecto do Conselho da Europa "Educação para a Cidadania Democrática", o relatório da EU "Construir a Europa pela Educação e a Formação" e o relatório Delors da Unesco "A Educação, um Tesouro a Descobrir". Os quatro são convergentes nos objectivos e nas orientações:
- o desenvolvimento humano; a participação democrática; a coesão social.
As componentes de uma educação para a cidadania estão abrangidas no emblemático conjunto de aprendizagens fundamentais, referido no relatório Delors pelos quatro pilares da Educação:
- aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a ser; aprender a viver juntos.
Neles podemos reconhecer a formação pessoal para a autonomia moral e a responsabilidade, o conhecimento e o juízo crítico, a empatia e a comunicação, bem como a formação social para a escolha e a decisão, a cooperação, a intervenção e o compromisso, que constitui o quarto pilar inovador: aprender a viver juntos."
Maria de Lourdes L. Paixão, Educar para a Cidadania, Lisboa Ed. (texto adaptad
Objectivos Gerais da Formação Cívica
Desenvolver competências necessárias ao exercício de cidadania;
Promover atitudes de auto-estima, respeito mútuo e regras de convivência que conduzam à formação de cidadãos autónomos, participativos e civicamente responsáveis;
Promover valores de tolerância e solidariedade;
Estimular a participação dos alunos na vida da turma, da escola e da comunidade.
Promover atitudes de auto-estima, respeito mútuo e regras de convivência que conduzam à formação de cidadãos autónomos, participativos e civicamente responsáveis;
Promover valores de tolerância e solidariedade;
Estimular a participação dos alunos na vida da turma, da escola e da comunidade.
Objectivos Específicos da Formação Cívica
Debater os problemas da turma e resolver conflitos;
Valorizar as experiências vividas e sentidas pelos alunos;
Promover o diálogo e a reflexão sobre questões relativas à participação/actuação individual e colectiva nos diferentes espaços da escola, recorrendo a atitudes normas e valores que visem a sua preservação e melhoria.
Promover o diálogo e a reflexão sobre as regras de convivência e respeito mútuo na comunidade educativa, questionando comportamentos, atitudes e valores;
Consciencializar os alunos para a importância das relações humanas e a existência de regras de conduta social;
Adquirir hábitos de participação democrática ao nível do debate de ideias;
Aprender a exprimir opiniões fundamentadas.
Valorizar as experiências vividas e sentidas pelos alunos;
Promover o diálogo e a reflexão sobre questões relativas à participação/actuação individual e colectiva nos diferentes espaços da escola, recorrendo a atitudes normas e valores que visem a sua preservação e melhoria.
Promover o diálogo e a reflexão sobre as regras de convivência e respeito mútuo na comunidade educativa, questionando comportamentos, atitudes e valores;
Consciencializar os alunos para a importância das relações humanas e a existência de regras de conduta social;
Adquirir hábitos de participação democrática ao nível do debate de ideias;
Aprender a exprimir opiniões fundamentadas.
METODOLOGIAS
Metodologias pedagógicas activas utilizando estratégias como:
Trabalho de Grupo;
Debates;
Pesquisa orientada de textos e imagens;
Visionamento de Vídeos e DVDs
Presença na escola de membros da comunidade e convidados;
Organização de um “Diário de Formação Cívica” (caderno de reflexão de cada aluno sobre temáticas tratadas).
• Assembleia de turma (por ex. para resolução de problemas);
• Debate;
• Diálogo e intercâmbio de experiências vividas pelos alunos;
• Actividades lúdicas, como ponto de partida para discussão de temas;
• Dramatizações;
• Visionamento e discussão de filmes;
• Leitura e discussão de histórias, biografias, factos, notícias, etc.;
• Intervenção activa na escola e na comunidade;
• Divulgação de actividades/resultados.
Trabalho de Grupo;
Debates;
Pesquisa orientada de textos e imagens;
Visionamento de Vídeos e DVDs
Presença na escola de membros da comunidade e convidados;
Organização de um “Diário de Formação Cívica” (caderno de reflexão de cada aluno sobre temáticas tratadas).
• Assembleia de turma (por ex. para resolução de problemas);
• Debate;
• Diálogo e intercâmbio de experiências vividas pelos alunos;
• Actividades lúdicas, como ponto de partida para discussão de temas;
• Dramatizações;
• Visionamento e discussão de filmes;
• Leitura e discussão de histórias, biografias, factos, notícias, etc.;
• Intervenção activa na escola e na comunidade;
• Divulgação de actividades/resultados.
OUTROS TÓPICOS PARA AVALIAÇÃO
NÃO SATISFAZ
Não intervém nas tarefas/actividades;
Não manifesta empenhamento;
Não é responsável;
Não tem sentido crítico;
Revela pouca tolerância/respeito pelos outros alunos e fraco sentido de justiça;
Não colabora e raramente coopera com solidariedade;
Revela pouca consciência democrática;
Tem fraca capacidade de diálogo
Não participa de forma organizada
Não respeita as ideias dos outros
Não colabora nas actividades propostas
Não realiza as actividades propostas
Não revela sentido de responsabilidade
SATISFAZ
Intervém nas tarefas/actividades;
Manifesta empenhamento;
É responsável;
Tem sentido crítico;
É tolerante, respeitador, e revela sentido de justiça;
Colabora e coopera com solidariedade;
Revela consciência democrática;
Tem capacidade de diálogo.
Participa de forma organizada
Respeita as ideias dos outros
Colabora nas actividades propostas
Realiza as actividades propostas
Revela sentido de responsabilidade
SATISFAZ BEM
Intervém com muito entusiasmo nas tarefas /actividades;
Manifesta muito empenho;
É muito responsável e tem sentido crítico muito desenvolvido;
É muito tolerante, muito respeitador e tem sentido de justiça;
Colabora activamente e coopera com solidariedade;
Tem consciência democrática;
Dialoga com muita facilidade.
Participa sempre de forma organizada
Respeita sempre as ideias dos outros
Colabora sempre nas actividades propostas
Realiza sempre as actividades propostas
Revela sempre sentido de responsabilidade
Não intervém nas tarefas/actividades;
Não manifesta empenhamento;
Não é responsável;
Não tem sentido crítico;
Revela pouca tolerância/respeito pelos outros alunos e fraco sentido de justiça;
Não colabora e raramente coopera com solidariedade;
Revela pouca consciência democrática;
Tem fraca capacidade de diálogo
Não participa de forma organizada
Não respeita as ideias dos outros
Não colabora nas actividades propostas
Não realiza as actividades propostas
Não revela sentido de responsabilidade
SATISFAZ
Intervém nas tarefas/actividades;
Manifesta empenhamento;
É responsável;
Tem sentido crítico;
É tolerante, respeitador, e revela sentido de justiça;
Colabora e coopera com solidariedade;
Revela consciência democrática;
Tem capacidade de diálogo.
Participa de forma organizada
Respeita as ideias dos outros
Colabora nas actividades propostas
Realiza as actividades propostas
Revela sentido de responsabilidade
SATISFAZ BEM
Intervém com muito entusiasmo nas tarefas /actividades;
Manifesta muito empenho;
É muito responsável e tem sentido crítico muito desenvolvido;
É muito tolerante, muito respeitador e tem sentido de justiça;
Colabora activamente e coopera com solidariedade;
Tem consciência democrática;
Dialoga com muita facilidade.
Participa sempre de forma organizada
Respeita sempre as ideias dos outros
Colabora sempre nas actividades propostas
Realiza sempre as actividades propostas
Revela sempre sentido de responsabilidade
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PLANIFICAÇÃO
Planificação da Área Curricular não disciplinar de FORMAÇÃO CÍVICA
UNIDADE – Educação Ambiental
CONTEÚDOS
- A poluição pelos resíduos sólidos
- A poluição sonora
- A poluição da água
- A importância da água
- A poluição do ar
- Direitos dos animais
- Incêndios florestais
- Áreas protegidas
OBJECTIVOS- Sensibilizar para os problemas que perturbam o equilíbrio ambiental
- Compreender a responsabilidade individual na preservação do ambiente e da vida na terra
- Ajudar à alteração de hábitos que perturbem o meio ambiente
- Estimular projectos de intervenção social na defesa e recuperação do património ambiental
- Compreender a necessidade de existência de regras para a protecção da natureza
- Reconhecer os direitos dos animais
- Promover o reconhecimento do meio ambiente como património colectivo de valor universal, que a todos compete preservar
ESTRATÉGIAS / ACTIVIDADES
Realização de fichas de trabalho, individualmente ou em pequenos grupos
- Debate em grande grupo
- Realização de pequenos trabalhos de grupo, alusivos aos temas em estudo, dentro ou fora da sala de aula
RECURSOS
- Fichas de Trabalho
AVALIAÇÃO- Observação directa
- Registo em grelha da participação e comportamentos dos alunos
- Auto e hetero avaliação
UNIDADE – Educação Ambiental
CONTEÚDOS
- A poluição pelos resíduos sólidos
- A poluição sonora
- A poluição da água
- A importância da água
- A poluição do ar
- Direitos dos animais
- Incêndios florestais
- Áreas protegidas
OBJECTIVOS- Sensibilizar para os problemas que perturbam o equilíbrio ambiental
- Compreender a responsabilidade individual na preservação do ambiente e da vida na terra
- Ajudar à alteração de hábitos que perturbem o meio ambiente
- Estimular projectos de intervenção social na defesa e recuperação do património ambiental
- Compreender a necessidade de existência de regras para a protecção da natureza
- Reconhecer os direitos dos animais
- Promover o reconhecimento do meio ambiente como património colectivo de valor universal, que a todos compete preservar
ESTRATÉGIAS / ACTIVIDADES
Realização de fichas de trabalho, individualmente ou em pequenos grupos
- Debate em grande grupo
- Realização de pequenos trabalhos de grupo, alusivos aos temas em estudo, dentro ou fora da sala de aula
RECURSOS
- Fichas de Trabalho
AVALIAÇÃO- Observação directa
- Registo em grelha da participação e comportamentos dos alunos
- Auto e hetero avaliação
SEGURANÇA: ACIDENTES DOMÉSTICOS
ACIDENTES DOMÉSTICOS
Conhecer para prevenir
REGRAS GERAIS DE SEGURANÇA
Afixa em local bem vísivel o número nacional de emergência 112, o telefone dos bombeiros e da PSP.
