quinta-feira, 5 de agosto de 2010

FORMAÇÃO CÍVICA?


Formação nas escolas: Porquê? Para quê? Para quem?
Armanda Zenhas 2001-08-29
O desafio das novas áreas (...) pode ser mais facilmente vencido pelos professores com um trabalho conjunto, realizado em oficinas de formação. Estas correspondem a uma das modalidades de formação contínua para obtenção de créditos para progressão na carreira.
Um novo ano se avizinha, com muitas promessas de mudança. Aulas de 90 minutos. Novas áreas curriculares não disciplinares: Estudo Acompanhado, Formação Cívica, Área de Projecto. Educação Sexual a atravessar todas as áreas disciplinares. Boas são as intenções. Muitos são os desafios. Muitos são também os receios e as dúvidas.A acompanhar a mudança, e para garantir que ela seja bem sucedida, faz-se sentir a necessidade de formação de todos os intervenientes no processo educativo. Cada escola tem as suas características próprias. Por isso se torna importante a elaboração de planos de formação próprios.O desafio das novas áreas referidas pode ser mais facilmente vencido pelos professores com um trabalho conjunto, realizado em oficinas de formação. Estas correspondem a uma das modalidades de formação contínua para obtenção de créditos para progressão na carreira. Quais as suas vantagens relativamente às tradicionais acções de formação? Este formato pressupõe uma participação mais activa dos professores, sendo metade do tempo destinado a sessões presenciais e a outra metade a trabalho autónomo. Permite que os professores se organizem conjuntamente, produzam os materiais necessários ao desempenho da sua actividade na área em que estão a realizar formação, debatam as estratégias a utilizar, reflictam sobre os problemas surgidos durante a sua aplicação e reformulem estratégias. Uma oficina poderá funcionar como um espaço conjunto de preparação e de reflexão sobre o trabalho a desenvolver, por exemplo, numa das novas áreas curriculares não disciplinares.Um papel importante nas escolas, nem sempre visível ou reconhecido, é o dos auxiliares de acção educativa. Também eles precisam de assumir efectivamente esse seu estatuto de parceiros na acção educativa e que esse estatuto lhes seja reconhecido. Também a sua formação deve ser uma prioridade para as escolas, havendo já muitos centros de formação que nela investem.Pretende-se que os encarregados de educação sejam parceiros das escolas e colaborem activamente com ela. Essa colaboração pode ser reforçada com a realização de acções de formação e debates para os encarregados de educação, sobre temas/problemas detectados pelos órgãos pedagógicos e de gestão das escolas e pelas associações de pais. Esta é uma prática que muitas escolas têm procurado fomentar. Pena é que nem sempre os encarregados de educação respondam à chamada e que a participação em tais acções se fique, frequentemente, bastante aquém dos níveis de participação desejados e desejáveis.Em tempo de mudança, esta passa muito pela interacção entre os diversos parceiros na educação e pelo trabalho de colaboração de todos os professores em cada conselho de turma. Mais do que um imperativo legal, a formação é uma necessidade premente. É preciso investir nela.

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