quarta-feira, 2 de setembro de 2009

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Formação cívica nas escolas
A intervenção de carácter punitivo ou em forma de "sermão" não será a mais adequada para produzir mudanças e modificar comportamentos. É importante que seja feito um trabalho de desenvolvimento de competências sociais...
O 6.º I entra na sala a correr. Os alunos dão encontrões uns aos outros, deitam livros ao chão, agridem-se, gritam. Até a turma acalmar, passam uns bons dez minutos de aula... No 8.º B, um grupo de alunos prega constantemente partidas de mau gosto a colegas escolhidos a dedo, que se sentem humilhados ou marginalizados. Os conselhos disciplinares nessa turma sucedem-se. Turmas como estas são a realidade quotidiana das escolas. Os directores de turma têm vindo a debater-se com a falta de tempo para tratar destes assuntos e prevenir o surgimento destes problemas.
A Formação Cívica é uma das novas áreas curriculares não disciplinares. Ela é o "espaço privilegiado para o desenvolvimento da educação para a cidadania, visando o desenvolvimento da consciência cívica dos alunos como elemento fundamental no processo de formação de cidadãos responsáveis, críticos, activos e intervenientes, com recurso, nomeadamente, ao intercâmbio de experiências vividas pelos alunos e à sua participação, individual e colectiva, na vida da turma, da escola e da comunidade." (Dec-Lei n.º 6/2001, de 18 de Janeiro, art.º 5.º, ponto 3, alínea c).
As situações descritas acima encontram, nesta área, um espaço de eleição para serem trabalhadas e prevenidas novas ocorrências. Pensando nisso, em regra, as escolas atribuíram esta área aos directores de turma.
Dados os objectivos essenciais da Formação Cívica, ela não possui um programa definido, uma vez que o que se pretende é o desenvolvimento da consciência cívica dos alunos, através dos seus percursos individuais e da forma como se inter-relacionam na turma, na escola e no meio. Em cada turma, o Conselho de Turma tem um papel extremamente importante na identificação dos principais problemas, na definição de prioridades e no estabelecimento de estratégias de intervenção. É essencial ainda que os professores, nas suas aulas, dêem continuidade ao trabalho feito na Formação Cívica.
A intervenção de carácter punitivo ou em forma de "sermão" não será a mais adequada para produzir mudanças e modificar comportamentos. É importante que seja feito um trabalho de desenvolvimento de competências sociais, como, por exemplo: competências de comunicação (verbal e não verbal), de resolução de conflitos, de trabalho de grupo. É também fundamental que se procure desenvolver, nos alunos, a auto-estima, a autoconfiança, a assertividade e o sentido de responsabilidade.
As actividades a utilizar devem envolver intensamente os alunos. Poderão ser jogos, debates, dramatizações, trabalhos de grupo. Eles devem sentir esta área não como uma nova disciplina, mas como um espaço onde discutem e trabalham acerca de problemas e situações do seu quotidiano, onde aprendem a conhecer-se melhor e a relacionar-se melhor com os outros.
Documentos fundamentais:
- Decreto-Lei n.º 6/2001, de 18 de Janeiro.
- Ensino Básico Competências Gerais e Transversais. Departamento da Educação Básica. Ministério da Educação.
Como referenciar este artigo:Formação cívica nas escolas . In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-08-16].Disponível na www: .

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