Nas ausências prolongadas deves fechar as torneiras de segurança do gás e da água. Os teus pais devem fornecer uma chave de casa a um vizinho ou familiar.
Não utilizes os elevadores em caso de incêndio.
Não abras a porta a estranhos.
Não coloques obstáculos nas escadas. Mantém as saídas desimpedidas.
Conhecer para prevenir
REGRAS GERAIS DE SEGURANÇA
Afixa em local bem vísivel o número nacional de emergência 112, o telefone dos bombeiros e da PSP.
Nas ausências prolongadas deves fechar as torneiras de segurança do gás e da água. Os teus pais devem fornecer uma chave de casa a um vizinho ou familiar.
Não utilizes os elevadores em caso de incêndio.
Não abras a porta a estranhos.
Não coloques obstáculos nas escadas. Mantém as saídas desimpedidas.
Os teus pais devem ter sempre um extintor em boas condições de funcionamento.
Não armazenar produtos inflamáveis nas arrecadações.
Não deves mexer nos produtos tóxicos e medicamentos guardados nos armários.
Coloca anti-derrapantes na banheira e nos tapetes.
Evita mexer em fósforos e velas, principalmente se estiveres sozinho em casa.
UTILIZAÇÃO DE GÁS
Pede aos teus pais para verificarem periodicamente o estado de conservação da instalação do gás, nomeadamente das tubagens e das braçadeiras.
Se sentires cheiro a gás abre as portas e janelas.
Não faças qualquer tipo de chama, nem utilizes os interruptores eléctricos.
Fecha as válvulas de segurança do gás.
Nunca deve ser excedido 1/3 da capacidade das frigideiras, pois o óleo pode inflamar-se.
As garrafas de gás não devem ser guardadas em caves ou deitadas.
UTILIZAÇÃO DE ELECTRICIDADE
As tomadas não devem ser sobrecarregadas.
Não deves colocar roupa a secar em cima dos aquecedores.
Não mexas em aparelhos eléctricos com as mãos molhadas.
Não armazenar produtos inflamáveis nas arrecadações.
Não deves mexer nos produtos tóxicos e medicamentos guardados nos armários.
Coloca anti-derrapantes na banheira e nos tapetes.
Evita mexer em fósforos e velas, principalmente se estiveres sozinho em casa.
UTILIZAÇÃO DE GÁS
Pede aos teus pais para verificarem periodicamente o estado de conservação da instalação do gás, nomeadamente das tubagens e das braçadeiras.
Se sentires cheiro a gás abre as portas e janelas.
Não faças qualquer tipo de chama, nem utilizes os interruptores eléctricos.
Fecha as válvulas de segurança do gás.
Nunca deve ser excedido 1/3 da capacidade das frigideiras, pois o óleo pode inflamar-se.
As garrafas de gás não devem ser guardadas em caves ou deitadas.
UTILIZAÇÃO DE ELECTRICIDADE
As tomadas não devem ser sobrecarregadas.
Não deves colocar roupa a secar em cima dos aquecedores.
Não mexas em aparelhos eléctricos com as mãos molhadas.
COMO TRABALHAR EM GRUPO
O Trabalho de Grupo é uma técnica que vais utilizar muitas vezes durante a tua vida escolar.
Para que possas tirar proveito deste tipo de trabalho, tens aqui algumas pistas de orientação:
Sê assíduo e pontual
Ocupa rapidamente o teu lugar (que deve ser sempre o mesmo)
Não percas tempo, inicia o teu trabalho
Respeita o trabalho dos outros, falando em voz baixa
Não interfiras no trabalho dos outros grupos
Regista sempre as tarefas realizadas em cada sessão
Deixa o teu lugar limpo e arrumado
Há outro tipo de regras que dizem, igualmente respeito ao trabalho de grupo:
A planificação do trabalho deve ser feita por todo o grupo
A distribuição das tarefas dentro do grupo, deve ficar registada em folha própria
O tempo para a pesquisa, execução das tarefas, discussão das ideias, registo das conclusões, deve ficar registado numa planificação, devendo ser respeitado e cumprido.
Sintetização conjunta dos vários contributos e ideias surgidas.
Vantagens do trabalho de grupo:
enriquecimento do trabalho;
socialização e desinibição dos alunos mais tímidos;
respeito pela opinião alheia;
economia de tempo face ao esforço a aplicar;
aprendizagem da vivência democrática;
estímulo à pesquisa;
responsabilização individual;
rápida circulação de ideias e maior entusiasmo pelas tarefas
Para que possas tirar proveito deste tipo de trabalho, tens aqui algumas pistas de orientação:
Sê assíduo e pontual
Ocupa rapidamente o teu lugar (que deve ser sempre o mesmo)
Não percas tempo, inicia o teu trabalho
Respeita o trabalho dos outros, falando em voz baixa
Não interfiras no trabalho dos outros grupos
Regista sempre as tarefas realizadas em cada sessão
Deixa o teu lugar limpo e arrumado
Há outro tipo de regras que dizem, igualmente respeito ao trabalho de grupo:
A planificação do trabalho deve ser feita por todo o grupo
A distribuição das tarefas dentro do grupo, deve ficar registada em folha própria
O tempo para a pesquisa, execução das tarefas, discussão das ideias, registo das conclusões, deve ficar registado numa planificação, devendo ser respeitado e cumprido.
Sintetização conjunta dos vários contributos e ideias surgidas.
Vantagens do trabalho de grupo:
enriquecimento do trabalho;
socialização e desinibição dos alunos mais tímidos;
respeito pela opinião alheia;
economia de tempo face ao esforço a aplicar;
aprendizagem da vivência democrática;
estímulo à pesquisa;
responsabilização individual;
rápida circulação de ideias e maior entusiasmo pelas tarefas
ACTIVIDADES : ASPECTOS POSITIVOS
ACTIVIDADES PROPOSTAS:
1. REFORÇO DOS ASPECTOS POSITIVOS
É frequente o surgimento de brigas e de insultos entre os alunos. Às vezes eles deixam marcas que demoram a passar. Há alunos que não se sentem apreciados pelos outros e, quantas vezes, não o são também por si próprios. Há alunos que são muito impulsivos, que têm dificuldade em tomar a perspectiva dos outros e atribuem acontecimentos insignificantes a más intenções dos colegas. Na aula de Formação Cívica podem ser desenvolvidas actividades, tais como jogos e dramatizações, que tenham como objectivo reforçar o conhecimento inter e intrapessoal, orientado para os aspectos positivos de cada indivíduo. É esse o objectivo das actividades aqui sugeridas.
1ª actividade:
Um aluno sai da sala. A turma refere aspectos que aprecia nesse colega, os quais são registados no quadro. O aluno é chamado e tenta adivinhar quem referiu cada um dos aspectos mencionados. Convém estabelecer um número fixo de referências a fazer sobre cada aluno, para que não haja diferença entre eles.
Regras fundamentais a respeitar:
•Só podem ser referidos aspectos positivos.
•Ninguém pode troçar nem ser indelicado ou desagradável.
2ª actividade:
É necessária um bola pequena e leve, que será lançada de aluno para aluno, ou um objecto que sirva de testemunho, que irá passar de mão em mão. O professor lança a bola para um aluno, ou passa o testemunho para o primeiro aluno de uma das filas. Este irá referir um aspecto positivo de um colega da turma, felicitando-o por ele ou agradecendo-lho. Em seguida lançará a bola para um colega ou passará o testemunho àquele que estiver mais próximo. Repete-se o procedimento.
Regras:
Se um aluno não quiser mesmo participar, pode passar a bola ou o testemunho, sem se pronunciar. Contudo, convém incentivar a participação de todos.
Ninguém pode referir aspectos negativos.
Não pode haver reacções negativas (verbais ou não verbais) ao que cada aluno diz.
Exemplos de apreciações que podem ser feitas pelos alunos:
- Obrigada, Susana, por me teres telefonado quando eu faltei.
- Eu gosto de jogar futebol com o Albano. Ele respeita as regras e não anda à pancada.
Comentário: É interessante observar o prazer com que os alunos se envolvem neste tipo de jogos. Eles são levados a ver os outros de uma forma positiva e a verem os aspectos que os outros consideram positivos em si. Fomenta-se a tolerância e promove-se a auto-estima. Passo a passo, vão sendo criadas condições para que as relações interpessoais na turma sejam melhores, com a diminuição de conflitos e a sua resolução de uma forma mais adequada.
1. REFORÇO DOS ASPECTOS POSITIVOS
É frequente o surgimento de brigas e de insultos entre os alunos. Às vezes eles deixam marcas que demoram a passar. Há alunos que não se sentem apreciados pelos outros e, quantas vezes, não o são também por si próprios. Há alunos que são muito impulsivos, que têm dificuldade em tomar a perspectiva dos outros e atribuem acontecimentos insignificantes a más intenções dos colegas. Na aula de Formação Cívica podem ser desenvolvidas actividades, tais como jogos e dramatizações, que tenham como objectivo reforçar o conhecimento inter e intrapessoal, orientado para os aspectos positivos de cada indivíduo. É esse o objectivo das actividades aqui sugeridas.
1ª actividade:
Um aluno sai da sala. A turma refere aspectos que aprecia nesse colega, os quais são registados no quadro. O aluno é chamado e tenta adivinhar quem referiu cada um dos aspectos mencionados. Convém estabelecer um número fixo de referências a fazer sobre cada aluno, para que não haja diferença entre eles.
Regras fundamentais a respeitar:
•Só podem ser referidos aspectos positivos.
•Ninguém pode troçar nem ser indelicado ou desagradável.
2ª actividade:
É necessária um bola pequena e leve, que será lançada de aluno para aluno, ou um objecto que sirva de testemunho, que irá passar de mão em mão. O professor lança a bola para um aluno, ou passa o testemunho para o primeiro aluno de uma das filas. Este irá referir um aspecto positivo de um colega da turma, felicitando-o por ele ou agradecendo-lho. Em seguida lançará a bola para um colega ou passará o testemunho àquele que estiver mais próximo. Repete-se o procedimento.
Regras:
Se um aluno não quiser mesmo participar, pode passar a bola ou o testemunho, sem se pronunciar. Contudo, convém incentivar a participação de todos.
Ninguém pode referir aspectos negativos.
Não pode haver reacções negativas (verbais ou não verbais) ao que cada aluno diz.
Exemplos de apreciações que podem ser feitas pelos alunos:
- Obrigada, Susana, por me teres telefonado quando eu faltei.
- Eu gosto de jogar futebol com o Albano. Ele respeita as regras e não anda à pancada.
Comentário: É interessante observar o prazer com que os alunos se envolvem neste tipo de jogos. Eles são levados a ver os outros de uma forma positiva e a verem os aspectos que os outros consideram positivos em si. Fomenta-se a tolerância e promove-se a auto-estima. Passo a passo, vão sendo criadas condições para que as relações interpessoais na turma sejam melhores, com a diminuição de conflitos e a sua resolução de uma forma mais adequada.
SINAL DE ALARME NA TUA ESCOLA: INSTRUÇÕES
INSTRUÇÕES GERAIS DE EVACUAÇÃO
1-SINAL DE ALARME
Se houver uma situação de emergência, soará um sinal de alarme interrompido.
2- PROTECÇÃO
Coloca-te debaixo de uma mesa e conta, lentamente, até dez.
3-SAÍDA
Segue o PERCURSO VERDE até à saída do edifício.
1-SINAL DE ALARME
Se houver uma situação de emergência, soará um sinal de alarme interrompido.
2- PROTECÇÃO
Coloca-te debaixo de uma mesa e conta, lentamente, até dez.
3-SAÍDA
Segue o PERCURSO VERDE até à saída do edifício.
4- COORDENAÇÃO
A coordenação da evacuação é feita pelo professor e um aluno. Este aluno é o CHEFE DE FILA e o professor é o CERRA-FILA, sendo o último a sair. Deverá levar o Livro de Ponto para fazer a chamada no Ponto de Encontro.
5- MATERIAL ESCOLAR
Em caso de evacuação urgente, não te preocupes com o MATERIAL ESCOLAR e VALORES. Sai e não voltes atrás.
6- FILA INDIANA
Todos os alunos devem sair em FILA INDIANA, sem corridas, mas em passo apressado e encostados à parede.
Em caso de evacuação urgente, não te preocupes com o MATERIAL ESCOLAR e VALORES. Sai e não voltes atrás.
6- FILA INDIANA
Todos os alunos devem sair em FILA INDIANA, sem corridas, mas em passo apressado e encostados à parede.
7-INSTRUÇÕES
Não pares nas saídas! Nas escadas e saídas há um Coordenador de Saída. Segue sempre as suas Instruções.
8 PONTO DE ENCONTRO
Não pares nas saídas! Nas escadas e saídas há um Coordenador de Saída. Segue sempre as suas Instruções.
8 PONTO DE ENCONTRO
Em caso de evacuação, existe um PONTO DE ENCONTRO, indicado nas plantas de evacuação, para onde deves ir.
quarta-feira, 10 de março de 2010
ASSEMBLEIA DE TURMA: CONTRATO CONSTITUINTE
ESCOLA EB 2,3/S DE ALFÂNDEGA DA FÉ
CONTRATO CONSTITUINTE
Entre os alunos e entre estes e os professores da turma é celebrado o presente Contrato Constituinte da Assembleia de Turma.
1. Os professores da turma comprometem-se a:
- informar regularmente o Director de Turma sobre o aproveitamento e comportamento dos alunos;
-participar nos conselhos de turma que forem legalmente convocados;
-a usar estratégias e métodos adequados à turma.
2. Os alunos comprometem-se a:
- participar nas Assembleias de Turma que forem convocadas pelo Director de Turma, pelo Delegado de Turma ou dois terços dos alunos da turma:
-debater os problemas da turma e apresentar propostas de resolução ou de melhoria;
- a cumprir os trabalhos propostos pelos professores ;
- a ter um comportamento adequado na sala de aula;
- a estudar.
3. O Director de Turma compromete-se a:
- coordenar e a impulsionar o funcionamento da Assembleia de Turma;
-dinamizar a elaboração do estatuto da turma e o regimento da Assembleia de Turma;
- informar os alunos sobre o seu aproveitamento/comportamento e assiduidade.
Assembleia de Turma do 8º A
Ano lectivo de 2009/2010
O Director de Turma:______________
O Aluno:_______________________
CONTRATO CONSTITUINTE
Entre os alunos e entre estes e os professores da turma é celebrado o presente Contrato Constituinte da Assembleia de Turma.
1. Os professores da turma comprometem-se a:
- informar regularmente o Director de Turma sobre o aproveitamento e comportamento dos alunos;
-participar nos conselhos de turma que forem legalmente convocados;
-a usar estratégias e métodos adequados à turma.
2. Os alunos comprometem-se a:
- participar nas Assembleias de Turma que forem convocadas pelo Director de Turma, pelo Delegado de Turma ou dois terços dos alunos da turma:
-debater os problemas da turma e apresentar propostas de resolução ou de melhoria;
- a cumprir os trabalhos propostos pelos professores ;
- a ter um comportamento adequado na sala de aula;
- a estudar.
3. O Director de Turma compromete-se a:
- coordenar e a impulsionar o funcionamento da Assembleia de Turma;
-dinamizar a elaboração do estatuto da turma e o regimento da Assembleia de Turma;
- informar os alunos sobre o seu aproveitamento/comportamento e assiduidade.
Assembleia de Turma do 8º A
Ano lectivo de 2009/2010
O Director de Turma:______________
O Aluno:_______________________
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
BULLYING
Bullying na escola from Bullying na escola on Vimeo.
O bullying é um comportamento que se caracteriza pela ameaça ou agressão (psicológica ou verbal) de forma intencional e repetida e que ocorre sem motivação evidente.
Este comportamento é praticado por um sujeito (designado de bully - valentão) ou por um grupo de sujeitos, com o objectivo de intimidar ou agredir outro sujeito ou grupo de sujeitos. É perpetado por crianças ou jovens que têm, por qualquer motivo, mais força e poder que a vítima.
A escola é um dos lugares onde o bullying é praticado com frequência, uma vez que neste espaço convivem diariamente crianças e/ou adolescentes. Pode ocorrer dentro ou fora da escola, em zonas onde a supervisão adulta é mínima ou inexistente e não está restrito a nenhum tipo específico de instituição: primária ou secundária, pública ou privada, rural ou urbana.
O bullying é um problema grave que acontece todos os dias, um pouco por todo o mundo, e que pode levar a vítima à depressão, à perda de auto-estima e, em último caso, ao suicídio conhecido por "bullycide".
Caracterização do bullying
O bullying divide-se em duas categorias:
Bullying directo - é a forma mais comum entre os agressores (bullies) masculinos;
Bullying indirecto - conhecido como agressão social, é a forma mais comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social.
Este isolamento é obtido através de várias técnicas (espalhar comentários; intimidar outros que desejam relacionar-se com a vítima; criticar o seu modo de vestir, a sua etnia ou religião, incapacidades…).
Existem 5 tipos de actores co-implicados no bullying:
1.Agressor – pretende obter força, poder e domínio; ter fama e popularidade na escola amedrontando os outros;
2.Vítima;
3.Defenders – alunos que defendem as vítimas e são contra o bullying;
4.Bystanders – alunos que presenciam a situação e reforçam positivamente a acção do agressor;
5.Outsiders – alunos que não se manifestam nem de forma positiva nem de forma negativa perante o bullying.
A potencial vítima pode ser uma criança ou um jovem que apresente determinada característica que a torne um alvo fácil, como por exemplo, ser mais gorda/magra, gaguejar, usar óculos... Os pais e educadores devem estar atentos a possíveis sinais (fobia à escola, baixo rendimento, depressão, baixa auto-estima, etc.) que possam surgir por parte dos filhos ou alunos. O bullying não deve ser confundido com as brincadeiras que normalmente acontecem na infância e adolescência.
Técnicas de bullying
Os bullies combinam a intimidação e a humilhação para atormentar os outros. Por exemplo:
Roubar e/ou danificar objectos pessoais de uma pessoa, como livros ou material escolar, roupas… Espalhar rumores e comentários negativos sobre a vítima (trocar e passar mensagens ou bilhetes falando mal da pessoa em causa);
Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a;
Fazer comentários negativos sobre a família da pessoa, sobre a sua aparência pessoal, orientação sexual, religião, raça, nível de vida, nacionalidade…
Levar a vítima ao isolamento social;
Praticar o cyberbullying (criar páginas falsas sobre a vítima em variados sites);
Fazer chantagem;
Utilizar expressões ameaçadoras;
Chamar nomes aos colegas;
Agredir física e/ou verbalmente colegas, de forma sistemática e prolongada no tempo;
"Fazer chacota" (cochichar) continuamente sobre a vítima;
Tirar bens aos colegas (dinheiro, objectos pessoais...).
Efeitos do bullying
Quando praticado de forma persistente pode ter um ou vários efeitos no sujeito e/ou no ambiente onde ocorre.
Efeitos sobre o sujeito:
Ansiedade Sensibilidade a determinadas brincadeiras
Perda de auto-estima
Tristeza e irritação
Medo de expressar emoções
Problemas de relacionamento
Abuso de drogas e álcool
Auto-mutilação e mesmo suicídio (bullycídio)
Efeitos no ambiente escolar:
Níveis elevados de abstinência escolar
Alta rotatividade do quadro de pessoal
Desrespeito pelos professores
Número de faltas elevado
Porte de arma por parte de crianças com o objectivo de se protegerem
Quais são as consequências do Bullying sobre o ambiente escolar?
Quando não existe uma intervenção efectiva contra o bullying, o ambiente escolar torna-se problemático. Todos os intervenientes no espaço escolar são (sem excepção) afectados de forma negativa, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo que poderão desencadear outros ainda mais graves para a sociedade, como o abandono escolar, doenças psicossociais...
Para a eliminação da violência na escola, devem ser criadas e tomadas as medidas necessárias por parte das entidades responsáveis. Quando são bem aplicadas e é envolvida toda a comunidade escolar, contribuem para o convívio saudável e equilibrado, ou seja, para a formação de uma cultura de não-violência na escola, e de uma forma mais geral, na sociedade.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
RACISMO
O fenómeno do racismo está presente nas nossas vidas, quer directamente quer através das notícias divulgadas pelos media. Saiba como surgiu, quem o apoia e quem o combate
A luta contra o racismo e a xenofobia
Combatendo o racismo e a xenofobia
Por todo o mundo, o fenómeno do racismo e da xenofobia faz-se sentir de forma mais ou menos evidente.
Por toda a parte surgem organizações cujos objectivos são travar o desenvolvimento deste fenómeno. São já numerosas as organizações que lutam contra o racismo e a xenofobia por todos os cantos do mundo.
Portugal não é excepção na luta contra o racismo. A organização com mais visibilidade no nosso país é, indubitavelmente, o SOS Racismo.
Criado no dia 10 de Dezembro de 1990, Dia Internacional dos Direitos Humanos, o SOS Racismo propõe-se lutar contra os preconceitos e comportamentos racistas e xenófobos no nosso país.
Para isso, assume uma intervenção junto das escolas, participando em debates ou outras actividades relacionadas com o racismo e a xenofobia, fornece apoio jurídico em situações de discriminação racial ou xenófoba e assume posições públicas contra todos os actos ou comportamentos racistas em Portugal.
Porque é nas grandes cidades que se concentra a maior parte das minorias étnicas, a cidade de Lisboa conta com um Conselho Municipal das Comunidades Imigrantes e Minorias Étnicas desde 1993.
O seu principal objectivo é garantir a participação das comunidades imigrantes e das minorias étnicas nas políticas locais, contribuindo assim para a sua integração plena na sociedade e contrariando os fenómenos de discriminação.
A zelar pelo cumprimento da Declaração dos Direitos Humanos em todo o mundo está a Amnistia Internacional. Esta organização “vigia” os comportamentos contrários aos direitos humanos e zela pelas minorias vítimas de discriminação ou maus tratos.
Trabalha fundamentalmente no sentido de libertar todos os presos “de consciência”, ou seja, todos aqueles que foram privados da liberdade devido às suas convicções, cor da pele, sexo, origem étnica ou religião.
A UNITED – Rede Europeia contra o Nacionalismo, Racismo, Fascismo e Apoio a Migrantes e Refugiados, é uma rede de cooperação entre mais de 500 organizações de 49 países europeus. Trabalha no sentido da defesa dos refugiados e dos imigrantes e tem como objectivo principal o fim do racismo, do nacionalismo e da discriminação.
Referimos apenas algumas das organizações que actuam lutando contra todos os tipos de discriminação. Existem muitas mais espalhadas pelo mundo mas os seus objectivos são, regra geral, os mesmos.
Definir conceitos
O que é...
o racismo?
O racismo é “a crença na superioridade de uma raça ou grupo étnico, acompanhada, a maioria das vezes, por preconceitos contra os membros de um grupo étnico diferente(1)”.
Por outras palavras, o racismo consiste em acreditar na inferioridade do “outro” devido a diferenças culturais, étnicas, sociais, raciais, etc. No fundo, é uma atitude de intolerância em relação ao que é diferente.
Os racistas definem a noção de “raça” como sendo um grupo de pessoas com a mesma ascendência e com características físicas que os diferenciam, como a cor da pele e o aspecto do cabelo.
No entanto, cientificamente, esta noção de “raça” não existe, pois não existe nenhum fundamento biológico nesta definição. A Biologia só identificou uma raça: a raça humana.
Actualmente, existe uma nova vertente no racismo que considera que todas as raças e culturas são iguais mas não se devem misturar, para que possam conservar a sua originalidade.
(1) in Enciclopédia Universal, Texto Editora.
a intolerância?
Dá-se o nome de intolerância à falta de respeito pelas práticas e convicções do “outro”, do que é diferente. Surge nas sociedades em que não se dá o direito ao “outro” de manifestar as suas opiniões ou os seus actos culturais.
Basicamente, a intolerância não aceita a diferença, seja ela a nível religioso, sexual ou cultural. As atitudes de intolerância estão na base do racismo, do anti-semitismo, da xenofobia e de todos os tipos de discriminação.
São os comportamentos intolerantes que dão origem, muitas vezes, à prática de actos violentos contra quem é diferente.
a discriminação?
A discriminação é um comportamento que despreza e exclui o “outro”. Os comportamentos discriminatórios por parte dos grupos que se consideram “superiores” tendem a excluir da sociedade os grupos “minoritários”, impedindo-lhes o livre acesso a alguns postos de trabalho e até à utilização de certos serviços.
O exemplo mais significativo de discriminação foi o regime de apartheid que existiu na África do Sul durante quase 50 anos e que dividiu o país e as suas estruturas entre brancos e negros.
a xenofobia?
A xenofobia é “o medo (fobia) ou um forte desagrado por estranhos ou por alguém estrangeiro ou diferente(1)”. Este conceito está, muitas vezes, intimamente ligado ao de racismo.
(1) in Enciclopédia Universal, Texto Editora.
Raça
Conceito de Raça
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume, de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
Lágrima de preta, de António Gedeão.
Apesar de a noção de “racismo” assentar sobre as alegadas diferenças entre as “raças”, a verdade é que a Biologia já mostrou que o conceito de “raça” baseado na diferença da cor da pele não existe.
Como se sabe, a diferença da cor de pele é a principal barreira a ultrapassar nas questões relacionadas com o racismo. No entanto, as diferenças na cor da pele de dois indivíduos de “raças” diferentes consistem apenas e só na maior ou menor concentração de um pigmento chamado melanina.
A melanina é um pigmento castanho-negro que se encontra na pele de todos os indivíduos. A cor da pele dos humanos varia em função da quantidade de melanina existente nas camadas profundas da pele e da sua disposição.
Quanto mais melanina existir na pele de uma pessoa, mais escura esta será.
As variações de cor de pele que existem nas várias populações humanas devem-se, principalmente, ao meio em que estão inseridas. Os povos que vivem em zonas mais quentes, como, por exemplo, a África e a Ásia do Sul e Oceânica, apresentam tons de pele muito mais escuros do que os povos que vivem mais afastados dos trópicos.
O maior contraste é entre estes povos que vivem perto dos trópicos e os povos nórdicos, que têm a pele muito mais clara.
Mais uma vez, é a melanina que explica estas diferenças, pois este pigmento serve para proteger a pele da radiação solar, que é, evidentemente, muito mais forte nas zonas mais próximas dos trópicos.
Assim, os homens não são “negros”, “amarelos” ou brancos. Simplesmente, uns têm a pele mais clara e outros têm a pele mais escura.
Defensores do racismo
Os primeiros doutrinários do racismo
O racismo é um fenómeno social de tal forma difundido que, a par daqueles que sempre o condenaram, estão aqueles que o defenderam nos seus escritos.
Arthur de Gobineau (1816-1882)
Autor do Ensaio sobre a Desigualdade das Raças Humanas, Arthur de Gobineau era um defensor do conceito de superioridade da raça ariana. Segundo ele, a pertença à raça é o factor de desenvolvimento das civilizações. Para Gobineau, existem três raças:
•a branca, que, animada pela honra, goza de uma “aptidão civilizadora”;
•a negra, “a variedade mais modesta que jaz no fundo da escala”;
•a amarela, cuja “tendência natural não é senão a mediocridade”.
Citação: Não existe verdadeira civilização nas nações europeias enquanto nelas os ramos arianos não forem os dominantes.
Houston Stewart Chamberlain (1855-1927)
Chamberlain era um inglês naturalizado alemão que tinha um verdadeiro fascínio pela Alemanha. Genro de Richard Wagner, Chamberlain foi o inspirador das teorias do nazismo.
As suas teorias nazis baseavam-se no que ele considerava ser a pureza do sangue germânico. Segundo este pensador, a raça está inscrita na consciência, sendo, portanto, a partir de critérios morais que se revela a pertença à raça. Considera que uma “disciplina da raça” pode, por selecção, tender à reconstrução de uma “raça nobre”.
Chamberlain chegou a misturar raça e religião, afirmando que Cristo era um ariano que “não tinha nas suas veias uma só gota de sangue judeu”. Considerava também que era necessário desembaraçar o cristianismo da sua “aparência estrangeira para criar uma religião adaptada à essência do nosso tipo germânico”.
Citação: Mesmo que estivesse provado que nunca existiu uma raça ariana no passado, quereríamos que existisse uma no futuro: para os homens de acção, eis o ponto de vista do futuro.
Georges Vacher de Lapouge (1854-1936)
Autor de O Ariano e o seu Papel Social, Georges Vacher de Lapouge forneceu os elementos fundadores do anti-semitismo nazi. Com uma visão racial e racista do mundo, de Lapouge considerava que apenas a raça branca, ariana e dolicocéfala (com o crânio mais comprido do que largo) era portadora de grandeza.
Georges Vacher de Lapouge leva a cabo a classificação e hierarquização das raças:
•o homo europaeus forma a elite: louro, teutão ou nórdico, é protestante, dominador e criador;
•o homo alpinius (o auvergnat e o turco) é o “perfeito escravo temeroso do progresso”;
•o homo mediterraneus (o napolitano e o andaluz) pertence às “categorias inferiores”.
Citação: Arrogante no sucesso, servil nos desaires, grande acumulador de dinheiro, com uma inteligência notável, o judeu é impotente na criação.
Adaptado de Racismo, de Jacques Tarnero, Texto Editora.
Episódios racistas da História
História do Racismo
A intolerância entre os homens e, por consequência, o racismo e todos os tipos de discriminação, surgiram em simultâneo com o aparecimento do Homem.
Desde sempre o Homem teve tendência a discriminar aqueles que julgava serem inferiores.
À escala mundial, o racismo surgiu na época dos Descobrimentos e teve como principais protagonistas todos os povos colonizadores.
Os portugueses não foram excepção, antes pelo contrário, porque aquando da Descoberta do Brasil, os nossos antepassados quinhentistas fizeram uma verdadeira “exportação” de africanos para as colónias brasileiras. Nessa época, acreditava-se que os negros de África eram mais resistentes fisicamente do que os indígenas brasileiros.
Assim começou o fenómeno da escravatura e da submissão dos negros, um dos mais significativos exemplos de racismo da História da Humanidade.
A escravatura alastrou ao mundo inteiro e deu mesmo origem a guerras civis, como foi o caso da Guerra da Secessão (1861-1865), nos EUA, entre o Norte (os abolicionistas) e o Sul (os esclavagistas).
Actualmente, a escravatura foi abolida oficialmente mas os preconceitos dos brancos em relação aos negros ainda se mantêm nalgumas mentes. O racismo ainda apresenta, assim, alguma relação com a escravatura.
Mas não foi só a escravatura que serviu de espelho ao fenómeno do racismo pelo mundo.
O anti-semitismo nazi que levou à morte de milhões de judeus no Holocausto, o regime de apartheid que governou a África do Sul durante quase 50 anos, as guerras étnicas um pouco por toda a parte, das quais são exemplo o conflito étnico no Ruanda entre hutus e tutsis, todos estes exemplos demonstram a intolerância e os comportamentos racistas que proliferaram por todo o mundo.
Há já algum tempo que se tenta explicar o fenómeno do racismo. Mas, se há cientistas a tentar provar ao mundo que as raças não existem, outros há que tentam demonstrar as suas teorias racistas.
Durante o séc. XIX, as principais polémicas racistas baseavam-se na craniometria, ou seja, na medição do crânio humano.
Os defensores desta prática consideravam que a “raça branca” possuía crânios maiores, o que lhe conferia um maior grau de inteligência. Actualmente, sabe-se que o tamanho do crânio nada tem a ver com a inteligência.
No séc. XX, a craniometria foi substituída pelos testes de inteligência criados por Alfred Binet. Muitas teorias racistas apoiam-se nestes testes para evidenciarem a superioridade da raça branca. No entanto, estes testes não podem ter credibilidade porque assentaram em amostras de população negra da classe média e branca da classe alta.
Assim sendo, não estavam estabelecidas as condições de igualdade socio-cultural que seria necessária para efectuar este tipo de testes.
Na questão do racismo, o único dado perfeitamente adquirido é o de que os comportamentos racistas sempre existiram e, em maior ou menor escala, tendem a continuar a existir enquanto não houver tolerância em relação às diferenças do “outro”.
Compreender e aceitar a diferença é o primeiro passo para uma sociedade livre de preconceitos e de atitudes racistas e discriminatórias.
Nazismo
O regime nazi e o Holocausto
O regime nazi, que vigorou na Alemanha na primeira metade do séc. XX, deixou como maior legado o extermínio de milhões de judeus.
Defensores de um racismo exacerbado que considerava a raça ariana como a mais pura e superior, os nazis, comandados por Adolf Hitler, escravizaram e exterminaram milhões de judeus durante o período que ficou tristemente conhecido na História como Holocausto.
O nazismo era a ideologia do Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores, que foi formado a partir do Partido Alemão dos Trabalhadores e liderado por Adolf Hitler de 1921 a 1945.
O regime nazi baseava-se no nacionalismo e no racismo para exaltar a supremacia da raça ariana e do Estado sobre o indivíduo.
Quando Hitler alcançou o poder, em 1933, iniciou uma verdadeira política de perseguição aos judeus e de opressão aos católicos. Para Hitler, “raça ariana” opunha-se a “raça judaica” e a sobrevivência da nação alemã dependia da protecção e da pureza do sangue ariano.
O racismo face aos judeus, ou anti-semitismo, baseava-se na crença de que os judeus eram um corpo parasita, fermento de decomposição da nação ariana.
Na sua obra Mein Kampf, Hitler apresenta os judeus como “bacilos que envenenam as almas”.
Três meses depois de chegar ao poder, Hitler iniciou a propaganda anti-judaica. Foram criadas leis que excluíam os judeus das principais funções públicas e profissões e que os privavam de todos os direitos políticos.
Seguiram-se mais leis discriminatórias que culminaram nas leis de Nuremberga, de Setembro de 1939, que codificavam as condições de “cidadania”: “Para ser cidadão do III Reich, é necessário ser de sangue alemão e de linhagem alemã”.
Daí até ao Holocausto foi um pequeno passo. Milhões de judeus foram literalmente exterminados em campos de concentração munidos de câmaras de gás, fuzilados e enforcados pelas forças nazis.
Entre 1933 e 1945, cerca de 6 milhões de judeus foram executados naquela que foi eufemisticamente designada como a “solução final” para a questão judaica.
Depois de terminada a Segunda Guerra Mundial, com a derrota dos alemães, os Aliados tentaram eliminar o racismo e o anti-semitismo na República Federal da Alemanha. Assim, a partir de 1960, os comportamentos anti-judaicos passaram a ser considerados crime.
No entanto, e apesar das políticas anti-fascistas, no início da década de 1980 começaram a surgir grupos anti-semitas e de extrema-direita na Alemanha.
Um relatório de 1998 da Polícia Alemã revela que, nesse ano, existiam 37 000 membros de partidos de extrema-direita, 6400 skinheads, neo-nazis com tendências violentas e 2600 skinheads não necessariamente violentos.
Apesar de já terem passado mais de 50 anos sobre a vigência do regime nazi, ainda existem zonas na Alemanha de leste que se diz serem áreas interditas a estrangeiros, homossexuais e todas as pessoas consideradas não-germânicas.
Segregação racial
O apartheid
Durante quase cinquenta anos, a África do Sul esteve sob um regime discriminatório de segregação racial que ficou conhecido como apartheid, uma palavra que, em africaans, significa separação.
Tal como aconteceu na Alemanha nazi, também o regime de apartheid na África do Sul criou leis racistas internas. Enquanto na Alemanha a “separação” era feita entre arianos e judeus, na África do Sul discriminavam-se os negros em relação aos brancos.
Durante o apartheid, cada cidadão era obrigado a possuir um bilhete de identidade que indicasse a sua raça. Toda a vida quotidiana estava rigorosamente codificada por um conjunto de leis para cada comunidade, separando de forma precisa as leis que regiam a vida dos brancos e das outras raças.
Em termos de hierarquia racial, a minoria branca era a mais importante, seguida dos asiáticos e mestiços e, na base da pirâmide, os negros.
O poder político pertencia à minoria branca. A população negra estava confinada a uma zona específica de residência e só com um “livre-trânsito” os negros podiam passear nas zonas destinadas aos brancos.
Os negros tinham apenas e só acesso a empregos subalternos. Os casamentos inter-raciais eram proibidos e as relações sexuais entre brancos e outras raças eram punidas com penas que podiam atingir os sete anos de prisão.
O termo apartheid começou a ser utilizado no final da década de 1930 pelo South African Bureau for Racial Affairs (Departamento Sul-Africano para Assuntos Raciais), que exigia uma política de “desenvolvimento separado” das raças. Podemos começar a falar num regime estabelecido de apartheid a partir de 1948, ano em que o Partido Nacionalista Africânder ascende ao poder.
Durante este regime, as vozes da oposição foram silenciadas. Organizações contrárias ao apartheid, como o Congresso Nacional Africano e a Frente Democrática Unida foram ilegalizadas e alguns dos principais defensores da sua abolição foram mortos, como Steven Biko, ou incomodados, como o arcebispo Desmond Tutu.
Embora a comunidade internacional não tenha sido muito interveniente neste regime de segregação racial, houve movimentos anti-apartheid em vários países. Em 1961, a África do Sul foi obrigada a sair da Commonwealth e, durante as décadas de 1960 e 1970, foram exigidas sanções internacionais a este país.
Os sangrentos motins do Soweto, em 1976, levaram a Europa e os EUA ao boicote económico e à cessação das entregas de armas. A rebelião do Soweto marcou o início da desintegração do regime. Começava a ser difícil a supremacia de quatro milhões de brancos face a doze milhões de negros, dois milhões de mestiços e meio milhão de indianos...
Durante a década de 1980, algumas das leis discriminatórias foram revogadas mas, só a partir de 1991, depois da libertação do carismático líder Nelson Mandela, deixaram de existir todas as leis de segregação racial.
Em 1994, realizam-se eleições multirraciais para a presidência da República e para o novo parlamento não racial. Nelson Mandela torna-se presidente da República, afastando para sempre o fantasma do apartheid (pelo menos oficialmente!).
Situação em Portugal
O Racismo em Portugal
Apesar de Portugal ser considerado “um país de brandos costumes”, o racismo existiu e ainda continua a existir no nosso país.
Embora não se registem actos regulares e constantes de violência contra as minorias que residem em Portugal, é certo que, aqui e ali, vão surgindo pequenos focos de conflitos étnico-raciais, com maior ou menor gravidade.
É certo que o tempo da colonização e do colonialismo já vão longe mas ainda subsiste no povo português uma certa aversão às minorias, em particular em relação às comunidades africanas e ciganas que residem em Portugal.
Desde a década de 1980 que Portugal passou a ser um destino importante de imigrantes. Os africanos chegaram a Portugal em grande número, em busca de melhores condições de vida e para fugirem das permanentes situações de guerra em África.
Apesar de não existirem manifestações muito evidentes de racismo contra os africanos em Portugal, é vulgar observarem-se atitudes sociais eminentemente racistas.
A um nível mais extremista, podemos fazer referência aos pontuais registos de conflitos com etnias ciganas, alguns deles com consequências graves, e ao surgimento de um movimento skinhead em Portugal, embora de pequenas dimensões.
Embora a Constituição portuguesa não permita a criação de organizações de extrema-direita, os ultra-nacionalistas skinheads conseguiram unir-se de forma a criar o seu próprio movimento em Portugal.
A partir da década de 1990, começaram a infiltrar-se nas claques desportivas, tentando passar a sua mensagem racista através dos meios de comunicação social. São, regra geral, os principais intervenientes em conflitos raciais no nosso país. Como exemplo mais grave, temos o homicídio de um jovem negro em Lisboa em 1995.
Não podemos, pois, dizer que Portugal é um país racista. Podemos sim afirmar que ainda existe algum preconceito face às minorias étnicas na mente de muitos portugueses.
Convenções e Declarações contra o Racismo
Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial - 1968
Em 1968 entrou em vigor a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Social, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Declaração sobre a Raça e os Preconceitos Raciais - 1978
Em 1978 entrou em vigor a Declaração sobre a Raça e os Preconceitos Raciais, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Declaração Sobre os Princípios Fundamentais Relativos à Contribuição dos Meios de Comunicação de Massa para (...) a Luta Contra o Racismo - 1978
Em 1978 entrou em vigor a Declaração sobre a os Princípios Fundamentais Relativos à Contribuição dos Meios de Comunicação de Massa para o Fortalecimento da Paz e da Compreensão Internacional para a Promoção dos Direitos Humanos e a Luta Contra o Racismo, o Apartheid e o Incitamento à Guerra, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Fundadas na Religião ou nas Convicções - 1981
Em 1978 entrou em vigor a Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Fundadas na Religião ou nas Convicções, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
A luta contra o racismo e a xenofobia
Combatendo o racismo e a xenofobia
Por todo o mundo, o fenómeno do racismo e da xenofobia faz-se sentir de forma mais ou menos evidente.
Por toda a parte surgem organizações cujos objectivos são travar o desenvolvimento deste fenómeno. São já numerosas as organizações que lutam contra o racismo e a xenofobia por todos os cantos do mundo.
Portugal não é excepção na luta contra o racismo. A organização com mais visibilidade no nosso país é, indubitavelmente, o SOS Racismo.
Criado no dia 10 de Dezembro de 1990, Dia Internacional dos Direitos Humanos, o SOS Racismo propõe-se lutar contra os preconceitos e comportamentos racistas e xenófobos no nosso país.
Para isso, assume uma intervenção junto das escolas, participando em debates ou outras actividades relacionadas com o racismo e a xenofobia, fornece apoio jurídico em situações de discriminação racial ou xenófoba e assume posições públicas contra todos os actos ou comportamentos racistas em Portugal.
Porque é nas grandes cidades que se concentra a maior parte das minorias étnicas, a cidade de Lisboa conta com um Conselho Municipal das Comunidades Imigrantes e Minorias Étnicas desde 1993.
O seu principal objectivo é garantir a participação das comunidades imigrantes e das minorias étnicas nas políticas locais, contribuindo assim para a sua integração plena na sociedade e contrariando os fenómenos de discriminação.
A zelar pelo cumprimento da Declaração dos Direitos Humanos em todo o mundo está a Amnistia Internacional. Esta organização “vigia” os comportamentos contrários aos direitos humanos e zela pelas minorias vítimas de discriminação ou maus tratos.
Trabalha fundamentalmente no sentido de libertar todos os presos “de consciência”, ou seja, todos aqueles que foram privados da liberdade devido às suas convicções, cor da pele, sexo, origem étnica ou religião.
A UNITED – Rede Europeia contra o Nacionalismo, Racismo, Fascismo e Apoio a Migrantes e Refugiados, é uma rede de cooperação entre mais de 500 organizações de 49 países europeus. Trabalha no sentido da defesa dos refugiados e dos imigrantes e tem como objectivo principal o fim do racismo, do nacionalismo e da discriminação.
Referimos apenas algumas das organizações que actuam lutando contra todos os tipos de discriminação. Existem muitas mais espalhadas pelo mundo mas os seus objectivos são, regra geral, os mesmos.
Definir conceitos
O que é...
o racismo?
O racismo é “a crença na superioridade de uma raça ou grupo étnico, acompanhada, a maioria das vezes, por preconceitos contra os membros de um grupo étnico diferente(1)”.
Por outras palavras, o racismo consiste em acreditar na inferioridade do “outro” devido a diferenças culturais, étnicas, sociais, raciais, etc. No fundo, é uma atitude de intolerância em relação ao que é diferente.
Os racistas definem a noção de “raça” como sendo um grupo de pessoas com a mesma ascendência e com características físicas que os diferenciam, como a cor da pele e o aspecto do cabelo.
No entanto, cientificamente, esta noção de “raça” não existe, pois não existe nenhum fundamento biológico nesta definição. A Biologia só identificou uma raça: a raça humana.
Actualmente, existe uma nova vertente no racismo que considera que todas as raças e culturas são iguais mas não se devem misturar, para que possam conservar a sua originalidade.
(1) in Enciclopédia Universal, Texto Editora.
a intolerância?
Dá-se o nome de intolerância à falta de respeito pelas práticas e convicções do “outro”, do que é diferente. Surge nas sociedades em que não se dá o direito ao “outro” de manifestar as suas opiniões ou os seus actos culturais.
Basicamente, a intolerância não aceita a diferença, seja ela a nível religioso, sexual ou cultural. As atitudes de intolerância estão na base do racismo, do anti-semitismo, da xenofobia e de todos os tipos de discriminação.
São os comportamentos intolerantes que dão origem, muitas vezes, à prática de actos violentos contra quem é diferente.
a discriminação?
A discriminação é um comportamento que despreza e exclui o “outro”. Os comportamentos discriminatórios por parte dos grupos que se consideram “superiores” tendem a excluir da sociedade os grupos “minoritários”, impedindo-lhes o livre acesso a alguns postos de trabalho e até à utilização de certos serviços.
O exemplo mais significativo de discriminação foi o regime de apartheid que existiu na África do Sul durante quase 50 anos e que dividiu o país e as suas estruturas entre brancos e negros.
a xenofobia?
A xenofobia é “o medo (fobia) ou um forte desagrado por estranhos ou por alguém estrangeiro ou diferente(1)”. Este conceito está, muitas vezes, intimamente ligado ao de racismo.
(1) in Enciclopédia Universal, Texto Editora.
Raça
Conceito de Raça
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume, de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
Lágrima de preta, de António Gedeão.
Apesar de a noção de “racismo” assentar sobre as alegadas diferenças entre as “raças”, a verdade é que a Biologia já mostrou que o conceito de “raça” baseado na diferença da cor da pele não existe.
Como se sabe, a diferença da cor de pele é a principal barreira a ultrapassar nas questões relacionadas com o racismo. No entanto, as diferenças na cor da pele de dois indivíduos de “raças” diferentes consistem apenas e só na maior ou menor concentração de um pigmento chamado melanina.
A melanina é um pigmento castanho-negro que se encontra na pele de todos os indivíduos. A cor da pele dos humanos varia em função da quantidade de melanina existente nas camadas profundas da pele e da sua disposição.
Quanto mais melanina existir na pele de uma pessoa, mais escura esta será.
As variações de cor de pele que existem nas várias populações humanas devem-se, principalmente, ao meio em que estão inseridas. Os povos que vivem em zonas mais quentes, como, por exemplo, a África e a Ásia do Sul e Oceânica, apresentam tons de pele muito mais escuros do que os povos que vivem mais afastados dos trópicos.
O maior contraste é entre estes povos que vivem perto dos trópicos e os povos nórdicos, que têm a pele muito mais clara.
Mais uma vez, é a melanina que explica estas diferenças, pois este pigmento serve para proteger a pele da radiação solar, que é, evidentemente, muito mais forte nas zonas mais próximas dos trópicos.
Assim, os homens não são “negros”, “amarelos” ou brancos. Simplesmente, uns têm a pele mais clara e outros têm a pele mais escura.
Defensores do racismo
Os primeiros doutrinários do racismo
O racismo é um fenómeno social de tal forma difundido que, a par daqueles que sempre o condenaram, estão aqueles que o defenderam nos seus escritos.
Arthur de Gobineau (1816-1882)
Autor do Ensaio sobre a Desigualdade das Raças Humanas, Arthur de Gobineau era um defensor do conceito de superioridade da raça ariana. Segundo ele, a pertença à raça é o factor de desenvolvimento das civilizações. Para Gobineau, existem três raças:
•a branca, que, animada pela honra, goza de uma “aptidão civilizadora”;
•a negra, “a variedade mais modesta que jaz no fundo da escala”;
•a amarela, cuja “tendência natural não é senão a mediocridade”.
Citação: Não existe verdadeira civilização nas nações europeias enquanto nelas os ramos arianos não forem os dominantes.
Houston Stewart Chamberlain (1855-1927)
Chamberlain era um inglês naturalizado alemão que tinha um verdadeiro fascínio pela Alemanha. Genro de Richard Wagner, Chamberlain foi o inspirador das teorias do nazismo.
As suas teorias nazis baseavam-se no que ele considerava ser a pureza do sangue germânico. Segundo este pensador, a raça está inscrita na consciência, sendo, portanto, a partir de critérios morais que se revela a pertença à raça. Considera que uma “disciplina da raça” pode, por selecção, tender à reconstrução de uma “raça nobre”.
Chamberlain chegou a misturar raça e religião, afirmando que Cristo era um ariano que “não tinha nas suas veias uma só gota de sangue judeu”. Considerava também que era necessário desembaraçar o cristianismo da sua “aparência estrangeira para criar uma religião adaptada à essência do nosso tipo germânico”.
Citação: Mesmo que estivesse provado que nunca existiu uma raça ariana no passado, quereríamos que existisse uma no futuro: para os homens de acção, eis o ponto de vista do futuro.
Georges Vacher de Lapouge (1854-1936)
Autor de O Ariano e o seu Papel Social, Georges Vacher de Lapouge forneceu os elementos fundadores do anti-semitismo nazi. Com uma visão racial e racista do mundo, de Lapouge considerava que apenas a raça branca, ariana e dolicocéfala (com o crânio mais comprido do que largo) era portadora de grandeza.
Georges Vacher de Lapouge leva a cabo a classificação e hierarquização das raças:
•o homo europaeus forma a elite: louro, teutão ou nórdico, é protestante, dominador e criador;
•o homo alpinius (o auvergnat e o turco) é o “perfeito escravo temeroso do progresso”;
•o homo mediterraneus (o napolitano e o andaluz) pertence às “categorias inferiores”.
Citação: Arrogante no sucesso, servil nos desaires, grande acumulador de dinheiro, com uma inteligência notável, o judeu é impotente na criação.
Adaptado de Racismo, de Jacques Tarnero, Texto Editora.
Episódios racistas da História
História do Racismo
A intolerância entre os homens e, por consequência, o racismo e todos os tipos de discriminação, surgiram em simultâneo com o aparecimento do Homem.
Desde sempre o Homem teve tendência a discriminar aqueles que julgava serem inferiores.
À escala mundial, o racismo surgiu na época dos Descobrimentos e teve como principais protagonistas todos os povos colonizadores.
Os portugueses não foram excepção, antes pelo contrário, porque aquando da Descoberta do Brasil, os nossos antepassados quinhentistas fizeram uma verdadeira “exportação” de africanos para as colónias brasileiras. Nessa época, acreditava-se que os negros de África eram mais resistentes fisicamente do que os indígenas brasileiros.
Assim começou o fenómeno da escravatura e da submissão dos negros, um dos mais significativos exemplos de racismo da História da Humanidade.
A escravatura alastrou ao mundo inteiro e deu mesmo origem a guerras civis, como foi o caso da Guerra da Secessão (1861-1865), nos EUA, entre o Norte (os abolicionistas) e o Sul (os esclavagistas).
Actualmente, a escravatura foi abolida oficialmente mas os preconceitos dos brancos em relação aos negros ainda se mantêm nalgumas mentes. O racismo ainda apresenta, assim, alguma relação com a escravatura.
Mas não foi só a escravatura que serviu de espelho ao fenómeno do racismo pelo mundo.
O anti-semitismo nazi que levou à morte de milhões de judeus no Holocausto, o regime de apartheid que governou a África do Sul durante quase 50 anos, as guerras étnicas um pouco por toda a parte, das quais são exemplo o conflito étnico no Ruanda entre hutus e tutsis, todos estes exemplos demonstram a intolerância e os comportamentos racistas que proliferaram por todo o mundo.
Há já algum tempo que se tenta explicar o fenómeno do racismo. Mas, se há cientistas a tentar provar ao mundo que as raças não existem, outros há que tentam demonstrar as suas teorias racistas.
Durante o séc. XIX, as principais polémicas racistas baseavam-se na craniometria, ou seja, na medição do crânio humano.
Os defensores desta prática consideravam que a “raça branca” possuía crânios maiores, o que lhe conferia um maior grau de inteligência. Actualmente, sabe-se que o tamanho do crânio nada tem a ver com a inteligência.
No séc. XX, a craniometria foi substituída pelos testes de inteligência criados por Alfred Binet. Muitas teorias racistas apoiam-se nestes testes para evidenciarem a superioridade da raça branca. No entanto, estes testes não podem ter credibilidade porque assentaram em amostras de população negra da classe média e branca da classe alta.
Assim sendo, não estavam estabelecidas as condições de igualdade socio-cultural que seria necessária para efectuar este tipo de testes.
Na questão do racismo, o único dado perfeitamente adquirido é o de que os comportamentos racistas sempre existiram e, em maior ou menor escala, tendem a continuar a existir enquanto não houver tolerância em relação às diferenças do “outro”.
Compreender e aceitar a diferença é o primeiro passo para uma sociedade livre de preconceitos e de atitudes racistas e discriminatórias.
Nazismo
O regime nazi e o Holocausto
O regime nazi, que vigorou na Alemanha na primeira metade do séc. XX, deixou como maior legado o extermínio de milhões de judeus.
Defensores de um racismo exacerbado que considerava a raça ariana como a mais pura e superior, os nazis, comandados por Adolf Hitler, escravizaram e exterminaram milhões de judeus durante o período que ficou tristemente conhecido na História como Holocausto.
O nazismo era a ideologia do Partido Nacional-Socialista Alemão dos Trabalhadores, que foi formado a partir do Partido Alemão dos Trabalhadores e liderado por Adolf Hitler de 1921 a 1945.
O regime nazi baseava-se no nacionalismo e no racismo para exaltar a supremacia da raça ariana e do Estado sobre o indivíduo.
Quando Hitler alcançou o poder, em 1933, iniciou uma verdadeira política de perseguição aos judeus e de opressão aos católicos. Para Hitler, “raça ariana” opunha-se a “raça judaica” e a sobrevivência da nação alemã dependia da protecção e da pureza do sangue ariano.
O racismo face aos judeus, ou anti-semitismo, baseava-se na crença de que os judeus eram um corpo parasita, fermento de decomposição da nação ariana.
Na sua obra Mein Kampf, Hitler apresenta os judeus como “bacilos que envenenam as almas”.
Três meses depois de chegar ao poder, Hitler iniciou a propaganda anti-judaica. Foram criadas leis que excluíam os judeus das principais funções públicas e profissões e que os privavam de todos os direitos políticos.
Seguiram-se mais leis discriminatórias que culminaram nas leis de Nuremberga, de Setembro de 1939, que codificavam as condições de “cidadania”: “Para ser cidadão do III Reich, é necessário ser de sangue alemão e de linhagem alemã”.
Daí até ao Holocausto foi um pequeno passo. Milhões de judeus foram literalmente exterminados em campos de concentração munidos de câmaras de gás, fuzilados e enforcados pelas forças nazis.
Entre 1933 e 1945, cerca de 6 milhões de judeus foram executados naquela que foi eufemisticamente designada como a “solução final” para a questão judaica.
Depois de terminada a Segunda Guerra Mundial, com a derrota dos alemães, os Aliados tentaram eliminar o racismo e o anti-semitismo na República Federal da Alemanha. Assim, a partir de 1960, os comportamentos anti-judaicos passaram a ser considerados crime.
No entanto, e apesar das políticas anti-fascistas, no início da década de 1980 começaram a surgir grupos anti-semitas e de extrema-direita na Alemanha.
Um relatório de 1998 da Polícia Alemã revela que, nesse ano, existiam 37 000 membros de partidos de extrema-direita, 6400 skinheads, neo-nazis com tendências violentas e 2600 skinheads não necessariamente violentos.
Apesar de já terem passado mais de 50 anos sobre a vigência do regime nazi, ainda existem zonas na Alemanha de leste que se diz serem áreas interditas a estrangeiros, homossexuais e todas as pessoas consideradas não-germânicas.
Segregação racial
O apartheid
Durante quase cinquenta anos, a África do Sul esteve sob um regime discriminatório de segregação racial que ficou conhecido como apartheid, uma palavra que, em africaans, significa separação.
Tal como aconteceu na Alemanha nazi, também o regime de apartheid na África do Sul criou leis racistas internas. Enquanto na Alemanha a “separação” era feita entre arianos e judeus, na África do Sul discriminavam-se os negros em relação aos brancos.
Durante o apartheid, cada cidadão era obrigado a possuir um bilhete de identidade que indicasse a sua raça. Toda a vida quotidiana estava rigorosamente codificada por um conjunto de leis para cada comunidade, separando de forma precisa as leis que regiam a vida dos brancos e das outras raças.
Em termos de hierarquia racial, a minoria branca era a mais importante, seguida dos asiáticos e mestiços e, na base da pirâmide, os negros.
O poder político pertencia à minoria branca. A população negra estava confinada a uma zona específica de residência e só com um “livre-trânsito” os negros podiam passear nas zonas destinadas aos brancos.
Os negros tinham apenas e só acesso a empregos subalternos. Os casamentos inter-raciais eram proibidos e as relações sexuais entre brancos e outras raças eram punidas com penas que podiam atingir os sete anos de prisão.
O termo apartheid começou a ser utilizado no final da década de 1930 pelo South African Bureau for Racial Affairs (Departamento Sul-Africano para Assuntos Raciais), que exigia uma política de “desenvolvimento separado” das raças. Podemos começar a falar num regime estabelecido de apartheid a partir de 1948, ano em que o Partido Nacionalista Africânder ascende ao poder.
Durante este regime, as vozes da oposição foram silenciadas. Organizações contrárias ao apartheid, como o Congresso Nacional Africano e a Frente Democrática Unida foram ilegalizadas e alguns dos principais defensores da sua abolição foram mortos, como Steven Biko, ou incomodados, como o arcebispo Desmond Tutu.
Embora a comunidade internacional não tenha sido muito interveniente neste regime de segregação racial, houve movimentos anti-apartheid em vários países. Em 1961, a África do Sul foi obrigada a sair da Commonwealth e, durante as décadas de 1960 e 1970, foram exigidas sanções internacionais a este país.
Os sangrentos motins do Soweto, em 1976, levaram a Europa e os EUA ao boicote económico e à cessação das entregas de armas. A rebelião do Soweto marcou o início da desintegração do regime. Começava a ser difícil a supremacia de quatro milhões de brancos face a doze milhões de negros, dois milhões de mestiços e meio milhão de indianos...
Durante a década de 1980, algumas das leis discriminatórias foram revogadas mas, só a partir de 1991, depois da libertação do carismático líder Nelson Mandela, deixaram de existir todas as leis de segregação racial.
Em 1994, realizam-se eleições multirraciais para a presidência da República e para o novo parlamento não racial. Nelson Mandela torna-se presidente da República, afastando para sempre o fantasma do apartheid (pelo menos oficialmente!).
Situação em Portugal
O Racismo em Portugal
Apesar de Portugal ser considerado “um país de brandos costumes”, o racismo existiu e ainda continua a existir no nosso país.
Embora não se registem actos regulares e constantes de violência contra as minorias que residem em Portugal, é certo que, aqui e ali, vão surgindo pequenos focos de conflitos étnico-raciais, com maior ou menor gravidade.
É certo que o tempo da colonização e do colonialismo já vão longe mas ainda subsiste no povo português uma certa aversão às minorias, em particular em relação às comunidades africanas e ciganas que residem em Portugal.
Desde a década de 1980 que Portugal passou a ser um destino importante de imigrantes. Os africanos chegaram a Portugal em grande número, em busca de melhores condições de vida e para fugirem das permanentes situações de guerra em África.
Apesar de não existirem manifestações muito evidentes de racismo contra os africanos em Portugal, é vulgar observarem-se atitudes sociais eminentemente racistas.
A um nível mais extremista, podemos fazer referência aos pontuais registos de conflitos com etnias ciganas, alguns deles com consequências graves, e ao surgimento de um movimento skinhead em Portugal, embora de pequenas dimensões.
Embora a Constituição portuguesa não permita a criação de organizações de extrema-direita, os ultra-nacionalistas skinheads conseguiram unir-se de forma a criar o seu próprio movimento em Portugal.
A partir da década de 1990, começaram a infiltrar-se nas claques desportivas, tentando passar a sua mensagem racista através dos meios de comunicação social. São, regra geral, os principais intervenientes em conflitos raciais no nosso país. Como exemplo mais grave, temos o homicídio de um jovem negro em Lisboa em 1995.
Não podemos, pois, dizer que Portugal é um país racista. Podemos sim afirmar que ainda existe algum preconceito face às minorias étnicas na mente de muitos portugueses.
Convenções e Declarações contra o Racismo
Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial - 1968
Em 1968 entrou em vigor a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Social, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Declaração sobre a Raça e os Preconceitos Raciais - 1978
Em 1978 entrou em vigor a Declaração sobre a Raça e os Preconceitos Raciais, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Declaração Sobre os Princípios Fundamentais Relativos à Contribuição dos Meios de Comunicação de Massa para (...) a Luta Contra o Racismo - 1978
Em 1978 entrou em vigor a Declaração sobre a os Princípios Fundamentais Relativos à Contribuição dos Meios de Comunicação de Massa para o Fortalecimento da Paz e da Compreensão Internacional para a Promoção dos Direitos Humanos e a Luta Contra o Racismo, o Apartheid e o Incitamento à Guerra, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Fundadas na Religião ou nas Convicções - 1981
Em 1978 entrou em vigor a Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Fundadas na Religião ou nas Convicções, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
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